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Cidades

Casos de dengue aumentam 10 vezes este ano no ES

De janeiro a novembro, foram 185.174 ocorrências, contra 17.922 em igual período de 2022. Número de mortes chega a 93


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Imagem ilustrativa da imagem Casos de dengue aumentam 10 vezes este ano no ES
Aedes aegypti: número de casos de dengue aumentou em 2023 |  Foto: Canva

Os números da dengue no Espírito Santo dispararam em um ano, acendendo o alerta para a doença no Estado. Em 2023, a quantidade de casos aumentou em mais de 10 vezes em relação ao ano passado.

Da primeira semana deste ano até a última de novembro, foram registrados 185.174 casos da doença, contra 17.922 no mesmo período de 2022.

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Além dos casos, o número de mortes também aumentou expressivamente. No ano passado, cinco pessoas morreram de dengue, contra 93 vítimas neste ano.

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Agentes municipais durante combate ao mosquito da dengue na Serra: verão acelera ciclo de reprodução do inseto |  Foto: Dayana Souza/at - 10/01/2019

O subsecretário de Vigilância em Saúde da Secretaria de Estado da Saúde (Sesa), Orlei Cardoso, aponta que o crescimento de casos e mortes pode ser explicado pela circulação simultânea de dois sorotipos da doença no Estado e a alta na infestação do mosquito vetor, o Aedes aegypti.

“Atualmente, temos em circulação no Espírito Santo os sorotipos 1 e 2. Isso faz com que as pessoas que nunca pegaram a doença estejam mais expostas”, disse.

Além disso, estados vizinhos ou próximos já registram a circulação de outros sorotipos. “Hoje (segunda-feira, 11), foi identificado o sorotipo 4 no Rio de Janeiro. Também já temos o sorotipo 3 em alguns estados, como Minas Gerais e São Paulo”, destacou Orlei.

A última vez que o sorotipo 3 circulou no Brasil foi há 15 anos, o que causa preocupação quanto ao risco de reinfecção.

A infectologista Rubia Miossi explica que, após a infecção, o paciente desenvolve anticorpos que o protegem temporariamente da doença, durante cerca de seis meses. Passado esse período, existe o risco de reinfecção por um outro sorotipo.

“Quem tem a doença pela segunda vez pode ter um quadro mais grave, porque o organismo tenta responder frente à infecção de uma forma descontrolada, e essa resposta é que leva ao agravamento”, apontou.

Além dos diferentes sorotipos, os casos da doença são agravados pelo descuido dentro dos lares. O subsecretário Orlei Cardoso lembra que o trabalho de combate ao mosquito deve ser coletivo.

“As pessoas devem fazer, pelo menos uma vez na semana, uma inspeção no imóvel. Trocar a vasilha de água para os animais, manter a caixa d’água fechada e as calhas limpas”, orientou.

Orlei ainda alerta para a chegada do verão, que pode acelerar o ciclo de reprodução do mosquito.

“Com as temperaturas mais altas, o período do depósito do ovo até a eclosão, que demora em média sete dias, é reduzido para três”, ressaltou.

Imagem ilustrativa da imagem Casos de dengue aumentam 10 vezes este ano no ES
|  Foto: Divulgação
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|  Foto: Divulgação

Você sabia?

O vírus da dengue possui quatro sorotipos. A infecção por um deles gera imunidade contra o mesmo sorotipo, mas é possível contrair dengue novamente se houver contato com um sorotipo diferente.


Saiba mais

Imagem ilustrativa da imagem Casos de dengue aumentam 10 vezes este ano no ES
Uma das formas de prevenção da proliferação do mosquito é analisar se não há água parada em potes de plantas |  Foto: Douglas Schneider/AT - 04/12/2021

Casos da doença

2022: 17.922

2023: 185.174

Mortes por dengue

2022: 5

2023: 93

Sorotipos

Estão em circulação no Espírito Santo os sorotipos 1 e 2.

Foi identificado ontem o sorotipo 4 no Rio de Janeiro.

Em outros estados, como São Paulo, Minas Gerais e Paraná, já circula o sorotipo 3.

Sintomas

Febre que começa de forma repentina.

Dor de cabeça, principalmente atrás dos olhos.

Dor no corpo.

Em alguns casos, dor nas articulações.

Quadro dura em média sete dias.

Por outro lado, a infecção por dengue também pode ser assintomática, ou seja, sem sintomas.

Verão

As altas temperaturas reduzem o ciclo de reprodução do mosquito.

Em média, do depósito do ovo até a eclosão, leva-se sete dias.

Nos dias quentes, esse ciclo é reduzido para três dias.

Transmissão

A doença é transmitida pela picada da fêmea do mosquito Aedes aegypti.

Não há transmissão pelo contato direto com um doente ou suas secreções, nem por meio de fontes de água ou alimento.

Prevenção

Evite acúmulo de água parada em latas, embalagens, copos plásticos, tampinhas de refrigerantes, pneus velhos e vasos de plantas.

Mantenha as caixas d´água bem fechadas.

Troque e limpe as vasilhas de água dos animais de estimação.

Em zonas de risco, proteja as áreas do corpo que o mosquito possa picar, com o uso de calças e camisas de mangas compridas.

Use repelentes nas partes expostas do corpo.

Em crianças menores de 2 anos, não é recomendado o uso de repelente sem orientação médica.

Utilize mosquiteiros sobre a cama, telas em portas e janelas e, quando disponível, ar-condicionado, para evitar o contato com o transmissor.

Vacina

O imunizante, chamado Qdenga, é aplicado em duas doses, com intervalo de três meses entre elas.

Vacina atenuada: o imunizante é feito com o vírus vivo, mas sem a capacidade de provocar a doença.

Tetravalente: a vacina composta pelos quatro sorotipos que mais circulam no mundo.

É desenvolvida pela farmacêutica japonesa Takeda.

Faixa etária: é indicada para a população entre 4 e 60 anos de idade.

Está disponível apenas na rede particular.

Fontes: Especialistas entrevistados e pesquisa A Tribuna.

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