Policiais penais: mulheres boas de tiro na defesa da lei
Há no Espírito Santo 435 mulheres que atuam no sistema prisional, levando equilíbrio e organização
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Força feminina para o Espírito Santo! Ao todo, existem 435 policiais penais mulheres que atuam no sistema prisional, levando a ele equilíbrio, organização e segurança.
No mês da mulher, A Tribuna conversou com profissionais da área que são boas de tiro, e elas comentaram a respeito da rotina e da paixão pelo trabalho.
“Cada dia é algo diferente nessa profissão. Eu cuido da parte administrativa, acompanho o atendimento de presos, a questão da segurança, revista de cela, ida em escoltas, atendimentos de familiares…”. Foi assim que Mara Lúcia de Paula, 46, policial penal e diretora de uma unidade prisional apresentou seu dia a dia.
Ela afirmou que está no ramo da segurança desde jovem, ao fazer um estágio de ensino médio na área administrativa em uma unidade prisional, no ano de 1994. “Vendo a rotina de lá, eu me identifiquei. Não escolhi essa profissão, ela que me escolheu”, contou.
Mara contou que como era jovem, não podia prestar concurso, então continuou na parte administrativa até ser maior de idade. Quando chegou a hora, foi aprovada e passou a atuar na segurança.
Com o tempo, disse que adquiriu muitas experiências e segue se aperfeiçoando, e se apaixonando cada vez mais pelo trabalho.
Outra mulher que não pretendia seguir a carreira era Bruna Vieira Braga, 40, diretora de uma unidade semiaberta masculina. Professora de formação, ela decidiu prestar concurso, foi aprovada e se encontrou no mundo policial.
“Eu passei as minhas duas gestações trabalhando, sempre fui muito acolhida. Gosto demais do que faço, gosto de lidar com pessoas”.
Bruna ressaltou que existem desafios, como o machismo, mas segue forte, vencendo as adversidades de cabeça erguida. “Para estar aqui a gente tem que se superar dia após dia”.
Aumento
Historicamente, o cargo de policial sempre foi visto como masculino, no entanto, atualmente há mudanças.
Segundo a diretora-geral adjunta da Polícia Penal, Graciele Sonegheti, mais mulheres têm apresentado interesse por essa área. “No último concurso, tivemos um número bem alto de inscritas”.
Para celebrar o Mês da Mulher, ela contou que foi preparado o curso de tiro “TPM – Tiro Policial Para Mulheres”, no Complexo de Viana.
Treinamento para comemorar mês
Em comemoração ao Dia Internacional da Mulher, as policiais penais do Estado participam do curso de tiro “TPM – Tiro Policial Para Mulheres”. Realizado no Complexo de Viana, ele foi dividido em duas aulas. Uma ocorreu na sexta-feira (01), enquanto a outra será no dia 08.
Ao todo, 36 profissionais farão parte da iniciativa. Graciele Sonegheti, diretora geral adjunta da Polícia Penal, explicou que este é o primeiro ano em que está ocorrendo um curso só para as mulheres.
“É um momento importante para a troca de experiências. Elas são gestoras e cada uma tem uma realidade com uma mesma missão. É interessante que elas façam aconselhamento de situações”, disse.
A diretora só teve elogios para as colegas de trabalho. “A presença delas inspira e fortalece a segurança pública do nosso Estado e reforça a ideia de que são igualmente capazes e competentes na aplicação da lei”.
Nayara Perim Silveira, policial penal e instrutora de armamento e tiro, comentou sobre o que é ensinado. “Abordamos os fundamentos de tiro, técnicas de tiro, mentalidade de combate, respostas não convencionais, planejamento mental no combate, tudo o que envolve essa parte de combate armado”.
A instrutora também informou sobre a importância do curso. “Como operadores de segurança, pessoas que portam arma de fogo no dia a dia, e que precisam desse instrumentos para trabalhar, a capacidade técnica é necessária”.
Depoimento
Desafios e trabalho
Brígida Helena Simões, 34, policial penal gerente de gestão patrimonial e transportes, trabalha na Secretaria da Justiça (Sejus) há 14 anos. Seu plano de carreira era ser advogada, no entanto, com 20 anos, tudo mudou: ela foi aprovada em um concurso da polícia e se apaixonou pela área.
Brígida contou que a ocupação tem desafios e situações negativas como o machismo. “O machismo já me abalou muito e a gente sempre precisa provar a nossa competência. Hoje, não é mais como antes para mim”, contou.
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