Buracos e falta de sinalização na BR-262 afastam turistas
Rodovia apresenta pontos com problemas e asfalto ruim, levando visitantes da Região Serrana a se queixarem das más condições
Quem viaja pela BR-262 em direção à Região Serrana do Espírito Santo tem enfrentado uma rotina de sustos e reclamações. Turistas relatam que os buracos, a má conservação do asfalto e a falta de sinalização tornam o trajeto perigoso e desgastante, especialmente em períodos de maior movimento.
A equipe de A Tribuna percorreu ontem mais de 80 quilômetros, partindo de Viana até Pedra Azul, em Domingos Martins, para verificar de perto a situação.
Ao longo do percurso, foi possível observar uma estrada deteriorada, com trechos repletos de buracos e remendos malfeitos no asfalto. Em muitos pontos, motoristas não conseguem desviar dos danos na rodovia.
A ausência de sinalização adequada aumenta o perigo, sobretudo à noite ou em dias de chuva.
O fluxo intenso de veículos, entre carros de passeio e caminhões pesados, acelera o desgaste da pista. Em diversos trechos, o pavimento apresenta desníveis e falhas estruturais, que colocam em risco quem trafega pelo local.
O músico Alan Machado, de 38 anos, passa pela BR-262 quase toda semana, a caminho das Montanhas Capixabas. Ele afirma que o pior trecho é o que sai do Posto do Café, no sentido Pedra Azul, onde o asfalto está completamente deteriorado.
“O trecho está péssimo! É buraco, falta de placa e nenhum tipo de cuidado. Para uma estrada tão importante, é um absurdo”, reclama.
Para ele, a situação da rodovia afasta visitantes e prejudica o turismo da região.
“Muita gente deixa de subir a serra por medo da estrada. Já ouvi amigos dizendo que preferem ir para outros destinos”, completa.
Segundo dados do Observatório de Trânsito do Espírito Santo, entre 2023 e agosto de 2025, foram 100 mortes em acidentes de trânsito na BR-262 no Espírito Santo.
Em 2023, 24 vítimas de acidentes morreram. No ano seguinte, o número praticamente dobrou, chegando a 46 mortes.
Já em 2025, de janeiro até agosto, 30 vidas já foram perdidas.
A curva de fatalidades segue alta e sem sinais de queda consistente, evidenciando um problema crônico na região. É o que indica o comparativo de janeiro a agosto entre 2023, com nove mortes; 2024, com 28; e este ano, com 30 mortes.
A reportagem solicitou posicionamento ao Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT) sobre a situação da 262 no Estado, mas não obteve resposta até o fechamento desta edição.
Saiba Mais
100 mortes desde 2023
A BR-262 é uma importante via de ligação entre Minas Gerais e o Espírito Santo, incluindo acesso à Região Serrana capixaba.
O Observatório de Trânsito do Espírito Santo registrou, entre 2023 e agosto de 2025, 4.240 acidentes de trânsito em toda a Região Serrana do Estado. Na BR-262, os acidentes resultaram em 100 mortes, de janeiro de 2023 a agosto deste ano.
Entre os anos citados, foi reportado que, em todo o ano de 2023, houve 24 vítimas fatais na região; em 2025 (até agosto) foram 30 óbitos. Em todo o ano de 2024, foram 28.
Problemas citados
Buracos e remendos malfeitos obrigam manobras arriscadas e reduzem segurança, especialmente para quem trafega à noite ou sob chuva/neblina.
Trechos com má geometria (curvas, descidas/aclive) tornam o risco maior, exigem atenção extra e reduzem velocidade segura.
A falta de sinalização adequada (placas, faixas visíveis) contribui para confusão ou falha de visibilidade, aumentando risco de colisões.
A deterioração da via pode afetar o turismo local, turistas ou visitantes relutam em acessar áreas serranas ou evitam rotas com reputação perigosa.
Obras futuras (duplicações ou restaurações) são anunciadas, mas provavelmente demandam tempo e recursos; até lá, usuários continuam expostos às condições adversas.
Fonte: Pesquisa AT e Observatório de Trânsito do Espírito Santo
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