Viagem pelas letras: “Os livros que mudaram a minha vida”
Além de ajudar na compreensão do mundo, o hábito de ler ajuda até mesmo a prevenir doenças como demência e Alzheimer
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A leitura proporciona um mergulho em novas perspectivas de vida, de compreensão do mundo e das relações sociais e, até mesmo, de autoconhecimento. Para demonstrar a importância das boas histórias, o jornal A Tribuna perguntou aos leitores: “qual livro mudou a sua vida?”
Os benefícios da leitura se estendem até para a saúde: de acordo com cientistas, ler melhora o funcionamento cerebral e ajuda a prevenir sintomas de doenças como demência e Alzheimer. A descoberta foi publicada em uma revista científica da Universidade de Cambridge, no Reino Unido.
Um lugar de deslocamento da realidade para, depois, retornar à rotina com olhar mais crítico e sensível. É assim que o psicólogo e gestor cultural Antonio Martins Junior, de 34 anos, descreve a leitura em sua vida. No início da adolescência, ele leu “Campo Geral”, de Guimarães Rosa, livro que mudou a sua vida.
A literatura me aproxima do fantástico e reencanta o mundo ordinário que vivo. Em ‘Campo Geral’, a questão do olhar é uma surpresa que muda a perspectiva da história. O olhar da relação da irmandade e do modo como o mundo é visto é surpreendentemente sensível. Recordo de terminar o livro as lágrimas. É um livro que foi divisor de águas no modo como vejo e lido com o outro e com o mundo”.
Um bom livro é capaz de ser um marcador do antes e do depois de um leitor. A diretora da Biblioteca Pública do Espírito Santo, Ana Laura Nahas, aponta alguns dos benefícios da leitura regular para o cérebro e a construção de repertório sociocultural.
“Ler contribui para melhorar a escrita, ampliar nossa sensibilidade e turbinar a visão crítica. Um bom livro pode divertir, emocionar, ensinar sobre o mundo e as pessoas, e nos levar a muitos lugares. Devemos ler obras que nos estimulam, com seleção feita de acordo com os interesses e afinidades de quem lê”.
O professor da Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes) e doutor em Literatura Comparada, Orlando Lopes, aponta que a leitura pode ajudar na expressão do pensamento e na construção do senso crítico.
“É sempre importante publicar histórias cativantes e relevantes que abordem temas atuais e ressoem com as experiências e interesses dos jovens. A leitura torna mais fácil a expressão de pensamentos e de sentimentos, de maneira clara e eficaz”.
Para desenvolver o hábito de leitura, algumas das dicas incluem buscar opções que despertem o interesse e conversar com amigos e familiares sobre os livros, aconselham os especialistas.
Dicas
Como construir o hábito de ler?
1- Afinidade
Busque leituras em que haja uma identificação pessoal. Dessa forma, será mais fácil completar os livros.
2- Metas
Defina metas diárias, semanais e mensais de leitura. Assim, é possível construir uma rotina até que a leitura se torne hábito.
3- Menos redes sociais
Redes sociais podem ser uma distração positiva, mas, quando mal usadas, afastam os usuários da leitura.
4- Clubes de leitura
Os clubes de leitura promovem a socialização, a troca de ideias e a construção de amizades em torno da leitura.
5- Converse
Fale sobre as leituras com amigos e familiares. Dessa forma, é possível ter um estímulo para continuar o hábito de ler.
6- Não desista
Às vezes, será difícil completar um livro, e isso pode causar frustração. Entenda que isso faz parte da construção do hábito.
7- Busque “Booktubers”
Buscar os “booktubers”, ou influenciadores da leitura, podem incentivar o hábito de leitura.
8- Devagar
Comece por livros menores e menos complexos. Depois, se quiser, vá para as obras clássicas e mais sofisticadas.
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