"Tinha medo de viajar sozinha. Foi com muita terapia que consegui dar esse passo"
Neoli sonhava em ir para Paris mas relata que atrasou várias vezes a viagem esperando que outras pessoas pudessem acompanhá-la
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O medo de viajar sozinha, ainda hoje, é compartilhado por muitas mulheres no mundo. Foi o que aconteceu com a gestora de milhas Neoli Andreato, de 34 anos. Cheia de carimbos no passaporte, a capixaba conta que fez sua primeira viagem internacional em 2014, mas, até viajar sozinha, levou 8 anos.
“Esse era um problema meu alguns anos atrás. Eu tinha medo de viajar sozinha. Foi com muita terapia que consegui dar esse passo. Minha primeira vez fora do país foi na França em 2022”, conta a gestora de milhas.
Neoli sonhava em ir para Paris mas relata que atrasou várias vezes a viagem esperando que outras pessoas pudessem acompanhá-la. Porque “parecia que ia dar mais segurança”. Foi quando aprendeu que não podia continuar com essa atitude.
“Percebi que estava deixando de viver as coisas que desejava. Então, me planejei, fiz as malas e fui. Passei 34 dias em Paris. Foi muito diferente. Lembro do medo de passar a imigração e de lidar com tudo sozinha. Hoje até tenho medo de vez em quando, mas vou na cara e na coragem e digo para todas: você não precisa ter medo de viajar sozinha.
A gestora conta que já cruzou várias fronteiras, sozinha e acompanhada. Conheceu Roma, Miami, Flórida, Nova Iorque, Argentina e muito mais. A primeira foi ao deserto do Atacama, no Chile. “Todo mundo precisa conhecer”.
De lá, partiu para o que considera sua maior aventura: dormir no meio do maior deserto de sal do mundo. Trata-se do Salar Uyuni, na Bolívia. “Passei frio, não pude tomar banho, dormi no deserto e isso tudo foi uma de minhas maiores aventuras”.
Um dos principais destinos turísticos da Bolívia, o Salar soma quase 12 mil quilômetros e vários atrativos como um labirinto de sal. Na estação seca, oferece céu claro e a possibilidade de ver desenhos de sal em forma hexagonal. No período chuvoso, há espelhos d'agua formando ilusões de ótica.
“Pesquise para onde ir, faça seguro, avise a família e deixe para postar depois que sair do local. Mas vá. Semana passada, estive com uma amiga na Patagônia, na Argentina, no local apelidado de“fim do mundo”.
O apelido vem do fato de ser a cidade mais ao Sul da América do Sul e do mundo.
“É agradável ter a sua própria companhia”
A técnica em segurança do trabalho Raquel Boldi, 39, quer viajar para todos os estados do País. Em março, foi a vez da Amazônia, mas com um desafio: viajar sozinha pela primeira vez. Durante uma semana imersa em uma aldeia, ela viveu experiências inesquecíveis: nadou no Rio Negro com botos cor de rosa, aprendeu sobre a floresta com ribeirinhos, comeu formiga, foi batizada e ganhou um novo nome: Kunakõ, que significa protetora da caverna. “Entender como é agradável ter sua própria companhia vem com o tempo. Eu consegui aos 39”.

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