Bicentenário do nascimento de Dom Pedro II
Bicentenário de Pedro II destaca legado progressista, visitas ao ES e contradições de seu governo
Leitores do Jornal A Tribuna
O Imperador Pedro II foi um grande monarca e responsável pela construção da identidade nacional. Em 2025, celebrou-se o bicentenário do seu nascimento (nascido em 02/12/1825, no RJ). Último imperador do Brasil, grande incentivador das ciências, artes e educação. Figura histórica dedicada firmemente ao desenvolvimento do País, e com grande contribuição histórica para o futuro da nossa nação.
O Imperador Pedro II é considerado progressista por ter impulsionado o fortalecimento das instituições brasileiras, deixou um histórico legado cultural. Comemoramos o desenvolvimento econômico, social e educacional do Brasil, além de ter apoiado ativamente a abolição da escravidão.
O Espírito Santo teve o privilégio de recebê-lo em 1860, quando visitou o Convento da Penha, o Frade e a Freira, o Mestre Álvaro, a Cidade de Anchieta e a Lagoa Juparanã, em Linhares. Toda a sua estada em terras capixabas está registrada no excelente livro, verdadeiro documento histórico, “Viagem de Pedro II ao Espírito Santo”, de Levy Rocha. O imperador ficou 15 dias, tudo registrado em um diário, onde ressaltava as belezas históricas e naturais, ficando impressionado e surpreso com o que encontrou na viagem.
Antes de pernoitar no Convento da Penha, visitou a Igrejinha de Nossa Senhora do Rosário, que estava em estado de quase abandono, o que o levou a dar uma quantia em dinheiro para sua manutenção emergencial. Visitou ainda o único local de captação de água potável, a Fonte de Inhoá, onde determinou e deu recurso para que se fizesse uma canalização da fonte até um chafariz a ser construído na praça em frente à Igrejinha do Rosário, sendo esse sistema o primeiro de captação encanada de água potável que se tem notícia no Espírito Santo.
Ele incentivou a industrialização, a construção de ferrovias e telégrafos, e promoveu a expansão da educação e da cultura. Sua visão de progresso, no entanto, foi vista por alguns como contraditória devido à sua insistência na centralização do poder, o que acabou por contribuir para a crise da monarquia.
Críticas também recebia o imperador, como a insistência em controlar pessoalmente aspectos do governo, sendo vista como uma forma de centralização excessiva que poderia sufocar a inovação. Embora a Constituição de 1824 previsse um sistema parlamentarista, ele usou o Poder Moderador para intervir na política, alternando partidos no poder e dissolvendo a Câmara dos Deputados, um tipo de parlamentarismo às avessas, o que o distanciava de alguns setores da sociedade.
Dom Pedro II foi deposto na Proclamação da República, em 15 de novembro de 1889, mas não ofereceu resistência ao golpe militar liderado pelo Marechal Deodoro da Fonseca. Doente e desiludido, foi exilado com a família para a Europa poucos dias depois, marcando o fim do Império Brasileiro e o início do período republicano. Mesmo após a queda da monarquia, a figura de Pedro II foi resgatada e valorizada por diferentes governos, consolidando a imagem de imperador progressista e o “pai” da nação brasileira.
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