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Cidades

“Virei lutadora e mudei o jeito de ver a vida”

Depois de receber o diagnóstico de pressão alta, Danubia Curcio Rosa adotou hábitos saudáveis e passou a praticar esportes


Imagem ilustrativa da imagem “Virei lutadora e mudei o jeito de ver a vida”
Danubia Curcio Rosa mostra as medalhas conquistadas no jiu-jítsu |  Foto: Leone Iglesias/AT

“Buscava uma forma de melhorar a minha saúde e ganhei mais do que isso. Descobri que o esporte pode ser um refúgio. Além de mais qualidade de vida, ao virar lutadora, eu transformei a maneira de ver a vida.

A minha família é hipertensa, tanto pelo lado do meu pai quanto pelo da minha mãe, e ao ir ao médico e ver que eu estava com pressão alta, fiquei preocupada.

Na época, eu trabalhava em um hospital e sentia muita dor de cabeça, o que acontecia direto.

Eu tinha um hábito muito ruim, sendo sedentária e também tendo uma alimentação nada saudável.

Praticamente todos os dias eu comia fast-food, porque tinha uma loja de lanches perto do meu trabalho, então era mais prático, mais fácil.

Alerta

Com o alerta da minha saúde, passei por transformações. Saí da consulta com uma receita de remédio e com a sugestão do esporte. O médico disse: 'se você não for fazer nada, comece a tomar esse remédio aqui. Mas faça o seguinte: comece a tomá-lo e procure o esporte'.

Fiquei decidida que não queria tomar remédio. Eu sabia que a minha situação nada mais era do que a falta de cuidado comigo mesma. É uma questão de escolha. Escolhi não ser dependente de remédio. Optei pelo esporte, pela saúde e pela qualidade de vida.

Havia falado com o doutor que não gostava de academia, não sabia correr, e ele me sugeriu fazer algo com ‘explosão’ para a minha pressão não subir novamente. Em 2015, entrei para o mundo muay thai. Antes disso, eu praticava corrida.

Depois de dois anos firme e forte com o esporte, sofri uma lesão no pé, o que fez com que eu cessasse a prática. É importante deixar claro que nessa época, a minha alimentação continuava não sendo a das melhores. Ela só mudou quando entrou no jiu-jitsu, em 2017.

Jiu-jítsu

Se eu não podia praticar muay thai, procurei outro caminho para continuar ativa. No jiu-jítsu, passei a competir. Meu professor tinha me dito que, por conta da minha altura, seria importante que eu perdesse 10 quilos, pois eu era muito baixa e as meninas do meu peso eram as mais alongadas. A partir daí, entrei em uma dieta.

Adicionei mais proteína, reduzi o carboidrato, parei de comer o fast-food, doces e refrigerantes. Antigamente, eu era viciada em Coca-Cola, o ponto de acordar de madrugada para tomar. Consegui perder os 10 quilos propostos. Depois os ganhei novamente, mas de uma forma saudável.

Paixão

O jiu-jítsu faz parte totalmente da minha vida, participo de várias competições. O problema é que o Estado tem uma deficiência muito grande em questão de quanto mais graduada as mulheres vão ficando, mais elas vão saindo do esporte, não querem competir.

Tenho dificuldade de encontrar colegas para competir. Se eu quiser, tenho que sair do Estado, ir para o Rio. Mas enquanto posso participar, estou dentro! Meu último campeonato foi em dezembro e em maio terá outro.

O esporte me trouxe uma leveza, uma calmaria. Acrescentou muito em minha vida. Virei lutadora e transformei a maneira de ver a vida. Às vezes estou muito cansada e estressada e meu lugar é o jiu-jítsu. Depois de Deus e da minha família, ele ocupa meu coração. Em todos os momentos mais difíceis que eu já vivi, o meu refúgio era o tatame.

Além disso, em setembro de 2022 eu também tive a oportunidade de trabalhar com um projeto social, o Projeto Mais Amor, em que dei aulas da arte marcial para crianças. Hoje, outra professora está dando continuidade a ele, e é uma felicidade muito grande ver histórias de meninas que estavam perdidas se encontrarem no jiu-jítsu.

Futuro

O que eu mais quero é continuar o jiu-jítsu. Com a correria você acaba às vezes tendo que optar por algumas coisas, mas a ideia é não parar. Eu falo que estou na reta final para começar de novo porque estou a um passo muito próximo de ter a faixa preta. Ano que vem será o que pegarei essa faixa, e ficará marcado para mim.

Também desejo ter um lugar só para mulheres treinarem. Na academia em que comecei, eu era a única menina, ficava meio sem jeito, mas hoje temos um time de 16 mulheres. É o maior e melhor time, muito forte e que compete bastante. Somos privilegiadas.

Depois de mudar toda a rotina, nunca mais tive pressão alta. Faço exames anualmente, mas é só para o controle”.

QUEM É

A estagiária de técnico de segurança do trabalho Danubia Curcio Rosa, de 36 anos, mudou de vida ao ver que estava com pressão alta.

Ela, que antes era uma mulher sedentária e de alimentação não saudável, mudou completamente seus hábitos.

Começou a praticar esportes, como muay thai e jiu-jítsu, e encontrou no mundo desta arte marcial um refúgio importante.

Para o futuro, ela quer continuar com a prática do esporte. Ano que vem, conquistará a faixa preta.

O QUE DIZEM OS ESPECIALISTAS

Mudança de trajetória

“É muito comum nos extremos de idade (menos de 35 anos e mais de 55) os pacientes terem a hipertensão secundária, que é elevação da pressão secundária a algum outro motivo como sedentarismo, estresse excessivo e ganho de peso.

Nesses pacientes é possível eliminar a condição da hipertensão e o uso de anti-hipertensivos por meio de mudanças no estilo de vida, comendo menos sal e fazendo atividade física regular, por exemplo.

É importante que o paciente entenda que essa é uma condição de saúde crônica e que traz vários prejuízos. A mudança de estilo de vida pode mudar sua trajetória”.

Fernanda Bento, coordenadora médica do Serviço de Cardiologia do Meridional Serra.

Atividade é remédio

“A prática da atividade física, principalmente a aeróbica, tende a ter um efeito hipotensivo, o que faz a pressão da pessoa cair e ter um controle natural. Ela própria é um remédio controlado e eficiente.

A atividade física também melhora a distribuição da composição corporal, com isso, há a menor quantidade de gordura e otimizando a quantidade de massa magra no corpo. Quanto maior a massa magra, melhor o metabolismo basal. Isso promove um aumento do custo enérgico para se manter e consequentemente favorece emagrecimento a médio longo prazo”.

Christian Rosa, profissional de Educação Física

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