Sexo sem proteção faz disparar casos de sífilis
Média no Estado de casos da doença do tipo congênita está acima da média nacional e muito superior ao limite estabelecido pela OMS
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Este terceiro sábado de outubro é marcado anualmente pelo Dia Nacional de Combate à Sífilis e à Sífilis Congênita, data que tem o objetivo de conscientizar sobre os riscos e tratamentos da doença.
No Estado, o número de casos da doença, que é transmitida tanto pelas relações sexuais sem proteção quanto durante a gestação e o parto de uma mãe com a doença, tem chamado a atenção.
Segundo a Secretaria de Estado da Saúde (Sesa), até o final de julho deste ano, foram notificados 4.201 caos de sífilis adquirida, 1.715 de sífilis em gestantes e 451 de sífilis congênita (transmitida pela mãe à criança durante a gestação/parto).
Em 2023, o Estado fechou o ano com a incidência de 16 casos de sífilis congênita para cada mil nascidos vivos, ficando acima da média nacional, que é em torno de dez casos, e também do estabelecido mundialmente pela Organização Mundial da Saúde (OMS), que é de até 0,5 casos para cada mil nascidos vivos.
Com esse cenário, a Sesa tem intensificado ações por meio da retomada do “Plano Estadual de Enfrentamento da Sífilis Congênita no Espírito Santo”, o qual reorienta as intervenções sanitárias feitas no Estado e municípios.
Bettina Moulin, médica e referência da Coordenação Estadual de IST/Aids da Sesa, apontou que a sífilis é uma preocupação mundial.
“Hoje há o início da vida sexual precoce, além de múltiplos parceiros. A sífilis não tem sintomas na maioria dos casos e isso faz com que a pessoa não busque o teste. Por achar que conhece ou por aparentemente achar que o parceiro não tem nada, faz sexo sem proteção”.
A ginecologista Georgia Maciel comentou que a sífilis traz vários perigos. “Em estágios avançados, pode causar danos graves a órgãos vitais, como coração, cérebro e fígado. E pode provocar problemas neurológicos, como meningite, demência e distúrbios motores. A sífilis congênita pode causar defeitos congênitos, problemas de desenvolvimento e até morte fetal”.
“O que mais preocupa a gente é a sífilis congênita, porque a do adulto pode levar a gravidades sim, mas você tem um tempo para poder agir. No caso do bebê, temos que agir muito rápido”, completou Bettina.
Em relação aos cuidados que as gestantes devem ter, a ginecologista Thaíssa Tinoco Sassine recomendou que façam o acompanhamento pré-natal adequado assim como realizem o teste para sífilis a cada trimestre. “Se for identificado, a paciente fará o tratamento por meio do antibiótico penicilina”.
FIQUE POR DENTRO
Testagem e tratamento gratuitos no SUS
Sífilis
É uma Infecção Sexualmente Transmissível (IST) curável, causada pela bactéria Treponema pallidum. Ela geralmente não tem sintomas, mas quando apresenta, pode ser de variadas manifestações clínicas, de acordo com o estágio (sífilis primária, secundária, latente e terciária).
entre os sintomas, há a úlcera genital, erupções no corpo, além de sintomas gerais como febre, mal-estar e sintomas cardiovasculares e neurológicos.
De acordo com a Secretaria de Estado da Saúde (Sesa), a testagem para a detecção da sífilis e o tratamento contra a sífilis são ofertados gratuitamente pelo Sistema Único de Saúde (SUS).
O teste para a sífilis pode ser feito em unidade básica de saúde da rede pública ou nos Centros de Testagem e Aconselhamento (CTA), e o tratamento é feito com o antibiótico penicilina benzatina.
Fonte: Secretaria de Estado da Saúde e ginecologista Georgia Maciel.
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