Centro de eventos vai dobrar de tamanho
Ampliação deixará o Steffen com 11 mil me garagem em cinco pavimentos. Chácara Flora terá expansão da área coberta também
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Maior centro de evento da Serra e um dos maiores do Espírito Santo, o Steffen vai dobrar de tamanho. A área construída, hoje de 5.500 metros quadrados, será ampliada e chegará a 11 mil metros quadrados.
“Será o maior centro de eventos do Espírito Santo”, orgulha-se o empresário Ildo Steffen, que nem precisou ser indagado para enfatizar o que acredita ser o segredo de seu sucesso: “É fazer aquilo que se gosta. E eu faço por amor mesmo.”
O projeto aguarda aprovação da Prefeitura da Serra e prevê a nova construção avançando na área onde hoje é o estacionamento. A proposta é construir mais cinco pavimentos de garagem no empreendimento, que fica na rodovia ES-010 em Jardim Limoeiro, na Serra.
Outro projeto de expansão é a ampliação da Chácara Flora, que está sob sua gestão. Serão mais 2 mil metros quadrados de área coberta, para shows, grandes eventos e churrascadas. Também na Serra.
Ildo, aliás, se define como serrano, embora tenha nascido no Rio Grande do Sul, e diz “levantar a bandeira da Serra”, que tem exclusividade em qualquer plano de expansão. Amor maior ele só demonstra pelas pessoas, sobretudo pela mulher, Lourdes Steffen, com quem está casado há 42 anos.
“Uma pessoa espetacular que sempre me ajudou. Na época mais difícil da vida, de trabalho, ela estava ao meu lado”, desmanchou-se, com brilho nos olhos.
Também lembrou dos dois filhos e dos cinco netos “maravilhosos”, além dos funcionários: “Minha primeira funcionária está comigo até hoje. São 45 anos de casa, e trabalha conosco desde antes de o centro de eventos ser inaugurado.”
Em entrevista para o editor da Rede Tribuna Rafael Guzzo, Ildo falou ainda sobre shows e eventos.
A Tribuna — Como vai ficar o Steffen com a ampliação?
Ildo Steffen — Vamos poder fazer eventos em ambientes separados como também em um só. Lá vamos poder atingir 4 mil, 5 mil pessoas. Hoje, atendemos 2.500.
E já tem o projeto pronto?
O projeto já está na prefeitura, de topografia e tal, mas está tudo já aprovado, tudo tranquilo lá. E era para ter sido antes da pandemia, para 2020. E aí veio a pandemia, ficamos dois anos fechadinhos, com o maior sofrimento, segurando o funcionário... uma batalha. Foi uma batalha (enfático).
O Steffen adquiriu um novo espaço, certo?
A gente alugou a Chácara Flora. Novo projeto. Já estamos vendo financiamento com o Bandes, do turismo, para ampliarmos a chácara.
Muitos elogiam, inclusive eu digo que nunca fui a um evento no Steffen do qual não saísse satisfeito. Mesmo em eventos menos empolgantes, sempre tem algum tipo de atendimento da casa...
É, o que acontece... (orgulha-se) Quem vai ao evento quer cerveja gelada, um vinho, um bom atendimento, e que a comida que seja boa. Porque tem lugares em que, antigamente, hoje já não é tanto... (pensa) Você ia a um cerimonial e tinha de disputar um salgadinho em cima da mesa.
E lá no Steffen não é ilha, é fartura, tem gente que pergunta: “Pô, como é que faz isso?” Para nós, é um grande prazer os clientes saírem de lá e falando bem.
Nós estamos recebendo os clientes em nossa casa, então isso exige bom atendimento, comida bem preparada e farta, higienização na cozinha. Temos uma cozinha ampla são quase 700 metros (quadrados) só de cozinha.
Os shows são uma realização do Steffen? O senhor é quem contrata os artistas?
Eu mesmo contrato os artistas. Recebo ajuda para fazer os contratos iniciais, mas o diálogo com o artista sou eu, o produtor e o resto. Não tem nada terceirizado, só a sonorização, a iluminação. Mas toda a estrutura de palco é nossa.
Já houve algum artista que fez alguma exigência peculiar?
Não, não. Alguma bebida que eles gostam e tal... São todos gente simples. Tem uns que a gente tira o chapéu para eles... Nada de mil toalhas brancas, de flores. Não, tem nada de frescura (risos).
E o cachê, já teve algum muito alto?
É, o cachê hoje está muito alto. Antes da pandemia, estava razoável. Mas hoje, se quer trazer um show mais ou menos, é coisa de R$ 350 mil. Só o artista, fora a produção. Custa quase R$ 500 mil a produção de um show. Então, tem de vender. Mas o objetivo do Steffen não é só é lucro, o objetivo é mais na divulgação do espaço.
Antes de fazermos os shows, só ia ao Steffen quem era convidado de formatura, casamento ou de empresa para evento corporativo. E aí fica aquilo: “Como é que eu nunca fui ali, passo na frente, vejo e não entro.” Aí, pensei, “vamos botar uns shows para as pessoas conhecerem”.
E hoje, em nossa casa, não existe desigualdade entre o público: tudo mesmo patamar, a mesma a comida para todos. Vira uma família.
Com relação ao público, o Steffen parece ter frequentadores mais maduros, certo?
De 40 anos para cima. Tem muito jovem, geralmente são os pais que levam os filhos. E pessoas de idade vão também. Mas é um público seleto. Nunca tivemos problema de roubo de celular, não há briga. Os ingressos geralmente são comprados em duplicidade. Dificilmente alguém vai sozinho.
E estilo musical, o que mais atrai o público?
Quando começamos, foi só sertanejo. E aí o pessoal cobrou rock. Pusemos rock e começou a explodir. É um público que parece mais cativo. Fiel. O rock tem um pessoal que gosta de ser seleto e fiel.
Eu fui a shows de samba...
Fazemos também (risos)!
E quem são os clientes mais frequentes? Empresas, eventos de formatura?
Formatura. Hoje, temos bastantes empresas que são nossas clientes, mas é mais a formatura. Há um dos projetos nossos que é a Churrascada Gaúcha. Vai ser em setembro, quando é o Dia do Gaúcho.
Perfil | Ildo Steffen
> Gaúcho, cresceu na cidade de Chapada, no Rio Grande do Sul.
> “Filho da agricultura”, como se definiu, o empresário atuou como técnico agrícola. Queria estudar Agronomia, mas começou a cursar a faculdade de Economia, até receber a proposta de vir para Vitória, em fevereiro de 1979.
> Em 1981, incentivado pela namorada, hoje mulher, Lourdes, abriu o restaurante Jangada. Também comandou a Churrascaria Praça 8, no Centro de Vitória, o restaurante Los Pagos e o Caniço, em Camburi.
> Pai de dois filhos e avô de cinco netos, Ildo se considera um capixaba e serrano de coração.
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