Vacinas muito além da antirrábica
Médicos veterinários explicam quais são os outros imunizantes que não podem ficar de fora da rotina de cães e gatos
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A decisão de ter um pet para ser parte da família vai além de receber e dar amor. Há ainda os cuidados com água, comida, banho e a vacinação, que não se resume à antirrábica, que é obrigatória e oferecida gratuitamente nas campanhas municipais.
A veterinária Suellen Guedes destaca que as vacinas utilizadas em cães são as polivalentes (V10, V8), a vacina contra gripe, a vacina contra giárdia e a antirrábica. De aplicação essencial são as polivalentes e antirrábica.
“De uso opcional, ou seja, que o médico veterinário vai dizer se o paciente tem indicação ou não de receber, é a contra gripe e contra giárdia. Lembrando que essas não são capazes de fazer com que o paciente não seja infectado, porém ajuda que os sinais clínicos sejam mais amenos”, diz.
As vacinas utilizadas em gatos são as polivalentes (V3, V4), a antirrábica e a contra Felv. “Sendo que a polivalente e a antirrábica são essenciais.”
Todos os imunizantes são oferecidos em clínicas veterinárias e planos de saúde, com valores que variam de R$ 25, para quem tem plano, a R$ 170, no particular, segundo levantamento feito pela reportagem.
O médico veterinário Rafael Fiorin explica que não há um calendário padronizado, pois a vacinação vai depender da rotina de cada pet. “Os protocolos devem ser individualizados, de acordo com os desafios que esse pet pode ter no ambiente em que vive”.
Suellen Guedes destaca que quando se tratar de cães e gatos filhotes, que estão iniciando seu protocolo vacinal, ou pacientes adultos que não se sabe o histórico de vacinação, é importante evitar ambientes com muitos animais, pois a vacina induz uma proteção de maneira gradual ao paciente, e até o final da imunização ele não está totalmente protegido.
O médico veterinário e professor do curso de Medicina Veterinária da Universidade Vila Velha (UVV) Caio Vitor Bueno Dias exemplifica que além das vacinas essenciais, a da gripe canina é importante para cães que ficam em creches, canis e abrigos.
“Nós andamos na rua. Podemos levar algum micro-organismo para dentro de casa, o animal pode ter contato com a rua pelo portão”.
Calendário de vacinas
Para cachorros (vacina / o que previne)
V8 ou V10: parvovirose, coronavirose, cinomose, parainfluenza, adenovirose, hepatite infecciosa e leptospirose.
Gripe canina: parainfluenza e bordetella bronchiseptica.
Antirrábica: raiva.
*Após o cachorro completar o esquema vacinal, o reforço das doses é único e anual.
Doses
O intervalo entre as doses é variável de acordo com o estilo de vida e ambiente do paciente.
Por exemplo, animais que vivem em abrigos ou canis e gatis devem ter um intervalo menor entre as doses, quando comparados a pacientes que estão em ambiente controlado, segundo a médica veterinária Suellen Guedes.
Para gatos (vacina / o que previne)
Polivalente (V3, V4 e V5): panleucopenia, rinotraqueíte, calicivirose, clamidiose felina.
Antirrábica: raiva.
Felv: leucemia felina.
*Após o gato completar o esquema vacinal, o reforço das doses é único e anual.
Antirrábica
A vacinação antirrábica é obrigatória por ser uma zoonose que compromete o sistema nervoso central tanto dos animais como dos humanos e é uma doença com taxa de letalidade extremamente elevada
Doenças que as vacinas previnem
Gatos
Panleucopenia felina
Afeta o sistema digestivo e imunológico, levando a sintomas como vômitos e diarreia.
Rinotraqueíte viral felina (herpesvírus felino tipo 1):
Infecções respiratórias superiores, levando a espirros, secreção nasal e ocular, conjuntivite e febre.
Calicivirose felina
Também é uma doença respiratória que causa sintomas como úlceras na boca, secreções oculares e nasais, espirros, febre e perda de apetite.
Clamidiose felina
Esta doença provoca conjuntivite e inflamação das vias respiratórias superiores, podendo se espalhar entre gatos, especialmente em ambientes com alta densidade populacional.
FeLV
O vírus da leucemia felina, como a leucemia humana, provoca a imunossupressão nos felinos.
Cães
Cinomose
Doença com alta letalidade que compromete os sistemas respiratório, digestivo e neurológico.
Parvovirose
Doença grave que compromete o sistema digestivo dos animais (gastroenterite grave).
Coronavirose
Doença subclínica em cães.
Adenovírus tipo 1
Hepatite infecciosa canina.
Adenovírus tipo 2
Causa doenças respiratórias.
Parainfluenza
Doença do trato respiratório.
Leptospira interrogans (dois tipos de leptospirose)
Essas são as doenças transmitidas pelos ratos e também são zoonozes, podendo ser transmitidas para humanos.
A vacina V10 inclui mais dois tipos de leptospirose.
Gripe
Mais conhecida como tosse dos canis, sendo uma doença contagiosa que afeta o sistema respiratório.
Causada pela bactéria Bordertella bronchiseptica e o vírus da Prainfluenza canina.
Dicas de imunização
1- A vacinação de animais deve ser feita exclusivamente por médicos veterinários, que elaboram o protocolo individualizado, de acordo com a conselheira do Conselho Regional de Medicina Veterinária, Tatiana Sacchi. “Também não é recomendado vacinar os animais por conta própria ou no balcão de lojas agropecuárias e pet shops”.
2- Para iniciar o protocolo vacinal é necessário realizar uma avaliação prévia em uma consulta, para o médico veterinário ter certeza de que aquele animal esteja apto a receber a imunização, segundo a médica veterinária Suellen Guedes.
3- Pacientes com qualquer problema que possa alterar seu sistema imune podem não ter uma boa resposta à vacina. Por isso, uma boa avaliação e, dependendo do caso, até exames são essenciais antes da vacinação.
4- É fundamental uma boa entrevista com o tutor do pet para que possa ser feito um protocolo específico para o paciente, segundo o ambiente e a região em que vive, baseado nas informações passadas pelo tutor, segundo o médico veterinário Rafael Fiorin.
5- A vacinação visa à proteção coletiva. Além de ser uma questão de saúde pública, há a obrigatoriedade legal de fazer e não atrasar vacinas, como a antirrábica.
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