Usuários relatam prejuízos por falha em sinal de internet
Empresários, alunos e moradores da Grande Vitória afirmam que têm ficado na mão, principalmente à tarde e à noite
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Em um mundo cada vez mais conectado, a internet invadiu casas e empresas, mas falhas no sinal têm deixado usuários no prejuízo. Empresários, estudantes e moradores da Grande Vitória afirmam que têm ficado na mão em alguns horários, especialmente à tarde e à noite.
O empresário Leon Monbrine Souza, 29 anos, conta que frequentemente o sinal está caindo em Jardim Camburi, Vitória.
“Também trabalho com eventos e marquei uma reunião on-line com uma cliente dois dias antes do evento. Só que o sinal de internet ficava caindo, me deixando constrangido, pois parece que o fornecedor não tem nem uma internet decente, o que não é o caso”.
Sem opção, ele remarcou a reunião para o dia seguinte, de forma presencial. “É um desgaste. Eu ligo para a operadora, eles pedem desculpas e dizem que o problema será solucionado, mas nada acontece”.
Em alguns casos, após prejuízos já houve até troca de operadora. É o caso de uma moradora de Jardim Camburi, que se identificou como Rose. “Meu filho faz EAD e as aulas foram prejudicadas. Precisei trocar”.
A diretora jurídica do Procon-ES, Andréa Munhós Ferreira Barroso, contou que o órgão já tomou conhecimento do problema que abrange a Grande Vitória e está apurando, também, a extensão dele e demais queixas do segmento de telecomunicação, junto aos Procons municipais.
Ela ressaltou que na ocorrência de interrupções massivas não programadas pelo período maior ou igual a 10 minutos, deverão as prestadoras comunicar os seus clientes em até 24h do início da paralisação dos serviços.
“Além disso, deverão ressarcir o consumidor de forma proporcional ao valor correspondente de plano de serviço contratado e ao tempo interrompido. Esse ressarcimento deverá ser realizado de forma automática, em até 90 dias, sem a necessidade de contato ou solicitação por parte do consumidor”, observou.
O número de queixas é crescente. Somente neste ano, de janeiro até ontem, foram realizados 42 atendimentos pelo Procon-ES referente à internet fixa (funcionamento inadequado do serviço: instabilidade do sinal, queda, má qualidade).
Durante o ano passado, foram 28 queixas, sendo sete reclamações de janeiro a 6 de julho.
Roubo de fios prejudica serviço, alegam operadoras
A Conexis Brasil Digital, associação que representa as principais operadoras do País, informou que o roubo e o furto de cabos de telecomunicações cresceram 14% em 2022. Neste ano, o problema persiste.
“Durante o ano passado foram furtados ou roubados 4,72 milhões de metros de cabos. Essas ações criminosas deixaram pelo menos 7 milhões de clientes sem acesso a serviços de telecomunicações no País”, diz, por nota.
Furto, roubo, vandalismo e receptação de cabos e equipamentos causam prejuízo direto para milhões de consumidores, que ficam sem acesso a serviços importantes para o dia a dia, e para as empresas, que precisam repor esses equipamentos, segundo a Conexis Brasil.
“As ações criminosas comprometem os serviços de utilidade pública como polícia, bombeiros e emergências médicas. O setor de telecomunicações tem defendido uma ação coordenada de segurança pública envolvendo o Judiciário, o Legislativo e o Executivo, e a aprovação de projetos de lei que aumentem as penas desses crimes e ajudem a combater essas ações.”
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Anatel e Procon orientam consumidor a reclamar
A Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) recomendou que o consumidor procure primeiramente sua prestadora para resolver o problema.
“É ela quem presta diretamente o serviço e tem obrigação de responder todas as demandas. Caso o problema persista, o consumidor deve buscar a Ouvidoria da prestadora, que funciona como instância superior de atendimento dentro da própria empresa”.
Se ainda assim o problema não for resolvido, o consumidor pode registrar a reclamação na Anatel, de posse de seu protocolo de atendimento da Ouvidoria da prestadora.
Informações adicionais referentes ao procedimento podem ser obtidas no site www.gov.br/anatel/pt-br/consumidor/quer-reclamar/reclamacao.
A Agência informou ainda que monitora as reclamações sobre as prestadoras e os indicadores de qualidade do serviço e, em caso de anormalidades detectadas, cobra explicações e providências das empresas. Caso não atendam, estão sujeitas à processo administrativo e multas que podem chegar a R$ 50 milhões por infração.
Já o Procon disse que os consumidores podem registrar reclamações pessoalmente na sede do órgão, na avenida Jerônimo Monteiro, 935, centro, Vitória, de segunda-feira a sexta-feira, mediante agendamento pelo site www.agenda.es.gov.br.
Outra unidade do Procon-ES está localizada no Faça Fácil, em Cariacica, que atende de segunda-feira a sexta-feira, das 8h às 17h, e, aos sábados, até as 13 horas. O agendamento deve ser feito pelo site www.facafacil.es.gov.br.
A população também pode registrar reclamações, sem sair de casa, pelo atendimento eletrônico, disponível no site www.procon.es.gov.br. Denúncias e dúvidas podem ser formalizadas pelo WhatsApp (27) 3323-6237.
Relatos de moradores
“Estamos sendo lesados”
“Há três semanas, a queda do sinal da internet e TV tem sido frequente. Estamos sendo lesados, pois o serviço é pago e não é entregue. Estamos compilando os dados e vamos procurar o Procon. Reclamações podem ser feitas no 99590-0925”.
Bruno Malias, presidente da Associação Comunitária de Jardim Camburi
“Não podemos ficar no prejuízo”
“Nas últimas duas s emanas temos recebido reclamações de moradores de que o sinal de internet está ruim. Temos visto os funcionários das empresas trocando os cabeamentos. A informação é que estão trocando porque estava sendo furtado. Espero que tenhamos uma solução, porque não podemos ficar no prejuízo”.
Antonio Soares, presidente da Associação de Moradores de Itapuã
Dificuldades
“O meu filho de 14 anos tem encontrado maior dificuldade com sinal de internet no final da tarde quando vai estudar e à noite, em Jardim da Penha, ocasionando muita demora nas pesquisas e demais acessos. No caso dos jogos on-line, por diversas vezes não consegue jogar”.
Peterson Pimentel, representante comercial
OPINIÃO
"Deverão ressarcir de forma proporcional ao valor correspondente de plano contratado e ao tempo interrompido”, Andréa Munhós Ferreira Barroso, diretora jurídica do Procon-ES". Andréa Munhós Ferreira Barroso, diretora jurídica do Procon-ES
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