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Cidades

“Troquei uma agenda lotada de médica pela educação”, conta endocrinologista

Endocrinologista Melina da Costa decidiu abrir uma escola bilíngue quando uma das filhas não se adaptou a um colégio


Imagem ilustrativa da imagem “Troquei uma agenda lotada de médica pela educação”, conta endocrinologista
Melina da Costa hoje é empresária no ramo da educação, mas divide seu tempo também com o consultório médico |  Foto: Leone Iglesias/AT

“Meus pais sempre disseram para mim e para meus irmãos que eles nunca deixariam herança material, apenas o estudo.

Tenho vários médicos na família, mas não sabia o que fazer no vestibular. Nunca fiz teste vocacional, mas todo mundo me dizia que eu era muito inteligente e poderia passar em Medicina.

Como gostava bastante de anatomia e biologia, segui esse caminho. Coloquei na minha cabeça que faria Medicina, estudei bastante e passei.

Entrei na Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes) em 2002 e me formei em 2007. Conheci o meu marido na faculdade. Hoje, ele é neurocirurgião. Durante toda a faculdade, estivemos juntos e fomos para São Paulo fazer nossas residências.

Desde que fizemos a viagem, já sabíamos que iríamos retornar para o Espírito Santo. Morei cinco anos em São Paulo e voltei com uma neném recém-nascida. Quando voltamos de lá, começamos a trabalhar na clínica do meu sogro e da minha sogra, que são oftalmologistas.

Eu me dividia entre o consultório, onde atendia cerca de 200 pacientes por mês como endocrinologista, e a Farmácia Cidadã Estadual. Estava muito feliz e satisfeita trabalhando como endocrinologista.

Eu e meu marido tivemos três filhas. Foi quando me vi mãe de três meninas pequenas em idade escolar. Sempre procurava dar a melhor educação para elas, assim como meus pais fizeram por mim. Isso sempre foi muito forte em mim.

Em 2020, infelizmente, perdi meu pai, vítima de um infarto fulminante. A profecia se concretizou: nossa herança, de fato, foi o estudo que ele garantiu para mim e para meus irmãos.

Decisão

Precisei trocar minha filha mais velha de escola porque ela não estava se adaptando à metodologia de lá, onde minhas três filhas estudavam.

Quando troquei as três de escola, eu e meu marido ficávamos pensando como a escola era legal e como em Vila Velha não havia outra opção tão boa quanto ela.

Aí meu marido me perguntou: Melina, por que ninguém abre uma franquia de uma escola bilíngue, de meio período, em Vila Velha?

Foi aí que começamos a ligar para as franquias. Conversamos com algumas delas e nos interessamos pela The Joy School. Essa conversa durou 15 dias. Fomos visitar a sede, em Jundiaí (SP), e nos apaixonamos pela história: uma escola de inglês que queria ensinar as crianças em inglês por imersão.

Troquei uma agenda lotada de médica para trabalhar com educação. Abrimos a escola em 2022. Tive de cortar minha agenda pela metade no consultório. Hoje em dia, atendo cerca de 100 pacientes por mês. Já na farmácia, cumpro as minhas horas, mas consigo conciliar com teletrabalho.

Sucesso

Neste ano, tivemos a primeira convenção presencial, após a pandemia, reunindo as 18 franquias da The Joy School. Durante a convenção, nós ganhamos um prêmio de destaque.

Digo que o prêmio não foi só meu, mas das 20 pessoas que trabalham comigo. Uma delas é a Priscila, que eu já conhecia como coordenadora em outra instituição. Ela é uma líder nata que conseguiu reunir uma equipe de professores excelentes.

Os pais das amigas da minha filha mais nova, que ainda não tinha sido alfabetizada, trouxeram os filhos para a escola e eu consegui fechar todas as turmas logo no primeiro ano. Começamos com 19 alunos e, hoje, temos 63, além de 20 funcionários.

A minha agenda no consultório era lotada e eu não podia simplesmente deixar os pacientes. Eu tinha uma amiga endocrinologista, que estava voltando do Canadá. Contei que estava abrindo uma escola e precisava de ajuda para acolher meus pacientes. E ela aceitou.

Mudança

O medo da mudança sempre existe. Tive medo de as coisas darem errado, de perder tempo e dinheiro. Mas eu sempre acreditava que conseguiria fazer. Comparava muito com a minha residência. Naquela época, em São Paulo, era muito difícil. Eram praticamente 60 horas por semana, dentro do hospital, em pronto-socorro, sem dormir, sob muito estresse.

Toda vez que eu achava que alguma coisa estava difícil no processo de abrir a escola eu pensava: pelo menos estou em casa, pensando, não estou em uma sala de emergência salvando vidas. Isso me deu forças para continuar. No final, sei que o esforço valeu a pena.

Depoimento dado ao repórter Alexandre Passos.

Perfil

Melina da Costa Barelli Ramalho

- A médica endocrinologista Melina da Costa Barelli Ramalho, de 42 anos, reduziu pela metade a sua agenda no consultório para iniciar uma nova jornada. Mãe de três meninas (Mariana, 11 anos, Julia, 8, e Camila, 7), ela concilia a medicina com a educação. Ao lado do marido, Melina abriu uma escola bilíngue, de meio período, em Vila Velha.

- Fundada em 2022, a escola conseguiu, já no primeiro ano de existência, preencher todas as turmas. Hoje, são 63 alunos e 20 funcionários.

O que dizem as especialistas

“Opção pelo empreendedorismo”

Imagem ilustrativa da imagem “Troquei uma agenda lotada de médica pela educação”, conta endocrinologista
Poliane Campos, psicóloga especialista em Gestão de Recursos Humanos |  Foto: Divulgação

“Muitos profissionais que desejam explorar mais seus talentos e habilidades ou ir além dos limites da sua formação têm feito a opção pelo empreendedorismo ou transição de carreira. Essa mudança na trajetória profissional requer, além de muita coragem, que o profissional leve em conta pontos importantes, como clareza em relação às suas habilidades e competências, análise prévia do mercado, um planejamento financeiro mínimo e uma boa rede de contatos”.

“Investir em autoconhecimento”

Imagem ilustrativa da imagem “Troquei uma agenda lotada de médica pela educação”, conta endocrinologista
Marcelle Paganini, psicóloga |  Foto: Divulgação

“Um aspecto muito importante em decisões como essas é investir em autoconhecimento, até para não haver confusão entre uma insatisfação pessoal e sintomas ou comorbidades de algum transtorno psíquico ou emocional. A melhor fonte é a terapia comportamental. Também é possível aprimorar o conhecimento sobre si observando padrões de comportamento, saindo do modo defensivo quanto a críticas ou autocríticas, estudar as próprias emoções e experimentar ambientes e atividades novas”.

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