No lugar de celular, estudante prioriza aprendizado e prêmios
Depois de trocar telas do celular pelos livros, a estudante Larissa já colhe os frutos da paixão pela leitura
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Depois de trocar telas do celular pelos livros, a estudante Larissa Prado Rangel, de 15 anos, já colhe os frutos da paixão pela leitura: além de uma melhora nas notas em várias disciplinas, ela também conquistou o primeiro lugar em um concurso nacional de redação.
Com o tema “O que mais gosto na minha escola...”, Larissa foi a primeira colocada na categoria de 14 a 17 anos entre todas as unidades do Brasil da Escola de Apoio Meu Dever de Casa.
No texto de participação no 2° Concurso de Redação e Desenho realizado pela franquia, ela comentou sobre a escola onde estuda no tempo regular: o colégio Salesiano de Jardim Camburi.
Ela finaliza o texto comentando justamente sobre o lugar que irá sentir saudades quando deixar a escola: a biblioteca. “Lá é o lugar da escola em que me sinto eu mesma, lendo histórias de que gosto”.
Leitora assídua, Larissa hoje se destaca em atividades de redação e de língua portuguesa, mas nem sempre foi assim. “Eu não tinha o costume de ler. No início de 2020, eu me apaixonei pela leitura ao ler a obra 'A 5ª onda'”.
Do romance de ficção científica, ela não parou mais, mantendo uma média de quatro a cinco livros por mês, seja físico ou digital.
Orgulho
Para a mãe, a arquiteta Grazielly Suelly Prado Rangel, 42, o resultado do concurso é um orgulho para a família.
“Sempre incentivei meus filhos a fazerem atividades longe das telas, principalmente nas férias. Em 2021, senti que minhas filhas estavam muito no celular, com conteúdos que não achava adequado. Tirei, voltamos a investir o tempo em família, em jogos de tabuleiro e outras atividades. A Larissa reencontrou os livros, e isso foi muito bom”.
Diretora e coordenadora do Meu Dever de Casa Vitória, Grazielle Muniz também celebrou a conquista.
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A Tribuna nas Escolas vai mostrar bons exemplos na educação
“Por conta desse interesse da Larissa pela leitura, nós a incentivamos a participar do 2° Concurso de Redação e Desenho do Meu Dever de Casa, no qual ela trouxe para nossa unidade o 1° lugar na categoria acima de 14 anos. Não foi uma surpresa para nós a conquista dela, pois ela é muito aplicada e interessada”, destacou Grazielle.
A Tribuna nas Escolas está de volta a partir desta quarta (08)
Com uma versão repaginada, o projeto A Tribuna nas Escolas está de volta a partir desta quarta.
A cada semana, reportagens serão publicadas com temas voltados para a valorização dos bons exemplos nas escolas e das boas práticas no ensino. O conteúdo também será enriquecido por comentários e análises de especialistas sobre o assunto.
Outra novidade é a seção “O que a escola fez por mim...”. O segmento trará as lembranças de professores ou instituições de ensino que marcaram a vida dos entrevistados.
A cada semana, uma personalidade e um assinante do jornal A Tribuna serão convidados a contar como a educação contribuiu para a sua história.
Desta vez, o governador do Estado Renato Casagrande revelou um pouco dos primeiros anos da sua educação, em uma escola rural.
Quem também demonstrou gratidão à educação foi a pensionista Marlene Maria Segatto Del Pupo, de 64 anos. Ela é assinante de A Tribuna e não deixa de ler o jornal pela manhã.
Além da página no jornal impresso, o projeto A Tribuna nas Escolas ainda irá produzir conteúdos multimídia, como videocasts com entrevistas.
O QUE A EDUCAÇÃO FEZ POR MIM...
Até boiada no meio do caminho
“Comecei a estudar aos 7 anos, no Grupo Escolar Francisco Santos, em Ibiraçu.
Meus pais não sabiam ler ou escrever, mas faziam questão que todos os filhos estudassem. Como eles não podiam ajudar nas atividades, todos tínhamos de aprender na escola mesmo.
Na época, eu morava a dois quilômetros da escola. Então eram dois quilômetros para ir e mais dois para voltar todos os dias a pé, sozinha, já que meus irmãos já estavam em turmas mais avançadas.
Lembro que, como era área rural e estrada de chão, morria de medo de passar por boiadas no meio do caminho, mas mesmo assim não deixava de ir todos os dias.
Foram 13 anos fazendo o mesmo trajeto até me formar como professora, em 1978. Na época, saíamos da escola com o magistério.
Apesar de não ter atuado na área da educação, já que me casei no ano seguinte, isso sempre foi algo que levei por toda minha vida.
Aos meus filhos, eu e meu marido fizemos questão de dar o melhor estudo que pudemos. Hoje, adultos, eles são motivos de orgulho.”
Marlene Maria Segatto Del Pupo, 64 anos, pensionista e assinante do jornal A Tribuna.
Sala para quatro turmas juntas
“Quando iniciei minha vida escolar, estudava na Escola de Água Limpa, no interior de Castelo. O colégio era unidocente, ou seja, a professora Celsa Cola dava aula para quatro turmas usando a mesma sala e o mesmo quadro.
Ela dividia o quadro em quatro e colocava cada série em uma fileira. A partir da quinta série, era preciso ir estudar em Castelo.
Como meus pais já tinham enviado meus irmãos mais velhos para morar na sede do município na casa de um tio meu, quando chegou minha vez, toda a família se mudou, e lá o meu pai montou o Mercado Espírito Santo, onde eu o ajudava após as aulas.
Quando cheguei próximo de encerrar o ciclo escolar, fiz uma prova para estudar o último ano em um curso na Universidade de Viçosa. Passei e me mudei para lá. Depois, fiz vestibular para a própria Universidade de Viçosa para Engenharia Florestal e entrei.
Depois de formado, quis voltar para Castelo e fui convidado para trabalhar na prefeitura. Acabei, por conta da minha liderança no trabalho, sendo convidado para disputar cargos públicos.
Então, sempre gosto de contar essa história: a educação transformou a minha vida. Saí de uma escola unidocente no interior de uma cidade do interior e me tornei governador do Estado.”
Renato Casagrande, governador
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