Dia Mundial da Paz
Confira a coluna desta segunda-feira (30)
No coração humano, há poucas palavras tão queridas e sonhadas como a da “paz”. As guerras, hoje, alcançaram proporções tão assustadoras, que despertaram em todos o mais ardente desejo de paz.
Papa João 23, na “Pacem in Terris”, o Concílio Vaticano 2º na “Gaudium et Spes” e as Conferências Episcopais Latino-americanas de Medellín, Puebla, Santo Domingo e Aparecida (SP) abordaram o tema de tão candente atualidade.
Ressoam, na consciência da humanidade, as palavras do Papa Paulo 6º, na ONU (Organização das Nações Unidas), em 4 de outubro de 1965:
“Nunca mais as guerras, nunca mais! Ou a humanidade porá fim às guerras ou as guerras porão fim à humanidade. Se quiserem ser irmãos, deixai cair as armas das mãos! Não podemos amar com as armas na mão!”.
Desde Caim, a guerra é a inseparável companheira do homem. Apesar do inegável progresso humano e do assombroso avanço tecnológico, a violência, o terrorismo, a violação dos direitos humanos, a exploração do homem pelo homem parecem prevalecer sobre a racionalidade em nossa civilização moderna.
A encarnação do Filho de Deus, devolvendo ao homem a dignidade perdida, inaugurou, no mundo, uma guerra bem mais radical: não contra os outros, mas contra a si mesmo. As paixões desreguladas e os instintos perversos, que nos habitam, colocaram nos corações a força do amor, implementando, assim, a fraternidade universal, criadora da paz.
Incansável artífice da paz, Papa Francisco dirigiu ao mundo uma rica mensagem para este Dia Mundial da Paz (1º de janeiro): “A paz é um dom de Deus e uma conquista humana. Ela é como uma chave, com três dentes: igualdade, liberdade e solidariedade. Essa chave – abrindo as portas para a igual dignidade entre as pessoas, a liberdade de consciência e a fraternidade – gera a paz entre os povos, as categorias sociais, nas famílias e entre elas”.
Não haverá paz, sem o reconhecimento desses três dons, dados por Deus aos homens, que Jesus restaurou. A paz, fruto do esforço de todos, é para o benefício de todos: as diferenças de raças, culturas, línguas e categorias sociais não são barreiras, mas pontes. Não problema, mas solução. Não pobreza, mas riqueza de um povo.
Cada um de nós – ensina o episódio de Caim – é responsável pela vida de seu próximo: o Jubileu 2025 visa nos convencer disso e nos educar ao espírito de altruísmo e de serviço!
O pastor luterano Dietrich Bonhoeffer (1906-1945) afirmou: “Não existe maior felicidade do que sentir-se útil para o próximo!”.
Sobre seu túmulo, Baha Allah, um místico árabo, mandou escrever: “Seja uma lâmpada, que ilumina os que andam na escuridão; consolação para os desanimados e uma casa aconchegante para os refugiados, os moradores de rua e os perdidos na vida”.
Diz Mateus, no seu Evangelho: “O que fizestes ao menor destes meus irmãos é a mim que o fizestes”. São João da Cruz comenta: “Faça os outros felizes, quanto mais puder, e você será feliz, a mais não puder, na condição e no lugar, onde você estiver”. Um feliz e abençoado Ano Novo a todos os queridos leitores de A Tribuna.