A depressão vascaína…
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Entendo o sentimento. Mas analisada de forma isolada, fora do contexto onde o Vasco se encontra como instituição, a goleada de 4 a 0 imposta pelo Independente Del Valle na noite da última terça-feira (15), em Quito, no Equador, na repescagem das oitavas da Sul-Americana, teve duas condicionantes: a altitude e a expulsão do lateral Lucas Piton com onze minutos de jogo. Elas mudaram a natureza do duelo e facilitaram a vida do adversário que têm mais tempo de trabalho e já não perdia há nove jogos.
Assusta, porém, reconhecer que não se trata apenas de mais um mau resultado, condicionado por variantes. Em leitura abrangente, a goleada reforça o sensação do apequenamento do Vasco que, em oito participações no torneio, nunca venceu fora do País.
Aliás, como visitante, tem uma só vitória na competição. Foi o 4 a 2 sobre o Athletico/PR, em 2007. Nos 17 outros jogos sem o mando, cinco contra adversários brasileiros, o time perdeu 13 e empatou quatro.
Ou seja: essa derrota não pode ser encarada como algo isolado. É aceitável perder ou empatar fora de casa em confrontos com São Paulo, Corinthians, Palmeiras, LDU, Universidad do Chile, Lanús, América do México e até para o Del Valle.
Mas dos 13 sem vitória, alguns foram contra clubes que mal figuram num escalão inferior do continente. O Vasco registra derrotas para Aurora, da Bolívia (2011) e Puerto Cabello, da Venezuela, em maio; e empates com Oriente Petrolero, da Bolívia, (2020); Caracas, da Venezuela (2020); e Melgar, do Peru, em abril. E isso é surreal!
Na edição deste ano, nos últimos três jogos como visitante fora do país, o time sofreu nove gols e fez apenas um - e com três técnicos distintos. Logo o Vasco, campeão sul-americano de 48, e campeão da Libertadores em 98, ano de seu centenário.
E que detém a pompa de ter sido o campeão da Copa Mercosul de 2000 com virada histórica sobre o Palmeiras na final reconhecida como “Jogo do Século”.
É estranho que Pedro Paulo, o presidente, não se sinta na obrigação de dizer algo que ao menos afague os vascaínos. De qualquer forma, o jogo contra o Grêmio, amanhã à tarde, em São Januário, deve ser retirado deste contexto.
O jogo em casa, com a torcida “jogando” a favor, e o momento adverso dos gaúchos, criam atmosfera favorável aos vascaínos. Que Fernando Diniz, como um dos poucos guardiões da honra vascaína, tenha mais sorte - e competência!
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