"O perfil do médico está sempre em transformação”, diz palestrante em congresso
Afirmação é de Filipe Busatto, advogado especialista em Direito Médico. Ele diz que é preciso se adaptar para atingir o sucesso
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Você sabia que o perfil do médico está sempre em transformação? O assunto foi abordado no encerramento do 60º Congresso Médico Estadual da Associação Médica do Espírito Santo (Ames), que aconteceu ontem no auditório da Ames, em Bento Ferreira, Vitória.
Filipe de Barros Busatto, advogado especialista em Direito Médico, afirmou que é importante o profissional se adaptar para alcançar o sucesso.
“O perfil do médico está sempre em transformação. Antigamente eram menos deles atuando e, às vezes, o mercado tinha menos exigência e menos exposição em redes sociais”, disse.
“Hoje, aquele que não se adapta às mudanças e se diferencia de alguma forma dessa grande massa de profissionais que existem no Brasil, será só mais um, em vez do único médico de um determinado assunto”, ressaltou.
Especialistas afirmam que a diferenciação do profissional vem pelo estudo e pela promoção, a qual se dá de várias formas: boca a boca (quando ele é excelente no que faz e é indicado pelos pacientes), marketing nas redes sociais e publicações científicas são exemplos.
Segundo Fabrício Gaburro, cirurgião cardiovascular e presidente da Associação Médica do Espírito Santo (Ames), o perfil do profissional hoje tem a necessidade de integrar tecnologia ao atendimento, buscando uma abordagem centrada no paciente e se envolvendo ativamente na gestão de suas carreiras.
“Além disso, muitos médicos estão se posicionando como líderes em suas áreas, valorizando a educação em saúde e se adaptando às demandas do mercado, como a saúde digital e o empreendedorismo”. E esse empreendedorismo é positivo para a população, destacou.
“Traz diversos benefícios, como a criação de serviços mais acessíveis e personalizados, o incentivo à inovação em tratamentos e a melhoria na qualidade do atendimento. Médicos empreendedores podem identificar e solucionar lacunas no sistema de saúde, oferecendo alternativas que atendam melhor às necessidades da comunidade”, disse Fabrício.
Nesse universo empreendedor, o marketing digital é uma opção para se promover e há muitos médicos que usam a ferramenta, explicou Fernanda Andreão Ronchi, advogada de Direito Médico. Mas é necessário estar atento e seguir as diretrizes do Conselho Federal de Medicina (CFM).
Autoconhecimento
“Para alavancar cada vez mais a carreira profissional, é importante que o médico saiba o real papel dele e o que deseja fazer. Se vai ser um médico simplesmente do ponto de vista de atendimento, se vai ser empreendedor ou um médico pesquisador.
Temos que ter o autoconhecimento para saber quem somos do ponto de vista psicológico, de personalidade”.
Regis Rigolino Rodrigues, ginecologista e obstetra
Empreendedorismo
“O benefício do médico ser empreendedor é principalmente em nível de diferenciação, porque o mercado está cada vez mais saturado.
Tenho notado, inclusive, que o empreendedorismo tem sido cada vez mais visado, e há faculdades no País que têm na grade curricular aulas sobre isso. Esse campo tem sido visto como importante”.
Márcio Jacob, especialista em inovação e pós-graduado em psiquiatria
Estudos
“Em Vitória temos a concentração de 14,9 médicos por mil habitantes, sendo que o recomendado pelas organizações de saúde é em torno de 3,5.
O conhecimento teórico, prático, questões relacionadas à pesquisa e ciência, relacionamento, comunicação, liderança e gestão são aspectos importantes para se diferenciar nesse mercado saturado”.
Walter Fagundes, PhD em neurocirurgia
Planejamento
“Além de ter uma boa especialidade médica, outro fator importante para o sucesso na carreira é o profissional ter uma melhor gestão de sua empresa médica, de seus impostos, ou seja, uma melhor gestão financeira.
Isso é fundamental para que ele consiga evoluir e ter possibilidade de se aposentar sem depender da rotina de plantão”.
Filipe de Barros Busatto, advogado especialista em Direito Médico
Marketing ético
“Assim como o resto da população, a maioria dos médicos tem redes sociais. E quem não tem, nesse aspecto profissional, é positivo criar, pois é um meio muito bom de trabalhar com o marketing.
O Conselho Federal de Medicina já se manifestou que pode-se angariar clientes por meio das redes sociais, só que, claro, seguindo as diretrizes e a ética”.
Fernanda Andreão Ronchi, advogada de Direito Médico
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