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Saúde

Jovens ignoram a camisinha e se arriscam com doenças do sexo

Segundo a Secretaria de Saúde do ES, ao mesmo tempo tem crescido o número de infecções sexualmente transmissíveis (IST)


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Imagem ilustrativa da imagem Jovens ignoram a camisinha e se arriscam com doenças do sexo
Preservativos: unidades de saúde ofertam gratuitamente tanto o preservativo feminino quanto o masculino | Foto: Divulgação

Curtir o Carnaval é bom demais, mas é preciso cuidado. Usar preservativo é a melhor forma de prevenção contra uma gravidez indesejada e infecções sexualmente transmissíveis (IST). Apesar disso, especialistas têm notado um aumento no número de jovens que não utiliza camisinha nas relações sexuais.

A ginecologista Georgia Brito diz que é notório o aumento de jovens que não se protegem.

“Isso é uma preocupação. O uso da camisinha é um método de barreira para proteção da saúde reprodutiva e prevenção de doenças”, destaca.

Outro dado alarmante é o aumento no número de jovens com IST, como destaca a coordenadora Estadual de IST/Aids da Secretaria de Saúde do ES (Sesa), Julimar Soares França.

“Os boletins epidemiológicos mostram que tem aumentado a cada dia e ano o número de jovens, na faixa etária entre 16 e 29 anos, infectados com IST, principalmente HIV/AIDS”.

A coordenadora destaca não ser possível afirmar que o não uso do preservativo é o motivo desse aumento, mas essa seria uma suposição plausível.

“Podemos supor que o jovem não se sente vulnerável a uma IST e que ele não está usando preservativo. Isso é o que nossos dados epidemiológicos nos levam a crer. Mas é uma suposição”.

O importante, explica a coordenadora, é que todas as relações sexuais devem ter proteção. As unidades de saúde disponibilizam gratuitamente tanto o preservativo feminino quanto o masculino.

Ela destaca ainda que é importante, caso haja uma relação desprotegida, procurar uma unidade de saúde para fazer testes e a medicação pós-exposição.

“O Carnaval é bom. Todo mundo deve se divertir, mas com cuidado. Nas relações sexuais, use preservativo porque ele está disponível. Proteção é a melhor forma de prevenção”, reforça.

Mesmo com todas as orientações, o uso não é tão frequente quanto deveria, complementa a ginecologista Madalena Mello.

“Iniciando a vida sexual, geralmente o paciente jovem tem múltiplos parceiros, o que torna a ausência da camisinha ainda mais perigosa”, diz a ginecologista.

Ela destaca que as IST também podem lesar o futuro reprodutivo da mulher. Um exemplo é o HPV, um agente causador do câncer de colo uterino.

“Não podemos fugir da realidade. O adolescente vai iniciar sua vida sexual. A orientação familiar é importante para prevenir doenças e gravidez”.

Opiniões

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Pesquisa

Divulgada em julho de 2022, a Pesquisa Nacional de Saúde do Escolar (PeNSE) 2009/2019 do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) traz os dados mais recentes sobre saúde sexual e reprodutiva dos estudantes.

Os dados foram coletados com estudantes do 9º ano, entre 13 e 15 anos e foi realizada em todas as capitais do Brasil e no Distrito Federal.

O IBGE informa que, em 2024, realizou uma nova edição da PeNSE, mas os dados ainda serão divulgados.

Uso de preservativo

19,7% foi a redução ocorrida entre 2009 e 2019 dos estudantes que afirmaram usar camisinha na última relação sexual, em Vitória.

46% dos estudantes usaram em 2019.

65,6% era o percentual 10 anos antes, em 2009.

O IBGE ressalta que esse resultado expressa preocupação, pois a tendência segue uma direção que indica maior exposição aos riscos.

Diferença entre os sexos

50,9% dos estudantes homens afirmaram usar camisinha na última relação em 2019.

38,6% eram mulheres.

Em 2009, a diferença entre homem (66,1%) e mulher (64,7%) era quase inexistente.

Prevenção de gravidez

80,3% dos estudantes dizem ter recebido orientações da escola sobre prevenção de gravidez em 2009.

84,7% informaram em 2019.

Prevenção de IST/HIV AIDS

84,9% dos estudantes disseram ter recebido orientação da escola sobre o assunto em 2009.

90,6% em 2019.

Infecções sexualmente transmissíveis

São transmitidas via relações sexuais desprotegidas, seja vaginal, anal ou oral. Exemplos: HIV/Aids, Sífilis, Gonorreia, Hepatites Virais B e C, HPV, Herpes Genital e várias outras.

Elas podem se manifestar por meio de feridas, corrimentos ou verrugas na região anal e genital.

A melhor prevenção é usar o preservativo peniano ou vaginal. Além de ajudar na proteção das ISTs, também funcionam como contraceptivo, evitando a gravidez não planejada.

A testagem rápida para HIV, sífilis e hepatites B e C permite o diagnóstico precoce e o tratamento pode ser realizada nos Centros de Testagem e Aconselhamento (CTA), além das Unidades Básicas de Saúde (UBS).

Fonte: IBGE e Secretaria de Saúde.

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