Triste recomeço
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Tão previsível quanto compreensível, o difícil início da “era Renato Paiva” tem números piores do que a de seus três conterrâneos que ocuparam o cargo de técnico da SAF Botafogo. Com o aproveitamento de 33,3% dos pontos (duas vitórias, quatro derrotas e dois empates) em oito jogos, Paiva fica atrás de Luis Castro (70%), Artur Jorge (62,5%) e Bruno Lage (58,3%) também nos oito primeiros jogos.
A favor dele conta o fato de ter pego o elenco em fase de desmanche, com as “peças de reposição” sendo contratadas antes mesmo de sua chegada. E para substituir jogadores campeões do Brasil e da América do Sul.
A derrota de 1 a 0 para o Estudiantes, na Argentina, pela terceira rodada da Libertadores, teve atuação abaixo do esperado, e agravou o já pouco prestígio do português Renato Paiva com os torcedores alvinegros.
Desconforto
É importante lembrar que, a exemplo de outros técnicos que se veem em desconforto, sem tempo para atividades coletivas, o treinador do Botafogo ainda terá dificuldade para melhorar o padrão tático do time no curto tempo.
Santi Rodrigues e Arthur estão distantes de Thiago Almada e Luiz Henrique e aqueles que hoje compõem o banco não entregam o desempenho de ex-titulares como Eduardo, Tchê Tchê, Junior Santos e Tiquinho.
Sobrará sempre para o técnico - não tenho dúvidas disso. Mas é um absurdo não atentar para os fatos que compõem este enredo, da crise do Lyon, controlado pela Eagles Holding de John Textor à demora na contratação do novo técnico para o lugar de Artur Jorge. O projeto esportivo do Botafogo de 2025 ainda não está condenado ao fracasso, mas os torcedores terão de aceitar que se trata de mais um reinício. E, como tal, sujeito aos altos e baixos.
Em resumo, o Botafogo é outro, como o próprio Renato Paixa bem disse, rechaçando comparação entre a forma de jogar dos times deste ano e do ano passado.
Narrativa
Narrativa que pode ser tomada de forma bem abrangente. Aliás, entende-se agora o que o CEO Tairo Arruda quis dizer quando alertou em dezembro de 2024, ainda em meio aos festejos pelas conquistas tão sonhadas, que em 2025 o clube estaria mais voltado para melhora na estrutura física.
O clássico contra o Fluminense de Renato Gaúcho, amanhã, no Nilton Santos, tem sabor de decisão para os alvinegros. Em plena sexta rodada do Brasileiro.
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