Ouro bate recorde e chega a R$ 800 o grama no Brasil
Metais atingem níveis históricos com tensão na Venezuela, expectativa de cortes de juros nos EUA e forte demanda global
O ouro subiu para um recorde histórico acima de US$ 4.500 (R$ 24.832) a onça diante do aumento das tensões na Venezuela e das expectativas de novos cortes de juros nos EUA. A prata e a platina também avançaram para níveis recordes.
Pesquisa realizada pela reportagem aponta que o grama do ouro chega a superar R$ 800 no Brasil. O metal à vista chegou a subir quase 1%, acumulando o terceiro dia consecutivo de ganhos, antes de recuar e passar a ser negociado praticamente estável.
As fricções na Venezuela, onde os EUA bloquearam petroleiros, reforçaram o apelo do metal como ativo de proteção.
Operadores também apostam que o Federal Reserve reduzirá ainda mais os custos de financiamento no próximo ano, o que tende a favorecer metais preciosos que não pagam rendimento.
O ouro sobe quase 70% neste ano, enquanto a prata avança cerca de 150%; ambos caminham para o melhor desempenho anual desde 1979. O rali dos metais preciosos tem sido sustentado por compras elevadas de bancos centrais e por entradas em fundos negociados em bolsa (ETFs).
O total de ativos em ETFs lastreados em ouro aumentou em todos os meses deste ano, com exceção de maio, segundo dados do Conselho Mundial do Ouro.
As ações agressivas do presidente dos EUA, Donald Trump, para remodelar o comércio global — além de ameaças à independência do Fed - adicionaram combustível à alta mais cedo neste ano.
Os investidores também foram impulsionados, em parte, pela chamada "debasement trade" - um afastamento de títulos soberanos e das moedas em que são denominados diante do temor de que seu valor seja corroído ao longo do tempo pelo rápido crescimento dos níveis de endividamento.
“Os principais vetores para o ouro e a prata neste momento são a combinação de uma demanda física sustentada e uma sensibilidade renovada aos riscos macroeconômicos”, disse John Feeney, gerente de desenvolvimento de negócios da Guardian Vaults, distribuidora de metais preciosos sediada em Sydney.
“Estamos vendo o momentum ser reforçado, e não limitado, o que sugere convicção estrutural, e não apenas euforia especulativa.”
Bitcoin zera ganhos e pode ir além
De um extremo a outro: o bitcoin bateu recordes em 2025, porém, recentemente, teve todos os ganhos do ano apagados e segue em queda. Desde outubro, o ativo foi da máxima superior a US$ 120 mil para abaixo de US$ 90 mil.
O bitcoin é “naturalmente” considerado de alta volatilidade quando comparado a outros ativos, explica o especialista em investimentos André Barbosa. Porém, 2025 foi um ano atípico para a criptomoeda, que “quebrou” o ciclo de quatro anos esperado pelo mercado: três de alta e um ano de queda.
Dentro desse padrão, este ano seria o último marcado pela alta do ativo. A queda – quando há a realização de lucros – era esperada para 2026, porém foi antecipada.
Além da realização de lucros, já aguardada, especialistas explicam que os movimentos de volatilidade do bitcoin em 2025 podem ser explicados por uma série de fatores, principalmente o cenário de juros nos Estados Unidos e das empresas de tecnologia.
Em dezembro, o Federal Reserve cortou a taxa de juros dos Estados Unidos em 0,25 ponto percentual, ao intervalo de 3,5% a 3,75%, redução já esperada pelo mercado.
MATÉRIAS RELACIONADAS:
Comentários