Stand-up comedy: reis do riso lotam casas de shows
Comediantes da Grande Vitória falam sobre suas fontes de inspiração e como fazem para melhorar suas apresentações
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O stand-up comedy caiu no gosto dos capixabas! No Estado, comediantes da cena local lotam as casas de shows, arrancam bons risos do público e transformam o dia a dia em um verdadeiro show de comédia.
O jornal A Tribuna foi conhecer a cena local do stand-up comedy no Joker Comedy Bar, no centro de Vila Velha, e separou uma conversa com os comediantes mais adorados pelo público da Grande Vitória.
Contar histórias cativantes e brincar com as vivências de infância em Cariacica são as estratégias do profissional de TI Minos Marlon, de 34 anos, para levar o público à gargalhada. O comediante conta que dedicou tempo de estudo para aperfeiçoar a performance nos palcos.
“Como sempre fui o 'bobão' da turma e sempre chamei a atenção, a timidez não foi um problema, mas para me aperfeiçoar no palco, fiz um curso de oratória. Consigo levar alegria e ver o público, incluindo minha mãe e minha família, rir e se divertir. Isso me inspira”.
Na cena capixaba, as mulheres também se aventuram, como a comediante, roteirista e criadora de conteúdo Leila Soul, de 37 anos, e a técnica de enfermagem e ergonomista Denise Ventura, de 34 anos.
Denise conta o que a inspira no trabalho com o humor. “As circunstâncias da minha vida me inspiram a transformar a tragédia em humor. Por meio da comédia, conseguimos transformar momentos ruins em momentos de alegria”.
Nem tudo, no entanto, são flores. A comediante Leila Soul conta que desde que começou a utilizar as redes sociais como forma de divulgação do trabalho, passou a sofrer com o preconceito, mas os comentários maldosos a tornam ainda mais obstinada a seguir a carreira.
“Recebo muitos ‘hates’ de homens que se sentem ameaçados ao ver uma mulher vivendo a vida dela. Fora das redes, sempre fui muito acolhida pelo público capixaba, que vai aos meus shows com a mente aberta. Sou muito grata por me apresentar para a galera daqui”.
Alguns comediantes- Leila Soul
37 anos, comediante, roteirista e criadora de conteúdo
Como iniciou?
“Sempre fui comediante. As pessoas falavam que eu tinha de fazer stand-up, mas eu não me imaginava como profissional. Até que veio a pandemia, e o medo de não fazer o que amo bateu forte. Tentei a sorte em um ‘open mic’ em São Paulo e, de lá para cá, nunca mais parei”.
Você possui algum nicho de atuação?
“Eu gosto de fazer piadas de observação e tirar graça das minhas experiências de vida. Faço comédia sobre tudo”.
- Minos Marlon
34 anos, profissional de Tecnologia da Informação (TI)
Como iniciou?
“Comecei no fim de 2019, fazendo noites fixas em bares da Grande Vitória. Na pandemia, tive de fazer uma pausa, voltei em 2021”.
Você possui algum nicho de atuação?
“Sou um contador de histórias. Moro em Cariacica e utilizo a minha infância, minhas vivências de crescimento como morador da cidade para contar histórias cômicas nos palcos”.
- Denise Ventura
34 anos, técnica de enfermagem do trabalho e ergonomista
Como iniciou?
“Iniciei em 2018, fazendo paródias para a Semana Interna de Prevenção de Acidentes do Trabalho (Sipat) e treinamentos de NR-32 com didática cômica para um hospital. Identifiquei que, com a pegada cômica, o público fixa mais o conteúdo do que com palestras monótonas”.
Você possui algum nicho de atuação?
“Minha comédia se concentra na vida de mãe, mulher e esposa. É tudo sobre encontrar humor na realidade caótica da vida familiar”.
- Abner Simão
34 anos, tecnólogo naval
Como iniciou?
“Quando deixei Bariri, em São Paulo, para Vila Velha, tive a sorte de morar perto do Joker Comedy Bar. Depois de vários convites, surgiu o desejo de subir aos palcos. Me apaixonei ainda mais pelo stand-up comedy”.
Você possui algum nicho de atuação?
“Devido à minha aparência, frequentemente sou associado a um árabe, o que acaba moldando minha persona nos palcos”.
Saiba mais
Stand-up comedy
O stand-up comedy surgiu nos Estados Unidos, no final do século XIX. No Brasil, o formato de show de comédia se tornou uma febre e lota teatros e outras casas de apresentação nas maiores capitais do Brasil.
No Estado, a cena cultural do stand-up comedy está em expansão desde antes da pandemia. Aqui, há comediantes de diferentes nichos de atuação. A casa de apresentação referência para assistir aos shows é o Joker Comedy Bar, no centro de Vila Velha.
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