Associação de Aço dos EUA: "Conversa com Trump tem de ser a portas fechadas"
Afirmação foi feita pelo presidente da Steel Manufacturers Association (SMA), Philip Bell, durante a Alacero Summit 2025
Direto de Cartagena das Índias, Colômbia
O presidente da Steel Manufacturers Association (SMA), Philip Bell, afirmou que negociações sobre comércio siderúrgico com a administração Donald Trump exigem discrição. A SMA é a maior associação de siderúrgicas dos Estados Unidos.
“Quando se quer falar com a administração Trump, não se faz com imprensa, comentários ou declarações públicas. É preciso conversar a portas fechadas”, disse Bell, destacando que críticas públicas à Seção 232 — política que estabelece tarifas sobre aço e alumínio com base em segurança nacional — podem prejudicar o diálogo.
Segundo ele, a Seção 232 sinaliza um ressurgimento da indústria siderúrgica americana e tem aumentado a arrecadação para o governo. As declarações ocorreram durante o Alacero Summit 2025 — maior evento do setor na América Latina — realizado em Cartagena das Índias, Colômbia, para o qual a reportagem da Rede Tribuna foi convidada a participar.
Em março, Bell já havia chamado o Brasil de “China da América Latina” em carta enviada ao USTR (escritório de representação comercial da Casa Branca).
Naquele documento, ele criticava os subsídios do governo brasileiro à indústria siderúrgica, apontando que o país possui capacidade ociosa de 50,9 milhões de toneladas de aço, das quais produziu apenas 31,8 milhões em 2023, e alertava que os investimentos anunciados para expansão poderiam criar vantagens injustas frente a produtores americanos em terceiros mercados.
LULA
A reportagem indagou a Philip Bell sobre a reunião entre o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e Trump, ocorrida no dia 26 de outubro. Ele demonstrou motivos para otimismo:
"Acredito que essas negociações irão melhorar com o tempo. E penso que o Brasil e os Estados Unidos têm muitas oportunidades para trabalharem juntos, e espero que ambos os líderes as aproveitem", respondeu.
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