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Economia

Acesso ao cartão de crédito fica mais fácil e causa alerta

Com a crescente de financeiras e bancos digitais, número de cartões segue subindo


Imagem ilustrativa da imagem Acesso ao cartão de crédito fica mais fácil e causa alerta
Maquininha de cartão: associação disse que regras aprovadas “certamente ajudarão no processo de redução da taxa de juros” |  Foto: © Divulgação

A chegada de novas financeiras e bancos digitais no mercado fez o uso dos cartões de crédito disparar nos últimos meses. Hoje, já há mais cartões de crédito no Brasil (190,8 milhões) do que de trabalhadores em idade ativa (107,4 milhões).

Um dado chama a atenção: são 16 milhões de brasileiros com mais de três cartões na carteira. No Estado, cerca de 320 mil convivem com essa realidade, segundo o diretor de economia da Associação Nacional dos Executivos de Finanças, Administração e Contabilidade (Anefac), Roberto Vertamatti.

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“Isso é uma consequência da renda média do brasileiro, que é baixa, e também do endividamento das famílias. Diante disso, as pessoas ficam tentando todas as formas de buscar recurso. Então, recorrem aos cartões de crédito e fica difícil de administrar”.

Ele diz que com o fim dos cheques pré-datados, as pessoas têm buscado fôlego nos cartões de crédito e optado pelo parcelamento.
Vertamatti aproveitou para falar sobre as mudanças defendidas pelo Congresso Nacional.

Questionado se isso pode prejudicar os empresários que usam o cartão de crédito para capital de giro, para comprar produtos, matérias-primas e insumos e pagar depois, ele acredita que isso não vai acontecer, mesmo entendimento é acompanhado pelo comerciante Eugênio Martini.

O economista Ricardo Paixão confirma que as pessoas têm recorrido a mais cartões de crédito e sugere uma solução que entende ser mais adequada para não comprometer mais do que um percentual da renda: limitar o crédito.

“Sem esse limite, acaba ficando tentador. Para quem não tem boa gestão, é perigoso. Quem compra descontroladamente e não resiste às promoções, acaba comprando várias coisas e pode ficar num alto grau de endividamento”.

Sobre a aprovação do projeto de lei pela Câmara, o economista Jorge D'Ambrosio acredita que os juros podem baixar, porque vai ser uma lei, mas, independente disso, as instituições podem restringir o crédito até o que a dívida seja quitada.

“Então, se isso vier a vingar, as empresas vão começar a limitar todo esse aparato de linha de crédito, e o cartão queria-se ou não é uma linha de crédito, e as empresas vão começar a dar no limite que acham que as pessoas poderão pagar”, avaliou.

Sete cartões diferentes e, agora, aperto

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|  Foto: Gustavo Forattini/AT

Sete cartões de crédito levaram uma servidora pública, que pediu para não ser identificada, a se ver diante de uma verdadeira bola de neve. Seu nome foi negativado.

À reportagem, ela, que tem 49 anos, conta como tentava administrar os cartões, há cinco anos.

“Eu tentava deixar alguns em casa para não utilizar tanto, mas em algum momento você acaba recorrendo a eles, principalmente diante de uma emergência financeira. Mas confesso que também usei o crédito para comprar coisas para casa e roupas, além de ajudar filhos e netos. Hoje não ando com todos na bolsa”, afirmou a servidora.

Para ela, a maior vilã do cartão de crédito é a taxa de juros. Depois de renegociar as suas dívidas, cujos valores não foram revelados, ela disse que está se policiando para usar apenas dois cartões.

Instituições de pagamento elogiam projeto aprovado

A Associação Brasileira de Instituições de Pagamentos (Abipag), que representa empresas como Stone e Sumup, elogiou a aprovação do projeto pela Câmara.

A Abipag não cita o teto de juros, mas afirma que o projeto, dentre outras medidas, estimula a portabilidade de crédito e iniciativas de educação financeira, “que certamente ajudarão para o processo de redução de taxas de juros”.

