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Cidades

Refugiados precisam de ajuda para recomeçar a vida no Espírito Santo

Família palestina de 12 pessoas vive em apartamento de dois quartos em Vitória e enfrenta dificuldades com o idioma


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Imagem ilustrativa da imagem Refugiados precisam de ajuda para recomeçar a vida no Espírito Santo
Presidente da Comissão de Direitos Humanos da Ufes, Brunela Vicenzi |  Foto: Lucas S. Costa

Como saíram de uma região de guerra, alguns apenas com a roupa do corpo, os palestinos que chegaram ao Espírito Santo nos últimos dias precisam de ajuda com moradia e roupas. O sheikh Mohammed Barakat já havia feito o apelo na sexta-feira (15) e a presidente da Comissão de Direitos Humanos da Ufes, Brunela Vicenzi, disse neste sábado (16) que enviou ofício aos órgãos públicos.

Já foi enviado um ofício à Secretaria Estadual de Direitos Humanos e à Prefeitura de Vitória, através da Assistência Social, para solicitar atendimento a eles. O acompanhamento será feito junto à prefeitura, segundo Brunela Vicenzi, que também é professora da Ufes e titular da Cátedra Sérgio Vieira de Mello da Agência da ONU para Refugiados.

“A gente está pedindo também doação. Temos uma família com 12 pessoas morando em um apartamento de dois quartos. Precisamos de um imóvel grande. Se alguém achar que pode disponibilizar, por um tempo, na região de Jardim Camburi. Precisa ser no bairro porque a única Mesquita do Espírito Santo fica ali. Eles não falam português e lá tem outras pessoas que falam seu idioma”, explica Brunela.

Segundo ela, a família que está em Vila Velha, com sete pessoas, também precisa se mudar para Vitória. “Tem muitas crianças, a Mesquita é o lugar de contato deles. Tem uma comunidade que se dá o apoio”, comenta, destacando a situação traumática de guerra da qual vieram.

Cidadania

Brunela Vincenzi conta que todo estrangeiro que chega a um país que faz parte da Convenção dos Refugiados, oriundo de uma área de guerra, automaticamente, já tem a condição de refugiado.

Em relação aos palestinos que chegaram da Faixa de Gaza, especificamente, Brunela Vincenzi disse que irá acompanhá-los à Superintendência da Polícia Federal, para verificar qual será o visto que será solicitado para eles, pois eles têm direito a optar entre dois.

“Eles já vieram documentados também de Brasília e a gente vai esperar as orientações de Brasília. Eles têm duas possibilidades. Dois direitos. Eles vieram da Faixa de Gaza, em razão da guerra, são automaticamente refugiados, para dentro da cláusula do refúgio, que é o que a gente tem que ser em razão de guerra. Então, eles têm direito ao refúgio”, diz.

Outra possibilidade existe por ter um membro da família brasileiro. “Como existe um membro da família nascido no Brasil, eles podem pedir a reunião familiar em razão da cidadania brasileira, de uma das crianças. Então a gente pode pedir a reunião familiar ao redor dessa criança que nasceu no Brasil. Mas vamos aguardar orientações do Ministério da Justiça”, conta a presidente da Comissão de Direitos Humanos da Ufes.

Diferença

Segundo Brunela Vincenzi, a cidadania brasileira dá a garantia efetiva de permanência no país. “É muito mais difícil você perder a cidadania, mesmo por naturalização, do que você perder a questão de refugiado. A questão de refugiado, para as Nações Unidas, por exemplo, é a mais adequada. As Nações Unidas recomendam que seja sempre concedida a quem tem toda a proteção do sistema ONU. Mas, no caso deles, a naturalização brasileira pode ser mais efetiva”, avalia.

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