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Colunista

Leitores do Jornal A Tribuna

Mario Gurgel, raça negra e raça na luta por justiça e democracia

Mário Gurgel marcou a política capixaba com coragem, justiça social e defesa da democracia

Aldo José Barroca, do jornal A Tribuna | 03/07/2025, 12:43 h | Atualizado em 03/07/2025, 15:34

Imagem ilustrativa da imagem Mario Gurgel, raça negra e raça na luta por justiça e democracia
Aldo José Barroca é escritor e membro do IHGES. |  Foto: Arquivo/AT

Mário Gurgel nasceu em 12 de junho de 1922. Criado na Ilha do Príncipe, bairro humilde de capital capixaba, destacou-se na política, na oratória, na advocacia, na assistência à infância e na luta por justiça social.

Foi eleito prefeito de Vitória, duas vezes vereador da capital capixaba, duas vezes deputado estadual e deputado federal em 1966. O primeiro presidente negro da Assembleia Legislativa do Espírito Santo (ALES).

Considerado o “Advogado dos Pobres”, por sua luta pelos direitos dos necessitados, principalmente das crianças carentes. Em 1958 fundou a “Casa do Menino”, para proteção de menores, com assistência médica, escola e alimentação.

Autor da lei que criou o Departamento Social do Menor, primeira instituição estadual a cuidar do assunto. Contribuiu para a criação e manutenção do Lar da Menina, da Escola de Pesca Caboclo Bernardo e de outras instituições para o bem-estar do Menor. Foi presidente do Instituto Espírito-santense para o Bem-estar do Menor.

Os também deputados estaduais Élcio Pinheiro Cordeiro e Isaac Lopes Rubim pregavam a destituição do Presidente João Goulart, o Jango e Gurgel debatia com eles, defendendo a manutenção de Jango no poder.

Com o golpe militar de 1964, os trabalhadores e os estudantes protestando a favor da democracia questionaram: “Cadê os políticos?”, respondeu: “Mario Gurgel presente”. Embora o bom senso seria se aliar aos “donos do poder”, na Assembleia Legislativa foi a única voz que se levantou contra a tomada do poder pelas armas.

Mario subiu à tribuna e protestou contra o golpe, classificando como atentado à democracia, e encerrou dizendo que se curvava diante do vencedor como vencido, mas tinha certeza de que a história os puniria por terem violado a democracia.

Impediu coronel de destituir o governador Francisco Lacerda de Aguiar, o popular Chiquinho, coronel garantiu que pagaria caro. Respondeu: “Forças Armadas pagarão mais caro ante a história, pelo mal que fazem ao País”.

Deputados estaduais liderados pelo deputado Christiano Dias Lopes Filho, foram ao 38º BI e, após tentativas frustradas para incluir o governador nas listas de cassação, optaram por derrubá-lo por meio de uma CPI na Assembleia Legislativa. Mas sendo Mário Gurgel o relator, houve uma forte resistência às pressões e não veio a cassação. Posteriormente, com novas pressões, Chiquinho foi obrigado a renunciar.

Em 1966 eleito deputado federal com votação consagradora. O (extinto) Jornal O Diário registrou: Gurgel, a esquerda triunfante. Mario afirmou na Assembleia: “História dos militares é de traição”. (Militares da ditadura).

Único deputado a dizer não ao voto de louvor às Forças Armadas, foi preso. Em 7 de fevereiro de 1969 teve o mandato de deputado federal cassado e os direitos políticos suspensos por 10 anos, pelo Ato Institucional nº 5 (AI5).

Sua trajetória exemplar comprova poder a política ser atividade honrosa, compensando trabalhar por um país igual para todos, conforme estabelece a Constituição Federal. Faleceu em 4 de janeiro de 1996.

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