Sinal de alerta
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Carlo Ancelotti deve estar mesmo preocupado com o momento dos principais atacantes brasileiros - em especial os convocáveis para a seleção. A começar por Vinícius Júnior, que não tem entregado intensidade e eficácia nem no Real Madrid; e terminando com o parceiro de clube Rodrygo, que hibernou na solidão da própria mente e não figura sequer entre os 16 principais jogadores do time merengue.
Passando por Endrick e Pedro, atacantes que, por motivos distintos, perderam o nível competitivo e estão no limbo temporário de suas carreiras.
Isso significa dizer que, a exceção de Raphinha, que na temporada 2024/25, encerrada há pouco, fez 34 gols e deu 22 assistências em 57 jogos do Barcelona, a seleção brasileira não tem um goleador em alto nível para escorar suas ambições.
Sim, porque o ídolo dos catalães não é propriamente um homem de área que carrega a incumbência da artilharia. Papel que, no Barça, é exercido (e muito bem!) por Lewandovsky, polonês que marcou 42 gols em 52 jogos da temporada.
Ou seja: o ideal é que Raphinha tenha, na seleção, uma referência na área.
Mas, vejam vocês, a final do Mundial de Clubes da Fifa que será decidido neste domingo (13) à tarde, em Nova Jersey, pode apontar um caminho. Porque PSG, campeão da Champions League, e Chelsea, que é o atual vencedor da Liga das Conferencias (terceiro na hierarquia europeia), chegaram até aqui mais pelo funcionamento de seus sistemas de jogo do que pelo heroísmo de um artilheiro.
Lembrando que os líderes da tábua (Di Maria, Gonzalo Garcia, Guirassy e Marcos Leonardo) têm quatro gols, cada um. Todos já fora do torneio.
O Chelsea tem o português Pedro Neto, com três gols, e o brasileiro João Pedro, com dois. E o PSG, além do espanhol Fabián Ruiz (3), há o francês Dembélé (2), e o português João Neves (2). E eles até podem brilhar na final, igualar ou superar os líderes da artilharia (4).
Mas não são goleadores, jogadores de área, espécie que parece a cada dia mais escassa. Talvez Dembelé, que tem 35 gols e 15 assistências na temporada, e o jovem João Pedro sejam os que mais se aproximem disso.
A final do torneio dá a Ancelotti a chance de fortalecer a ideia de fazer o sistema da seleção fluir sem um “salvador da pátria”. A mim não anima. Sou preso às façanhas de Romario & Bebeto, na Copa de 94, e Ronaldo & Rivaldo, na de 2002.
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