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Economia

Carne, leite, ovos, frutas e hortaliças mais afetados com a seca no país

Volta dos relógios adiantados em uma hora está em avaliação para reduzir consumo de energia


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Imagem ilustrativa da imagem Carne, leite, ovos, frutas e hortaliças mais afetados com a seca no país
Leite e ovos devem ficar mais caros |  Foto: © Divulgação/Canva

Carne, leite, ovos, frutas e hortaliças estão entre os alimentos que serão mais afetados pela seca, segundo levantamento técnico produzido este mês pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab).

Por serem mais sensíveis, frutas e hortaliças podem apresentar mais rapidamente os impactos do clima adverso. Entre elas, a laranja, a melancia e a banana, destacou a companhia. A laranja pode ter os maiores problemas, por causa da massa de ar quente em grande parte do Brasil, que provoca estresse hídrico nos pomares, comprometendo a qualidade de lotes.

O Brasil é o maior produtor do mundo de suco da fruta, e os estoques da bebida estão baixos. Para cenoura e tomate, a tendência é de picos de preços. No caso da carne bovina, leites e ovos, a redução da umidade e a incidência de queimadas afetam negativamente as pastagens, o que pode aumentar custos de produção, especialmente em regiões sem infraestrutura adequada para mitigação da seca.

Para a carne bovina, é preciso considerar o ciclo pecuário, que este ano deve atingir o pico de oferta de animais para abate, elevando a produção da carne no País.

Não há previsão de aumento para milho, arroz, trigo e soja.

Governo estuda horário de verão e admite alta de preço

Imagem ilustrativa da imagem Carne, leite, ovos, frutas e hortaliças mais afetados com a seca no país
Alexandre Silveira diz que horário de verão ajuda bares e restaurantes |  Foto: Lula Marques / Agência Brasil — 03/05/2023

A seca prolongada no País faz com que o próprio governo federal passe a admitir que os preços dos alimentos devem subir. Outro efeito dela é a possível volta do horário de verão, como confirmou o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira.

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, disse que a inflação “preocupa um pouquinho”, ao comentar o assunto, mas reforçou que o “remédio” usado pelo Banco Central contra a desvalorização do real, a alta dos juros, não é a solução.

Outra preocupação é com o nível dos reservatórios das hidrelétricas. Com poucas chuvas, a saída é ativar usinas térmicas, abastecidas com combustível fóssil, o que provoca aumento na conta de luz. Neste mês, está vigente a bandeira vermelha patamar dois, mais cara.

Para reduzir a demanda e ainda estimular a economia do turismo, a volta do horário de verão está em estudo. Membro do Conselho Temático de Infraestrutura (Coinfra) da Federação das Indústrias do Espírito Santo (Findes), Carlos Sena, explicou que o fim do horário da verão foi uma decisão técnica, e não política, tomada em 2019.

O horário se tornou prática regular na década de1980. Segundo o especialista, o horário de pico era no início da noite, com o “boom” de consumo entre 18 e 21 horas. Mas atualmente esse pico de consumo deslocou-se para o período entre 13 e 16 horas, devido ao uso do ar-condicionado, segundo ele.

“Atualmente não faz mais sentido ter essa medida”, disse ele, ao ressaltar que alguns segmentos da sociedade são favoráveis porque o horário, de fato, aumenta o fluxo de pessoas em determinados estabelecimentos. É o caso do comércio.

O Sistema Fecomércio-ES — Sesc e Senac — defendeu que o horário de verão “pode ajudar a reduzir o consumo de energia elétrica, e é positivo para a indústria e comércio”, mas que “essa implementação pode ter um impacto menor no curto prazo”. Por isso, “aguarda decisões nacionais quanto ao encaminhamento da crise hídrica”.

A Findes disse que essa crise tem afetado principalmente a produção e o custo de alimentos, que dependem da agricultura e do consumo abundante de água.

Informou ainda que diversas indústrias — de pequenas a grandes — já adotam iniciativas que buscam a economia de água e o reúso desse recurso.


Entenda

Relógios adiantados em uma hora

- Horário de verão

O horário de verão foi instituído no Brasil pela primeira vez em 1931, com o objetivo de economizar energia. A partir da década de 1980, ele se tornou prática regular. Na prática, trata-se de adiantar os relógios em um hora, na primavera e no verão.

De acordo com o membro do Conselho Temático de Infraestrutura (Coinfra) da Federação das Indústrias do Espírito Santo (Findes), Carlos Sena, o fim do horário da verão foi uma decisão técnica, e não política, tomada em 2019.

Segundo ele, muitas pessoas têm dificuldades de se adequar à mudança. “Se fizer a população acordar uma hora mais cedo, além de não ter benefício, tem prejuízo. Aumenta o número de acidentes de trânsito, acidentes no trabalho, afastamentos, indenização”, pontuou.

Por outro lado, saindo do trabalho “mais cedo”, os consumidores tendem a desfrutar desse momento, aumentando o fluxo de pessoas em estabelecimentos como bares e restaurantes.

Já a federação do comércio (Fecomércio) vê o horário de verão com bons olhos. E afirma que o recurso “pode ajudar a reduzir o consumo de energia elétrica, e é positivo para a indústria e comércio”.

- Preço dos alimentos

Carne, leite, ovos, frutas e hortaliças estão entre os alimentos que serão mais afetados pela seca. Com destaque para laranja, melancia, banana. O Brasil é o maior produtor do mundo de suco da fruta, mas os estoque estão baixos.

No caso do café, o cenário para a atual safra será apresentado pela companhia no próximo dia 19. Mas a situação preocupa produtores.

Não há previsão de aumento do preço para milho, arroz, trigo e soja, já que a maior parte da colheita desses produtos já foi realizada.

Fonte: Conab, Fecomércio, Calos Sena, Findes.

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