Professor é denunciado por punir alunos que não entregaram lição no Sul do ES
Profissional de Educação Física da rede municipal teria obrigado os alunos a dar dez voltas na quadra da escola como 'castigo'
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Quinze alunos do 4º ano da Escola Municipal Valdy Freitas, em Cachoeiro de Itapemirim, relataram terem sofrido uma punição grave após não entregarem uma lição de casa, na última terça-feira (22).
De acordo com os relatos, um professor de Educação Física da rede municipal, teria obrigado os alunos a dar dez voltas na quadra da escola como 'castigo' por não realizarem a tarefa domiciliar.
O caso chamou a atenção dos pais das crianças, que têm entre 9 e 10 anos, e foi encaminhado à Secretaria de Educação do município.
Em nota, a prefeitura de Cachoeiro de Itapemirim informou que tomou conhecimento do caso e está adotando as medidas legais e administrativas cabíveis sobre o caso, tendo a denúncia sido encaminhada à Gerência de Gestão Escolar.
Alunos passam mal após punição
Segundo os pais dos alunos, a medida disciplinar teria provocado crises de ansiedade, dores no peito e, em um dos casos, ferimentos nas mãos.
A mãe de um dos estudantes, o filho, que tem diagnóstico de ansiedade, ficou profundamente abalado com o castigo. "Encontrei o dedo do meu filho ferido quando cheguei do trabalho. Ele roeu até sangrar. O que o professor está fazendo só agrava o quadro dele", afirmou a mãe, que preferiu não se identificar.
A mulher contou ainda que o garoto teve falta de ar e chegou a cair durante o episódio.
Outros alunos relataram sintomas semelhantes, como dores no peito e dificuldade para respirar.
O caso segue em investigação interna, acompanhado pela Secretaria Municipal de Educação. A escola, até o momento, não informou se os alunos receberam atendimento médico após os episódios de mal-estar.
Confira a nota da Prefeitura Municipal de Cachoeiro de Itapemirim:
"Reforçamos que a Prefeitura não compactua com práticas pedagógicas punitivas e condena com veemência qualquer conduta que afronte a dignidade e o bem-estar dos estudantes.
As medidas legais e administrativas cabíveis estão sendo adotadas, com a abertura de procedimento de apuração para apurar responsabilidades e, se constatada irregularidade, aplicar as sanções previstas. Também serão acionados os órgãos competentes para garantir a proteção dos direitos das crianças envolvidas.
Ressaltamos que a conduta atribuída ao referido profissional não condiz com os princípios do Código dos Agentes Públicos Municipais nem com as diretrizes educacionais orientadas por esta Secretaria, que preza por um ambiente escolar saudável, inclusivo e pautado no respeito mútuo.
A Prefeitura está comprometida com a transparência na apuração dos fatos, o respeito às famílias e a segurança dos alunos, reforçando seu compromisso com uma educação pública de qualidade, humana e acolhedora".
*Esta reportagem está em atualização
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