“Não desejo a ninguém”, diz advogada atingida por pedrada
Michaella Zukowski conversou com A Tribuna sobre o ato de violência que sofreu no último sábado
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Ainda muito assustada com o que viveu no último sábado, a advogada Michaella Zukowski Reis resumiu em uma única palavra o momento em que foi atingida por uma pedra na cabeça ao passar de carro pela Rodovia do Sol, na Barra do Jucu: “assustador”.
Para ela, que seguia com o pai e o irmão para o aeroporto de Vitória no carro da família, é necessário ter mais policiamento no local. “Ali é escuro, não sei se tem câmeras, é preciso mais policiamento”.
Horas depois, ao saber da prisão do suspeito, ela falou: “Estou em choque ainda, não consegui digerir... Mas só de saber que ele não fará isso com mais ninguém me tranquiliza”.
RELEMBRE: Advogada fratura a cabeça após levar pedrada dentro de carro na Rodovia do Sol
- A Tribuna - Como tudo aconteceu?
Michaella Zukowski Reis - Eu estava indo para o aeroporto de Vitória. Era por volta de 5h de sábado, a gente estava indo para Uberlândia, Minas Gerais, para o velório do meu avô. Tínhamos praticamente saído de casa. Moramos em Guarapari. Meu pai estava dirigindo, meu irmão estava atrás e eu estava no banco do passageiro da frente, mexendo no celular. E aí só lembro do baque e mais nada.
- E depois do “baque”?
Meu pai desviou, jogou o carro para o lado, e eu lembro de um barulho forte. Eu perdi a visão, a audição e a respiração. A sensação era de como estivesse me afogando.
- Te levaram para o hospital?
Depois de alguns segundos, eu comecei a voltar e comecei a perguntar para o meu pai o que havia acontecido, porque eu não estava conseguindo enxergar nada. Foi quando ele me contou que haviam jogado uma pedra no carro.
E aí eu lembro que minha cabeça começou a arder muito, doer, e meu irmão ficou apavorado.
Meu pai e meu irmão me levaram para o hospital e aí, no primeiro atendimento, colocaram uma gaze e a gente foi direto para a tomografia.
- O que os exames apontaram?
Graças a Deus, eu não tive nada no meu cérebro, foram só mesmo as fraturas. Eu tive fraturas em todos os ossos da testa e do nariz e já passei por uma cirurgia para não ficar exposto.
- Como está agora?
Eu vou ter que passar por uma outra cirurgia, estamos até em processo de liberação do plano de saúde, para fazer a reconstrução dos ossos da face. Estamos aguardando o que o plano vai falar e até a tarde de hoje (ontem), a gente espera uma resposta.
- Como foi passar por isso?
Na verdade, eu nunca imaginei passar por isso. Ainda mais ali, que é muito tranquilo, eu moro ali, meus pais moram ali há cinco anos e eu nunca vi isso acontecer.
Logo depois do pedágio, sempre foi uma região muito tranquila, cheia de condomínios, eu não entendi.
- O que acredita que possa ter acontecido?
Não sei se foi por acaso, se foi algum “nóia”. O que pareceu é que foi um assalto e quem jogou a pedra jogou para tentar parar a gente. Mas foi horrível, eu não desejo isso para ninguém.
- O suspeito foi preso hoje (na tarde de ontem). Qual é a sensação?
Estou em choque ainda, não consegui digerir. Mas só de saber que ele não fará isso com mais ninguém me tranquiliza. Que a justiça realmente seja feita! Isso que espero.
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