Parque para proteger ave mais rara do País em Vargem Alta
Espaço fica em Vargem Alta e serve de habitat para saíra-apunhalada. Espécie é classificada em risco crítico de extinção
O Espírito Santo conta agora com um novo parque estadual criado com um propósito: assegurar a sobrevivência da ave mais rara do Brasil e uma das mais ameaçadas do mundo.
O governo estadual instituiu o Parque Estadual Saíra-Apunhalada, área voltada à conservação da saíra-apunhalada (Nemosia rourei), espécie da Mata Atlântica capixaba e classificada em risco crítico de extinção.
A Unidade de Proteção Integral está localizada em Vargem Alta, região Serrana do Espírito Santo, e abrange 234,667 hectares.
A criação da área marca um momento histórico, já que o ES não estabelecia uma unidade dessa categoria havia 15 anos.
A medida responde a uma das demandas ambientais mais urgentes: proteger a saíra-apunhalada, ave cuja população observada caiu para apenas 22 indivíduos.
Cerca de 70% deles permanecem em propriedades privadas sem salvaguardas legais e expostas a pressões intensas, como mineração, retirada ilegal de madeira e exploração de palmeiras.
A maior concentração conhecida da espécie fica na Mata de Caetés, trecho florestal que se estende por Castelo, Domingos Martins e Vargem Alta.
Ameaças
Mesmo com reconhecida importância ecológica, a região enfrenta ameaças crescentes. A criação do parque torna-se, assim, um passo estratégico para conter os impactos e favorecer a restauração populacional da ave.
O novo parque abriga ainda 14 animais ameaçados de extinção, como a abelha uruçu-capixaba, o bagre-de-caetés, o sapinho-de-ouro e o cágado-da-serra.
A lista inclui também espécies de aves, como o gavião-pombo-pequeno, o apuim-de-costas-pretas, a araponga e o papo-branco, além de mamíferos raros, caso do sagui-da-serra, do sauá, da preguiça-de-coleira e do ouriço-preto.
A flora da região reúne 17 espécies ameaçadas, entre elas o Philodendron vargealtense, classificado como criticamente ameaçado.
O secretário estadual de Meio Ambiente e Recursos Hídricos, Felipe Rigoni, ressalta que a criação do parque atende a uma situação grave de perda de biodiversidade no País.
“Diante da urgência envolvendo a proteção da principal população conhecida da saíra-apunhalada, cabe ao Estado adotar instrumentos capazes de evitar a extinção da espécie”, destaca.
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