Gilmar Ferreira. |  Foto: Divulgação

Alexandre Bittencourt, benemérito e conselheiro do Vasco, sugeriu e conseguiu aprovar, por 114 votos, uma moção ao presidente Pedro Paulo e ao departamento de futebol do clube pelo trabalho desenvolvido ao longo do ano, que culminou com a ida do time à final da Copa do Brasil. Bittencourt, pelo que apurei, não integra o núcleo de apoio à “Sempre Vasco”, grupo político responsável pela atual gestão. Ao contrário, atuou pela absolvição dos dois últimos ex-presidentes vascaínos, Alexandre Campello e Jorge Salgado, em recentes processos internos da conturbada política do clube.

Em tese, isso significa que o jovem executivo da Petrobras, inserido há quase três décadas nas discussões mais relevantes do Vasco, compartilha da percepção de parte expressiva da torcida, especialmente daqueles que compreendem o processo de recuperação institucional: sem união, reconhecimento e apoio aos avanços possíveis, o clube seguirá estagnado. Conquistar títulos é apenas a face visível do processo. Para chegar até lá, é preciso força não só no campo, mas também nas assembleias, nas arquibancadas, nas ruas e no coração de cada torcedor.

Apesar do desempenho esportivo aquém do esperado e da insistência em responsabilizar gestões anteriores, é possível, sim, identificar avanços. Uma administração construiu um CT, outra viabilizou aporte financeiro que reestruturou o elenco, e a atual, comandada pelo ex-jogador Pedrinho — hoje Pedro Paulo de Oliveira —, dá novos passos em direção ao futuro. Ainda que erre e mereça críticas, também acumula acertos que precisam ser reconhecidos.

O clube refez o modelo de gestão das franquias de sua boutique, regularizou suas 68 lojas, terá a Nike como fornecedora de material esportivo e está próximo de receber novo aporte financeiro com a venda de ações da SAF. Soma-se a isso a reforma de São Januário e o aumento da capacidade de público. A luta do Vasco, definitivamente, ainda não está perdida.

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