A Abipag elogiou ainda o relator do projeto, deputado Alencar Santana (PT-SP), que foi quem incluiu a emenda sobre o teto de juros. Novamente a entidade não cita o teto, mas diz que o deputado teve uma “veemente defesa para manter o parcelamento sem juros no cartão de crédito”.

Os debates sobre como reduzir o juro do rotativo no cartão de crédito levaram o setor a um clima de guerra. Os bancos defendem que haja reequilíbrio dos riscos entre os diferentes participantes da estrutura, o que, para eles, envolveria mudanças no parcelado sem juros.

Já credenciadoras independentes alegam que a receita dos bancos em compras parceladas é maior do que no formato à vista, cobrindo com folga os riscos, e que não há relação entre as altas taxas do rotativo e os parcelamentos.

A Abipag diz ainda torcer para que o Senado também aprove o texto com ampla maioria dos parlamentares “em nome da liberdade financeira e da promoção de um sistema equitativo e responsável”.

Já a Zetta, associação das empresas de tecnologia de serviços financeiros digitais, afirmou apenas que acompanha de perto as discussões sobre o rotativo do cartão.

E também relatou que “vai contribuir para o debate técnico, sempre objetivando o aumento da competição e a democratização do acesso aos serviços financeiros”.

Micronegócio no Desenrola

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Haddad desenvolveu o texto do programa, inicialmente, sem incluir MEIs |  Foto: FáTIMA MEIRA/ESTADÃO CONTEÚDO — 27/04/2023

O projeto que regulamenta o programa Desenrola Brasil, do governo federal, e prevê limite para o rotativo do cartão de crédito, trouxe uma novidade: quem tem dívida com microempreendedores individuais (MEI) e pequenas empresas poderá renegociá-las por meio da nova plataforma digital que será criada pelo governo.

O trecho não estava previsto na Medida Provisória do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, que criou o programa Desenrola, mas foi acrescentado pelo relator da matéria, deputado Alencar Santana (PT-SP).

A nova fase do Desenrola, que será iniciada no fim deste mês, prevê que dívidas com varejistas e concessionárias, por exemplo, poderão ser renegociadas por meio de um leilão.

Os credores interessados em participar dessa fase vão oferecer descontos aos devedores e terão acesso ao Fundo Garantidor de Operações (FGO), que vai dispor de R$ 8 bilhões em recursos.

Assim, o risco para os credores será zero. A ideia é que isso funcione como um estímulo para os descontos, segundo o Ministério da Fazenda, facilitando a renegociação com os clientes.

O relator explicou que o tamanho do lote e a aplicação dele serão determinados pela Fazenda.

“A capacidade de a MEI concorrer com grandes varejistas ou grandes empresas é bem menor. Seria desproporcional. A Fazenda vai avaliar para ver o tamanho do lote. Mas é justo que esse credor tenho direito de participar em um lote específico, para que tenha capacidade de competição” afirmou Alencar Santana.


Análise

"Grande conquista para a sociedade"

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Marcelo Loyola Fraga, economista e diretor da Faculdade Capixaba de Negócios |  Foto: Kadidja Fernandes/AT

“A redução dos juros do rotativo pode ser uma grande conquista para a sociedade que há décadas clama por isso.

Ao meu entender, a proposta do governo é que o efeito seja retroativo, o que poderá beneficiar 21 milhões de brasileiros. Há outros pontos importantes como o do governo federal subsidiar parte da dívida de uma determinada faixa salarial.

O endividado não terá o cartão bloqueado para compras, porém pode ter o limite de crédito reduzido até que a dívida seja quitada.

Não vejo prejuízo para nenhum dos lados, nem lojistas e nem para os bancos ou administradoras de cartões, pois no caso destes dois últimos o que acontecerá é que deixaram de faturar juros exorbitantes que não se vê em nenhuma outra parte do mundo.

O grande ponto do impacto desse projeto é que, com ele promulgado, pode ocorrer das instituições ficarem mais exigentes quanto à concessão do cartão e limites altos.

Mas o cartão de crédito é um meio de pagamento muito vantajoso é importante para todas as partes, pois facilita as vendas e o consumo e portanto incentiva a produção”.

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