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LGPD e empresas: da indiferença à transformação necessária

Empresas brasileiras amadurecem na adoção da LGPD e transformam obrigação em estratégia de confiança

Carlos Augusto Pena Leal | 03/11/2025, 12:59 h | Atualizado em 03/11/2025, 12:59

Imagem ilustrativa da imagem LGPD e empresas: da indiferença à transformação necessária
Carlos Augusto Pena Leal é sócio do escritório Motta Leal & Advogados Associados, advogado especialista em privacidade e proteção de dados |  Foto: Divulgação

Desde a entrada em vigor da Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD), em 2020, o cenário empresarial brasileiro passou por mudanças significativas, ainda que nem sempre com a velocidade ou profundidade esperadas. Inicialmente, observou-se uma postura majoritariamente marcada por resistência, indiferença ou inércia.

Para grande parte das empresas, a LGPD foi recebida como mais uma exigência regulatória, aparentemente distante da realidade cotidiana e, à primeira vista, carente de efetividade fiscalizatória.

Essa percepção inicial se apoiava em dois fatores principais: o desconhecimento técnico sobre as obrigações trazidas pela nova legislação e a crença de que a fiscalização seria branda ou meramente simbólica. Diante disso, muitas organizações optaram por adotar uma postura minimalista, tratando a conformidade como um custo que poderia ser evitado. No entanto, essa estratégia mostrou-se equivocada. Com a consolidação da atuação da Autoridade Nacional de Proteção de Dados (ANPD) e o crescimento da judicialização envolvendo temas de privacidade, tornou-se evidente que a não conformidade com a LGPD acarreta não apenas sanções administrativas, mas também impactos reputacionais e jurídicos relevantes.

À medida que o ecossistema regulatório amadureceu e a sociedade passou a demonstrar maior sensibilidade quanto à proteção da privacidade, o setor empresarial começou a ajustar sua postura. A conformidade com a LGPD deixou de ser vista apenas como uma imposição legal para se tornar uma medida estratégica, essencial à sustentabilidade dos negócios. Proteger dados pessoais passou a ser compreendido como um elemento-chave na construção da confiança com consumidores e parceiros.

Atualmente, os processos de coleta, armazenamento e utilização de dados pelas empresas estão se tornando mais criteriosos e estruturados. Há um esforço contínuo voltado ao mapeamento dos dados pessoais, à revisão de contratos com fornecedores e prestadores de serviços, à elaboração e atualização de políticas de privacidade e à capacitação de colaboradores. Em muitos casos, a LGPD desencadeou uma reavaliação profunda dos fluxos internos de tratamento de dados, conferindo maior segurança às operações corporativas.

É importante reconhecer que o grau de maturidade na implementação da LGPD ainda varia consideravelmente entre setores da economia e entre empresas de diferentes portes. No entanto, a mudança de mentalidade é inegável. O tema passou a integrar a pauta estratégica das organizações, representando um avanço no cenário regulatório.

Mais do que uma obrigação legal, a LGPD simboliza a criação de uma nova cultural no ambiente empresarial. A transição do desinteresse inicial para uma abordagem proativa revela que a proteção de dados não é apenas um imperativo regulatório, mas uma exigência do próprio mercado. As empresas que não compreenderem essa transformação naturalmente perderão espaço no mercado.

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