“Big techs lucram com fraude on-line”, afirma dossiê
Dossiê aponta que redes sociais monetizam conteúdos fraudulentos e só agem após o prejuízo às vítimas
Plataformas on-line lucram com os golpes digitais, afirma a segunda edição do “Dossiê das Big Techs”, publicado pelo Projeto Brief e a Sleeping Giants.
O documento mostra como as plataformas viraram peças centrais das fraudes digitais e, até mesmo, do crime organizado no Brasil.
Sobre o lucro com os golpes nas redes sociais, o dossiê explica que o ponto central não é quanto lucram, mas a forma. “Primeiro elas exibem e monetizam anúncios e conteúdos criminosos, e depois removem uma parte, apresentando os números de bloqueio como eficiência”, diz Daniela Scapin, ex-funcionária da Meta e uma das organizadoras do dossiê.
O estudo afirma que, quando uma campanha fraudulenta encontra seu público, gera cliques e converte receita, o sistema publicitário fatura e a intervenção vem a reboque, em ritmo e escala insuficientes para evitar que os prejuízos caiam no colo das vítimas e do Estado.
Brasil teve mais de 28 milhões de golpes só via Pix em 2025
Mais de 28 milhões de golpes foram aplicados via Pix só em 2025, segundo levantamento da Associação de Defesa de Dados Pessoais e do Consumidor (ADDP).
A marca de 28 milhões foi alcançada entre janeiro e setembro deste ano, segundo o estudo da ADDP. Os golpes financeiros representam 47% do total de fraudes digitais no país, com destaque também para 2,7 milhões de casos em compras online, 1,6 milhão de fraudes via WhatsApp e 1,5 milhão de ocorrências de phishing.
De acordo com o estudo, o público com mais de 50 anos foi o mais afetado, correspondendo a 53% das vítimas. Francisco Gomes Junior, presidente da ADDP, atribui o crescimento das fraudes à evolução acelerada dos golpes, impulsionada pelo uso de inteligência artificial, popularização do Pix e carência em educação digital.
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