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Cidades

Pacientes com confusão mental após dengue e chikungunya

Especialistas afirmam que febre do Oropouche também provoca esse sintoma, que é comum após infecção por arboviroses


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Imagem ilustrativa da imagem Pacientes com confusão mental após dengue e chikungunya
Arthur Xavier e Gulherme Coutinho explicam sobre a ação da dengue no sistema nervoso |  Foto: Fábio Nunes/AT

Você sabia que após ser infectado com arboviroses como dengue, chikungunya e febre do Oropouche, o paciente pode ter confusão mental? Especialistas entrevistados por A Tribuna afirmaram que, por conta do número crescente de casos dessas doenças no Estado, a quantidade de pacientes com o problema vem crescendo junto.

O neurologista da Afecc-Hospital Santa Rita, Arthur Ferreira Xavier, explicou que a confusão mental, durante uma infecção por arbovirose, é uma questão relativamente comum, principalmente na população idosa. “Nesses casos, a gente chama de delirium”.

O profissional afirmou que o delirium é uma resposta do cérebro frente a uma agressão externa. “O paciente tem a alteração da sua atenção, da sua capacidade cognitiva, de fazer um pensamento complexo, de realizar uma tarefa complexa, terá oscilação de seu estado de consciência, passando a ter períodos de sonolência ou agitação”.

Isso está relacionado geralmente a um paciente com uma baixa reserva cognitiva, ou seja, um paciente que pode ter um quadro demencial ou que já teve um AVC. “Por isso os pacientes idosos são mais suscetíveis”.

Por outro lado, Arthur contou que quando existe uma infecção no sistema nervoso central pela arbovirose, com a evolução para encefalite e meningoencefalite, por exemplo, a confusão mental é um dos sintomas mais importantes e mais intensos, podendo aparecer em pacientes mais jovens até crianças. “Esse caso, no entanto, é uma outra situação, mais rara e mais grave”.

Mas por que essa confusão mental acontece quando a pessoa tem dengue? Guilherme Coutinho de Oliveira, coordenador do Serviço de Neurologia da Afecc-Hospital Santa Rita, explicou. “Ainda não se sabe exatamente por que a dengue causa confusão mental em alguns pacientes, mas existem algumas teorias”.

Além da ação direta do vírus da dengue invadindo o sistema nervoso central, causando inflamação e danos aos neurônios, outra explicação seria a resposta do sistema imunológico. “Ou seja, o próprio organismo produz substâncias inflamatórias que afetam o cérebro. Além disso, a dengue pode causar alterações na coagulação sanguínea, levando a pequenos sangramentos ou tromboses no cérebro”.

Guilherme finalizou explicando que a duração da confusão mental após encefalite e meningoencefalite, causadas por arboviroses varia muito. “Em alguns casos, os sintomas desaparecem em poucas semanas ou meses. No entanto, em casos mais graves, podem persistir por mais tempo ou até mesmo se tornar permanentes com sequelas”.

Mais de 16 mil casos de arboviroses neste ano

O mosquito Aedes aegypt e o maruim têm feito vítimas a cada dia que passa. Segundo os boletins da Secretaria de Estado da Saúde (Sesa), já foram registrados 9.906 casos de febre do Oropouche, 561 de chikungunya e 5.966 de dengue até o dia 15 de fevereiro, totalizando mais de 16 mil registros.

Somando com os casos em investigação, o número é superior a 32 mil. Segundo o subsecretário de Vigilância em Saúde, Orlei Cardoso, a tendência é que haja um aumento de notificações até o mês de maio, que é um período quente e de muitas chuvas, o que favorece o cenário par aos vetores.

A Sesa tem colocado várias ações em prática para a prevenção das três enfermidades. Dentre os trabalhos feitos para a febre do Oropouche está a promoção de educação e saúde para a população entender os meios de prevenção, assim como uma linha de treinamento para capacitar mais de dois mil profissionais para que tenham um atendimento mais adequado, já que as doenças se confundem.

Contra o Aedes aegypt, algumas medidas tomadas são a borrifação residual intradomiciliar (controle químico) nos 78 municípios, e também a instalação de ovitrampas, armadilhas que coletam os ovos do mosquito para monitorar a presença do inseto em determinada região, para assim tomar decisões.

Segundo Orlei, um dos desafios é convencer grande parte da população a conseguir implementar o olhar de precaução para dentro de seu imóvel. “75% dos focos de mosquito estão dentro dos lares”.

Saiba mais 

Mais sobre as doenças

Dengue

  • Vetor: fêmea do mosquito Aedes aegypti.
  • Sintomas: febre alta, dores no corpo e atrás dos olhos, vômito, vermelhidão na pele e fadiga.
  • Como evitar o vetor: Limpar o quintal, jogando fora o que não é utilizado; tirar água dos pratos de plantas; colocar garrafas vazias de cabeça para baixo; depósitos de água e qualquer tipo de recipiente que possa reservar água, entre outros.

Chikungunya

  • Vetor: mosquito Aedes aegypti.
  • Sintomas: são parecidos com os da dengue. O paciente tem febre, dores intensas nas articulações, edema nas articulações (geralmente as mesmas afetadas pela dor intensa), dor nas costas, manchas vermelhas pelo corpo, entre outros.
  • Como evitar o vetor: os mesmos cuidados que o da dengue.

Febre do Oropouche

  • Vetor: o vetor principal é o inseto Culicoides paraensis, o maruim.
  • Sintomas: também são parecidos com os da dengue, com dor de cabeça intensa, dor muscular, náusea e diarreia.
  • Como evitar o vetor: Tentar deixar de ter contato com áreas de ocorrência dos vetores; limpar locais de criação de animais; recolher folhas e frutos que caem no solo; usar roupas que cubram a maior parte do corpo e aplicar repelente nas áreas expostas da pele.

Fonte: Ministério da Saúde e especialistas consultados.

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