Meta condenada a indenizar usuários por vazamento em redes sociais
Justiça determinou indenização de R$ 10 mil por vazamento do Facebook e Instagram, além de R$ 40 milhões por danos coletivos
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O Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJ-MG) decidiu que a Meta, dona do Facebook, Instagram e WhatsApp, deve pagar indenizações aos usuários afetados por vazamentos de dados ocorridos em 2018 e 2019.
A empresa foi condenada a pagar R$ 40 milhões, por danos morais coletivos, e também R$ 10 mil para cada usuário afetado. A Meta ainda pode recorrer.
A decisão, de segunda instância, confirma o que já havia sido determinado pela primeira, com uma mudança importante: o usuário não precisará mais comprovar que foi prejudicado; é a empresa que deverá ativamente identificar os usuários afetados para indenizá-los.
Os pagamentos devem ser realizados diretamente pela empresa a esses usuários, sem necessidade de ações individuais na Justiça. Em nota, a empresa disse discordar da decisão e que está avaliando suas opções legais.
“Como é uma ação coletiva, nada adianta haver o reconhecimento dessa indenização, mas cada consumidor tem que pedir o pagamento individualmente”, afirmou Lilian Salgado, presidente do Comitê Técnico do Instituto Defesa Coletiva, que ingressou com a ação.
Inicialmente, a Justiça havia determinado que cada consumidor precisaria comprovar que seus dados foram expostos, mas essa exigência foi descartada.
Após nova decisão, é a empresa quem deve provar que determinados usuários não foram afetados caso não os inclua nas indenizações, diz Gabriel de Britto Silva, advogado especializado em direito do consumidor. Se não conseguir fazê-lo, todos os usuários ativos no momento dos vazamentos terão direito à indenização.
“Na ausência de prova individualizada de que não houve vazamento daquele usuário, o entendimento é de que houve vazamento. A prova do dano causado pelo vazamento de dados cabe à Meta”, destacou.
Entenda
Mais de 15 milhões de pessoas afetadas
Por que o Facebook terá que indenizar os usuários?
O julgamento analisou duas ações civis públicas do Instituto Defesa Coletiva, que foram protocoladas depois de uma série de vazamentos de informações pessoais dos internautas.
Quantos usuários tiveram os dados expostos pelo Facebook?
O primeiro vazamento aconteceu em setembro de 2018, quando hackers conseguiram burlar a segurança do Facebook e acessar detalhes como nome, telefone e e-mail de 15 milhões de pessoas.
Outros 14 milhões de usuários da rede social tiveram ainda mais dados acessados: gênero, localidade, idioma, status de relacionamento, religião, cidade natal e data de nascimento.
Em dezembro, houve um novo vazamento, dessa vez de fotos de usuários, além de imagens carregadas, mas não publicadas, nos stories. O número de vítimas ultrapassa 6 milhões de internautas.
Vulnerabilidade
A segunda ação foi protocolada em julho de 2020 e cita uma vulnerabilidade do aplicativo WhatsApp, em maio de 2019, que permitiu que hackers instalassem programas para ter acesso aos dados dos celulares dos usuários.
O número de usuários afetados não foi informado pela empresa.
Como saber se meus dados do Facebook foram vazados?
Na ação civil coletiva, o Facebook não apresentou uma lista com o nome das pessoas que tiveram seus dados vazados nem comprovou ter avisado aos internautas sobre o problema.
Fonte: Jornal O Globo.
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