Inteligência artificial: já não é mais o futuro, é o agora
De promessa futurista a realidade, a inteligência artificial cresce rápido e impõe debates éticos e sociais

Há poucos anos, inteligência artificial parecia coisa de filme de ficção. Hoje, está no nosso celular, no atendimento do banco, no e-mail que chega com o assunto exato do que estávamos pensando em pesquisar. De 2023 para cá, o salto foi imenso. A IA deixou de ser um experimento e virou parte real do cotidiano de pessoas e empresas.
Em 2024, o mercado global de IA movimentou mais de US$190 bilhões, e a tendência é continuar crescendo. Modelos de inteligência artificial ficaram mais avançados, capazes de gerar imagens, vídeos, músicas e até vozes sintéticas com naturalidade surpreendente. Isso tudo ainda é novo para muita gente, mas está se espalhando rápido, inclusive onde menos se espera. Na educação, por exemplo, ferramentas como o ChatGPT começaram a ser testadas em exames acadêmicos com desempenho acima da média em áreas como programação e análise de dados. Já no marketing, na saúde, na engenharia e no varejo, empresas pequenas e grandes estão usando IA para entender melhor seus clientes, prever comportamentos e personalizar serviços. O impacto é visível.

O que antes era restrito a laboratórios e equipes de tecnologia agora está na prateleira das soluções acessíveis. Plataformas com base em IA estão sendo usadas para acelerar diagnósticos médicos, prevenir fraudes financeiras, automatizar rotinas e até gerar conteúdo publicitário em segundos. Mas não é só sobre tecnologia. É sobre decisões humanas. A IA levanta questões éticas importantes, como o uso indevido de dados, a reprodução de preconceitos algorítmicos e os impactos no mercado de trabalho. Não dá mais para falar em inovação sem também discutir responsabilidade. O governo dos Estados Unidos, por exemplo, anunciou recentemente um investimento de até US$500 bilhões em IA, em parceria com gigantes como Oracle e OpenAI. A intenção é liderar a corrida global, mas também garantir regras claras para o desenvolvimento ético dessas ferramentas. O Brasil, embora mais tímido, começa a discutir regulamentações, e esse debate precisa envolver a sociedade como um todo.
Outra frente que chama atenção é o casamento entre IA e outras tecnologias como Internet das Coisas (IoT) e blockchain. Essa combinação promete soluções mais integradas, seguras e inteligentes, de cidades conectadas até cadeias de suprimentos mais transparentes. O que está por vir? É difícil prever com precisão. Mas tudo indica que a inteligência artificial vai deixar de ser uma “novidade tecnológica” para se tornar um elemento estrutural da vida moderna. E o maior desafio, agora, não é mais “dominar a tecnologia”, mas saber como usá-la de forma justa, ética e inteligente.
O futuro está batendo à porta. E a inteligência artificial já não é um conceito distante, é parte do agora. Cabe a nós decidir como vamos lidar com ela.
TASSO LUGON é CEO da Banestes DTVM e especialista em tecnologia, inovação e transformação digital. Reconhecido nacionalmente, lidera projetos que unem setor público e financeiro para gerar impacto e inclusão. Sua trajetória inclui passagens pelo Tribunal de Justiça do ES, Ministério Público Estadual, Prefeitura de Vila Velha e Governo do Estado, sempre promovendo modernização e resultados.
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