Estranho no ninho...
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A última vitória do Vasco no Maracanã foi o 1 a 0 sobre o Atlético/MG, gol de Serginho, pelo Brasileiro de 2023. De lá pra cá, o clube disputou onze jogos no estádio: empatou cinco e perdeu seis - quatro delas para o rival do confronto desta tarde. Mas isto não é o mais alarmante: desde o arrendamento do icônico estádio para a dupla Fla-Flu, em 2019, o Vasco venceu apenas seis partidas (20%) das 30 que disputou no grande palco - metade delas em confrontos com adversários de fora do Rio.
O Vasco venceu o Flamengo em duas oportunidades (estaduais de 2021 e de 23) e o Botafogo em uma. Fora isso, bateu o Atlético/MG, o Cruzeiro e o ABC, essas duas últimas pela Série B do Brasileiro.
Neste recorte, aliás, não perdeu para times de outros estados. No entanto, foi derrotado em 14 jogos - onze contra o Flamengo, dois contra o Fluminense e um contra o Nova Iguaçu, lembram? Aquele que tirou o time de Ramón Díaz das finais do Estadual de 2023. Um aproveitamento abaixo da crítica.
Hoje, com o envelopamento do Maracanã e sua caracterização como casa da dupla Fla-Flu, os próprios jogadores do Vasco já pedem para a diretoria priorizar São Januário nos jogos com o mando de campo.
Grosso modo, parecem ter desaprendido a jogar num estádio para mais de 50 mil espectadores, mesmo que em alguns destes jogos seus torcedores sejam maioria na arquibancada. O pior é que a diretoria aceita e, sem perceber, ajuda a diminuir a grandeza do clube.
Vejam vocês que em abril, essa diretoria do Vasco, omissa e inconsequente, anunciou com pompa e orgulho um acordo com representantes do Consórcio Maracanã (leia-se Flamengo e Fluminense) para que o time pudesse mandar de quatro a oito jogos no estádio (além dos clássicos estaduais) entre 2025 e 2026. Balela.
Faltam nove jogos para o Vasco fazer como mandante e a informação é de que os jogadores preferem jogar em São Januário - onde, aliás, eles têm tido desempenho pífio.
Pior ainda é saber que o presidente Pedro Paulo está agora empenhado em costurar um acordo com os executivos da SAF do Botafogo para mandar alguns jogos no Nilton Santos em 2026 - e não mais no Maracanã.
Essa demonstração de fraqueza e desprestígio mostra o desconforto de um clube que se sente um estranho no ninho quando seus jogadores pisam o gramado que o Vasco ajudou a consagrar…
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