Cibersegurança é coisa de empresa pequena também
"Hoje, mais de 4 em cada 10 ataques cibernéticos têm como alvo negócios com menos de mil funcionários"

Durante muito tempo, muita gente achou que ataques digitais eram um problema só das grandes empresas. Afinal, quem se interessaria por invadir o sistema de uma papelaria, um mercadinho de bairro ou uma loja virtual pequena? Mas os tempos mudaram, e os criminosos também. Hoje, mais de 4 em cada 10 ataques cibernéticos têm como alvo negócios com menos de mil funcionários. Ou seja: quem acha que “não vale a pena ser hackeado” pode estar justamente no topo da lista.
O motivo é simples: enquanto as grandes empresas investem pesado em segurança digital, as pequenas ainda deixam muitas portas abertas. Senhas fracas, programas desatualizados e aquela velha ideia de que “isso nunca vai acontecer aqui” são o prato cheio para quem quer fazer estrago.
E o estrago não é pequeno. Pesquisas recentes mostram que 6 em cada 10 empresas que sofrem um ataque grave acabam fechando as portas em até seis meses. Perdem vendas, perdem dados e, pior ainda, perdem a confiança dos clientes. E a confiança, todo mundo sabe, é difícil de recuperar depois que se perde, ainda mais em negócios locais, onde a reputação vale ouro.

Mas calma: proteger sua empresa não exige rios de dinheiro nem equipe de tecnologia. Algumas atitudes simples já ajudam, e muito. A primeira delas é treinar quem trabalha com você. A maioria dos golpes chega por e-mail ou mensagem falsa. Se a equipe souber reconhecer esse tipo de armadilha, boa parte dos problemas já é evitada logo de cara.
Outra dica é reforçar as senhas e ativar a verificação em dois passos (aquela que manda um código no celular). Parece básico, mas isso evita que alguém acesse o sistema da empresa com uma senha roubada. Também vale manter os programas sempre atualizados. Sabe aquelas janelinhas de atualização que a gente vive adiando? Pois é, elas corrigem falhas que os bandidos sabem explorar com facilidade.
Ferramentas como antivírus e firewall ajudam, mas não fazem tudo sozinhas. É importante cuidar de quem tem acesso a quê na empresa e fazer cópias de segurança dos dados com frequência. De preferência, guarde esses backups em outro lugar, e teste de vez em quando para ver se estão funcionando de verdade, e não só ocupando espaço. Dá trabalho? Um pouco. Mas dá muito menos dor de cabeça do que lidar com um ataque.
E tem mais: conhecer as regras da LGPD (Lei Geral de Proteção de Dados) é essencial. Cuidar bem das informações dos clientes não é só evitar multa. É respeito com quem confia no seu negócio, com quem compra, indica e volta. Além disso, mostra que sua empresa está atualizada e leva a sério a responsabilidade de proteger o que é do outro.
A internet trouxe muitas facilidades, mas também abriu espaço para novos golpes. Hoje, até o pet shop da esquina pode ser alvo de um ataque. Fingir que não é com você é o maior risco. Já quem encara o problema de frente, mesmo com recursos simples, sai na frente. Segurança digital não tem a ver com o tamanho da empresa. Tem a ver com atitude, e com o compromisso de seguir crescendo com consciência e tranquilidade.
TASSO LUGON é CEO da Banestes DTVM e especialista em tecnologia, inovação e transformação digital. Reconhecido nacionalmente, lidera projetos que unem setor público e financeiro para gerar impacto e inclusão. Sua trajetória inclui passagens pelo Tribunal de Justiça do ES, Ministério Público Estadual, Prefeitura de Vila Velha e Governo do Estado, sempre promovendo modernização e resultados.
Comentários