Planos de saúde coletivos devem ter aumento de 14%
Entre os fatores que justificam a alta estão aumento das despesas das operadoras, inflação de custos e novas tecnologias
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Com mais de 1 milhão de usuários no Espírito Santo, planos de saúde coletivos devem ter reajuste médio de dois dígitos neste ano, de acordo com relatório da XP Investimentos, com dados da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS).
O aumento médio foi de 15% no período entre dezembro de 2023 e fevereiro de 2024.
De acordo com o levantamento, os reajustes se mantêm nesse patamar pelo terceiro ano seguido. Em 2023, a alta média nos preços de planos coletivos foi de 14,38%; em 2022, os reajustes oscilaram na casa de 11,54%.
Dados da ANS registram 50,9 milhões de beneficiários no mercado, com 88,6% deles nos planos coletivos, sejam empresariais e por adesão, quando vinculados a uma entidade de classe ou administradora de benefícios. Já no Estado, beira os 89%.
Os reajustes dos planos individuais e familiares, que representam pouco mais de 10% do total, são limitados pela agência, que fixa um teto.
De acordo o levantamento, o mercado tem sido pressionado por aumentos de preços acima de 15% desde meados de 2023.
A expectativa dos especialistas responsáveis pelo relatório é de que “as precificações mais agressivas continuem ocorrendo por pelo menos mais um ano no mercado de planos de saúde”.
Entre os fatores que justificam a alta estão o aumento das despesas das operadoras de planos de saúde com a retomada de atendimentos que haviam sido interrompidos durante a pandemia da covid-19, inflação de custos e incorporação de novas tecnologias.
A pesquisadora do programa de Saúde do Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor (Idec), Marina Magalhães, explicou que, tanto para planos individuais quanto coletivos, ainda não é possível saber ao certo o reajuste.
“Ainda não tivemos acesso aos dados que permitem precisar os índices de reajuste a serem aplicados no próximo ciclo. Quanto aos planos coletivos, temos visto, desde o final do ano passado, alertas de que os reajustes podem chegar à escandalosa casa dos 25%, valor de cinco a seis vezes superior à inflação acumulada em 2023”.
Para os planos individuais, segundo ela, já há projeções na imprensa de que o índice da ANS fique abaixo dos 9,63% do ano passado.
“Chega a ser contraditório porque, em tese, os reajustes deveriam refletir as mesmas coisas: a variação no nível de utilização dos serviços, e a dos custos médico-hospitalares. Mas, na prática, o que vemos são reajustes de coletivos que chegam ao dobro de individuais”.
Diante dessa diferença, o Idec lançou no ano passado a Campanha Chega de Aumento, que busca resolver este problema em nível coletivo.
Números do setor
No Estado, 1.285.744 pessoas têm plano de saúde. Destes, 1.150.469 são planos coletivos e 133.602 são planos individuais.
Reajustes anuais
1- Planos coletivos
São planos empresariais ou coletivos por adesão (contratados por entidades de classe ou associações).
Nos casos de reajuste de planos coletivos com menos de 30 beneficiários, as operadoras reúnem em um grupo único todos os seus contratos coletivos para o reajuste.
Já nos casos dos planos com mais de 30 beneficiários, os reajustes são previstos no contrato e definidos por livre negociação entre a pessoa jurídica contratante e a operadora. Não há uma limitação.
Em 2023, o reajuste médio foi de 15% no período entre dezembro de 2023 e fevereiro de 2024.
De acordo com levantamento da empresa XP Investimento, os reajustes se mantêm nesse patamar pelo terceiro ano seguido.
Em 2023, a alta média nos preços de planos coletivos foi de 14,38%; em 2022, os reajustes oscilaram na casa de 11,54%.
O reajuste é influenciado por diversos fatores, incluindo inflação, sinistralidade e custos crescentes na área da saúde.
Os reajustes anuais são aplicados no mês de aniversário de cada contrato.
2- Planos individuais
A ANS (Agência Nacional de Saúde Suplementar) determina o percentual máximo de reajuste anual dos planos individuais/familiares contratados após 1999 ou adaptados.
Em 2023, o reajuste anual foi limitado em 9,63%. Esse valor é válido até este mês, quando deve ser divulgado o novo reajuste para 2024.
O reajuste anual só poderá ser aplicado na data de aniversário do contrato.
Fonte: ANS e especialistas consultados.
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