Banco Central determina que notas antigas do real sejam recolhidas
Primeira família do real segue para o mesmo destino que a antiga cédula de R$ 1 teve há 20 anos: o desaparecimento
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A primeira família do real segue para o mesmo destino que a antiga cédula de R$ 1 teve há 20 anos: o desaparecimento. O BC (Banco Central) determinou no último dia 9 de julho que todas as notas da primeira versão da moeda brasileira devem ser recolhidas pelas instituições financeiras.
As notas antigas que continuarem em circulação, no entanto, continuarão com seu poder de compra preservada, ressalta o BC.
Há mais de dez anos, a autoridade monetária iniciava a circulação da segunda família do real com um novo desenho para elevar a segurança, dificultando falsificações, e facilitar a interação de pessoas com deficiência visual, já que as notas passaram a ter marcas em relevo.
As cédulas ficaram visualmente mais limpas em sua frente e conservaram a efígie da República, as cores e os mesmos animais de suas versões antigas. Do lado direito, foi adicionado uma faixa com o valor da nota, e do lado esquerdo, um grafismo com figuras do habitat de cada animal.
As notas ganharam também novos itens de segurança. Se antes o principal elemento para se proteger era a marca d'água, na segunda família entraram em cena faixas holográficas, quebra-cabeças, fios de segurança, microimpressões e números escondidos.
As dimensões também mudaram. Era tudo do mesmo tamanho na primeira família. Na segunda, a de R$ 2 é a menor, a de R$ 5 um pouco maior, e assim sucessivamente, a exemplo do euro.
Cerca de 3% de cédulas em circulação atualmente são da primeira família, segundo o BC. Considerando que a segunda família está em circulação há 12 anos, a autoridade monetária apontou que as cédulas mais antigas já não estariam em condições para circulação.
"Cédulas em condições não adequadas à circulação geram dificuldades logísticas para toda a cadeia de execução dos serviços de meio circulante, notadamente nas operações de equipamentos bancários que utilizam cédulas, como caixas eletrônicos, máquinas contadoras ou selecionadoras. Cédulas desgastadas e em mau estado também dificultam o reconhecimento de seus elementos de segurança por parte da população", diz.
PLANO REAL
Há 30 anos, o Plano Real surgia para frear a inflação brasileira e estabilizar a moeda.
Em junho de 1994, a inflação alcançou os patamares recordes de 47,4% ao mês e 4.922% no acumulado em 12 meses. Em julho do mesmo ano, com o início da circulação do real, caiu para 6,84% no mês. Atualmente, a meta é de 3% ao ano.
O lançamento da moeda atual, em 1º de julho daquele ano, foi a terceira e última etapa de um plano de controle da inflação que começou em maio de 1993, quando Fernando Henrique Cardoso assumiu o comando do Ministério da Fazenda.
O ritmo de degola de ministros da Fazenda no governo Itamar Franco (1992-1994) impunha urgência. FHC era o quarto a ocupar o cargo em sete meses de governo.
A CÉDULA DE R$ 1
A nota de R$ 1 desapareceu, mas não é bem assim. A Casa da Moeda parou de produzir a cédula em 2005, e tornou-se cada vez mais difícil usá-la para fazer alguma compra, até porque meios de pagamento digitais tornaram-se mais populares.
Segundo o BC, no entanto, existem 148 milhões de notas com este valor em circulação em todo o país. Todas essas cédulas ainda podem ser usadas para fazer aquisições, mas ela parece ter ganhado um novo prestígio.
A nota faz sucesso em leilões. O movimento liberal e suprapartidário Livres leiloou uma nota de R$ 1 autografada pelo ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB) e por membros da equipe que gestou o Plano Real pelo valor de R$ 16 mil, em agosto de 2022.
Em pesquisa em plataformas de comércio online, é possível encontrar as cédulas de R$ 1 sendo vendidas por valores que partem de R$ 30.
A medida que a circulação da nota caiu, ela se tornou mais rara, e colecionadores começaram a procurá-la para compor o seu acervo em um mercado que movimenta milhões. A cédula também se valoriza se tiver um conjunto de elementos que podem ser considerados raros pelos colecionadores.
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