Trauma e depressão: veja onde conseguir ajuda psicológica
As prefeituras de Vitória, Serra e Vila Velha contam com serviços gratuitos de psiquiatria, psicologia e terapias

Dados recentes divulgados pela Organização Mundial da Saúde (OMS) revelam que mais de um bilhão de pessoas em todo o planeta vivem com algum tipo de transtorno mental, incluindo ansiedade e depressão.
Estima-se que apenas uma em cada 10 (9%) pessoas com transtorno depressivo receba tratamento adequado em todo o mundo.
No Espírito Santo, segundo especialistas, mais jovens têm procurado tratamentos para lidar com as emoções e a boa notícia é que é possível conseguir ajuda por meio das prefeituras.
O aumento da procura por tratamento entre os mais jovens confirma que 727 mil pessoas cometeram suicídio em 2021, segundo a OMS. O suicídio é a terceira principal causa de morte entre pessoas de 15 a 29 anos.
O tema virou símbolo da campanha Setembro Amarelo, de prevenção ao Suicídio.
Dívidas, traição, alcoolismo, isolamento social e, sobretudo, a sensação de não ser levado a sério ou não encontrar saída para o sofrimento estão entre os motivos que podem levar um pessoa a perder a vontade de viver, aponta a psicoterapeuta especialista em Saúde Emocional e mental da mulher, Joseana Sousa.

“É importante levar a sério as demandas. Meu pai, por exemplo, cometeu suicídio. Não é falta de Deus. A depressão precisa de tratamento profissional. Quem chega nesse extremo, não percebe uma saída para o sofrimento que está vivendo”.
Na avaliação da psiquiatra Letícia Mameri, com a diminuição do estigma, a procura por tratamento tende a aumentar.
Porém, a busca por tratamento “bate” em outro problema, segundo a psiquiatra Janine Moscon: falta investimento em tratamentos para o portador de transtorno mental na saúde pública.
“Há poucos psiquiatras e psicólogos para atender à população, além das questões sociais como pobreza e uso de substâncias como álcool, que jogam contra a nossa saúde mental”, disse.
“Quase todas as pessoas que cometem suicídio possuem algum transtorno mental e a maioria não está em tratamento”, alerta Janine.
Ajuda
Na Serra, por exemplo, além da Rede de Atenção Psicossocial (RAPS), também há o Ambulatório Municipal de Especialidades, com atendimento especializado em psiquiatria. “Temos visto uma crescente de jovens e adolescentes buscando ajuda, talvez resultado ainda da pandemia e até das redes sociais”, destaca a secretária da Saúde do município, Fernanda Coimbra.
Fique por dentro
Ansiedade e depressão
Problemas de saúde mental, como ansiedade e depressão, representam a segunda maior causa de incapacidade a longo prazo, contribuindo para a perda de uma vida saudável, segundo relatórios divulgados pela Organização Mundial da Saúde (OMS) na última terça-feira.
Investimentos
O Atlas de Saúde Mental de 2024 da OMS revela uma estagnação no investimento em saúde mental. O gasto médio do governo com saúde mental permanece em apenas 2% do orçamento total da saúde – inalterado desde 2017.
As disparidades entre os países são gritantes; enquanto os de alta renda gastam até US$ 65 (R$ 354,25) por pessoa em saúde mental, os países de baixa renda gastam US$ 0,04 (R$ 21,80). A média global de profissionais de saúde mental é de 13 por 100 mil pessoas, com escassez extrema em países de baixa e média renda.
Atenção primária
A integração da saúde mental na atenção primária está avançando, segundo relatórios, com 71% dos países atendendo a pelo menos três dos cinco critérios da OMS.
Em países de baixa renda, menos de 10% dos indivíduos afetados recebem atendimento, em comparação com mais de 50% em países de alta renda.
Onde buscar ajuda
Vitória
Possui uma Rede de Atenção Psicossocial, que tem como parte as unidades de saúde, formada por ações e serviços em saúde mental para pacientes de diferentes faixas etárias.
Além disso, conta ainda com um Centro Municipal de Especialidades, a Casa Rosa e quatro Centros de Atenção Psicossocial (CAPS) como parte da Rede de Atenção Psicossocial da capital.
Os CAPS são compostos por equipes multidisciplinares, formadas por médico clínico, psiquiatra, enfermeiro, psicólogo, musicoterapeuta, assistente social, terapeuta ocupacional, arteterapeuta e profissional da educação física.
Dois destes CAPS também ofertam atenção na modalidade 24 horas para pacientes em grave crise de saúde mental até a estabilização do quadro.
Para ser atendido, o morador deve buscar a unidade de saúde de referência.
Vila Velha
O morador pode procurar diretamente a unidade de saúde mais próxima para iniciar o processo de acolhimento e avaliação. Em geral, são priorizados os atendimentos em grupo.
No entanto, em casos específicos, pode ser indicada a terapia individual, apoio do Ambulatório de Saúde Mental ou nos casos graves e persistentes, o serviço do CAPS. O município conta também com o Ambulatório de Saúde Mental.
No caso das urgências psiquiátricas, as pessoas que necessitam de atendimento podem procurar as unidades de pronto atendimento (UPAs) da cidade.
Os locais recomendados são a UPA Riviera da Barra, o Pronto Atendimento da Glória e o Pronto Atendimento de Cobilândia.
Serra
Conta com a Rede de Atenção Psicossocial (RAPS), que oferece atendimentos individuais e em grupo realizados por equipes multiprofissionais, compostas por psicólogos, assistentes sociais, clínicos gerais, entre outros. O município também dispõe de atendimento especializado em psiquiatria no Ambulatório Municipal de Especialidades (AMES), em Jardim Limoeiro.
Para ter acesso ao cuidado, o morador deve procurar a unidade de saúde mais próxima de sua residência, onde passará por acolhimento e será encaminhado para os atendimentos necessários, de acordo com a demanda identificada.
Cariacica
A Prefeitura foi procurada, mas não deu retorno até o fechamento desta edição.
Fonte: Organização Mundial da Saúde (OMS) e prefeituras consultadas.
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