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Cidades

Oito em cada dez brasileiros admitem que já foram infiéis

Levantamento foi feito pelo aplicativo de encontros Gleeden


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Apesar do Brasil ser um país predominantemente monogâmico, a fidelidade não tem sido seguida à risca por grande parte dos brasileiros. Pesquisa aponta que oito em cada dez brasileiros já traíram seus parceiros.

O levantamento, feito pelo aplicativo de encontros Gleeden, em 2022, mostra que o Brasil é o país mais infiel da América Latina, superando países como Colômbia, México, Argentina e Chile.

E com a internet não é preciso ir muito longe para ter um “caso”. Tanto que, em 90% dos divórcios atendidos pela advogada de Família e Sucessões Bárbara Nespoli, a traição começou pelas redes sociais.

Imagem ilustrativa da imagem Oito em cada dez brasileiros admitem que já foram infiéis
Advogada Bárbara Nespoli diz que as microtraições podem ter implicações jurídicas se a situação vexatória for comprovada |  Foto: Fábio Nunes/AT

“Raras as pessoas que chegam aqui para o divórcio que não relatam que tudo começou no Instagram. Eu costumo falar que é um 'cardápio', acessível e fácil. Uma curtida diz muito”, avalia Bárbara.

Ela explica que esses comportamentos na internet podem ser determinantes para o fim de um casamento, por exemplo.

“Quebram a confiança, abrem brechas para que outras situações ocorram e atinjam a intimidade e acordos existentes entre o casal. Basta quebrar a confiança para que a relação comece a minar. Vemos isso diariamente no escritório e em 90% dos casos que chegam aqui”, comentou.

A advogada ressaltou que as microtraições podem ter implicações jurídicas caso sejam devidamente comprovadas, a ocorrência de situação vexatória, de exposição da infidelidade conjugal ao nível que transcenda a figura dos próprios cônjuges, ou seja, de dano que vá além da dor decorrente exclusivamente do fim do afeto.

“Mas a traição e a microtraição não são crimes, e a forma pela qual se deu o divórcio não implica diretamente na questão de como se ele será realizado ou não”, observa Bárbara.

A professora e advogada de Família e Sucessões Anne Brito explica que desde a Emenda Constitucional 66/2010, a culpa não é mais um fator relevante no divórcio.

“Isso significa que não é mais necessário mostrar porque o relacionamento acabou, de quem foi a culpa. Por mais que ainda hoje algumas pessoas falem sobre isso nos processos, é mais por força do (mau) hábito do profissional ou por insistência do cliente, que quer trazer essa discussão moral – mas juridicamente não tem relevância nenhuma para partilha de bens, por exemplo. A partilha vai seguir as regras do regime de bens, independente de ter acontecido traição ou não”.

ALGUNS CASOS

Troca de nudes

Um marido foi descoberto após interagir, por uma rede social, com a colega de trabalho de sua esposa. A colega contou para a mulher, que pediu o divórcio.

Ela descobriu também que o marido mantinha conversas, contato e trocava nudes, além de ter prazer em pagar bronzeamento de fita, cílios e unha de gel para as mulheres com quem conversava. O homem flertava, mas nunca chegou a consumar as traições.

Vício em pornografia

O marido tinha vícios em filmes pornográficos. Poucos anos após ter casado, ele só tinha relação com a mulher depois de assistir aos filmes.

Ela pediu que o marido parasse de consumir os conteúdos, reclamava, mas se cansou. Depois de 18 anos, o casamento chegou ao fim. Eles chegaram a ter três filhos.

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