Investigado o “sumiço” de andorinhas-azuis
Pesquisadores que estiveram em Linhares informaram que nos últimos 50 anos a espécie sofreu um declínio de 37%
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Rota de migração de diferentes subespécies de andorinha-azul, Linhares recebeu recentemente uma equipe de pesquisadores que estudam a ave.
Segundo a equipe, nos últimos 50 anos a espécie sofreu um declínio de 37% na sua população, ou seja, está cada vez sendo menos vista no País.
O grupo faz parte do Projeto Andorinha-Azul, que reúne técnicos do Brasil e de países como a Argentina e tem o objetivo de investigar o sumiço e desenvolver um conjunto de iniciativas destinadas à conservação da espécie.
De acordo com informações do projeto, esses pássaros são migratórios que se reproduzem no Hemisfério Norte e voam para o Brasil no período de primavera-verão.
Como a maioria das pesquisas têm como foco o período reprodutivo da andorinha-azul, não é possível revelar os motivos para esse declínio da espécie. Agora, os pesquisadores do projeto querem descobrir o motivo.
Em Linhares, com apoio da Secretaria de Meio Ambiente e Recursos Hídricos Naturais (Semam), os pesquisadores fizeram a captura das aves para estudos no trecho da BR-101, onde elas dormem na altura do bairro Novo Horizonte, entre os dias 22 e 24 deste mês.
“Nosso município acolhe e apoia a pesquisa por entender que não é possível evoluir sem essa ferramenta. São as pesquisas que promovem as transformações, sejam elas sociais, econômicas e ambientais, e constroem conhecimentos que são essenciais, nesse caso para preservação do meio ambiente”, explicou a diretora do Departamento de Recursos Naturais da Semam, Juliana Guasti.
A pesquisadora de doutorado da Universidade de São Paulo (USP) Clarissa de Oliveira Santos, que participou dos estudos em Linhares, explicou que são trabalhadas três hipóteses para a redução da população das andorinhas-azuis no Brasil.
“A primeira é a diminuição do habitat dessa espécie, principalmente provocada pelo desmatamento. A segunda é a contaminação por substâncias tóxicas que são liberadas no ambiente. E, além de tudo, a terceira hipótese é a intolerância humana. As pessoas ficam incomodadas com o barulho e com a sujeira”, explicou.
Após a passagem do grupo de pesquisadores do Projeto Andorinha-Azul, Linhares vai receber materiais didáticos para serem trabalhados com os alunos da rede municipal de ensino.
Saiba mais
- As andorinhas-azuis são do gênero Progne. Como outros membros deste gênero, elas são maiores que a maioria das outras andorinhas.
- O comprimento médio do bico à cauda é de 20 centímetros.
- Elas são insetívoras aéreas, o que significa que elas capturam insetos do ar para comê-los.
- No Brasil, existem 18 espécies de andorinhas, e oito delas são migratórias.
- A maior parte das espécies que visitam o Brasil se reproduz no Hemisfério Norte e viaja em busca de alimento.
- Com o inverno intenso no Hemisfério Norte, a disponibilidade de insetos diminui drasticamente e as aves voam para a região tropical.
- O município de Linhares é rota de migração de diferentes subespécies de andorinha-azul e será local de estudos.
Fonte: Pesquisa AT e Projeto Andorinha-Azul.
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