Mulheres jovens morrem mais de infarto, diz estudo
Incidência de doenças cardiovasculares no Brasil, no grupo entre 18 e 55 anos de idade, aumentou 62% nas últimas três décadas
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A incidência de infarto em mulheres aumentou nas últimas três décadas, de acordo com um estudo divulgado pela Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC).
Em 1990, eram registrados 7.100 casos para cada 100 mil habitantes, mas saltou para 11.600 casos em 2019, representando um crescimento de 62%.
Para a presidente do Departamento de Cardiologia da Mulher da SBC, Maria Cristina Costa de Almeida, uma das explicações para esse aumento é que a mulher tem mais tendência a ter depressão, estresse, ansiedade, síndrome de pânico e o problema tem correlação entre a saúde mental e o risco cardiovascular.
Há ainda a descarga de cortisol, cuja ação inflamatória acaba lesando o endotélio, que é a camada interna do vaso.
A SBC emitiu novo posicionamento sobre doenças cardiovasculares em mulheres, especialmente em relação ao grupo com idade entre 18 e 55 anos, que tem enfrentado aumento significativo em mortes precoces. Os dados são provenientes do estudo Global Burden of Diseases (GBD).
O tratamento para doenças cardiovasculares não se resume à intervenção médica, também inclui a adoção de um estilo de vida saudável, como alimentação balanceada e prática regular de exercícios físicos.
Para o médico cardiologista da Unimed Vitória e do Hospital Evangélico de Vila Velha, José Airton de Arruda, as mulheres apresentam sintomas menos típicos, com mais frequência. Isso pode incluir dor na parte superior das costas e do pescoço, além de fadiga.
“Não é incomum que as mulheres tenham episódios de infarto acompanhados por náuseas e vômitos sem causa aparente. É importante lembrar que, quando há algum desconforto no peito ou nas regiões mencionadas (costas e pescoço), pode ser uma forma de manifestação dos sintomas de um infarto“.
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Atenção à dor na região torácica
Infarto
Ocorre quando a obstrução afeta um pequeno ramo da coronária, atingindo uma área pequena e periférica do músculo cardíaco.
O infarto pode ser silencioso, embora o mais comum é que a pessoa tenha uma combinação de sintomas, que surgem de repente.
Dados
Em 1990, eram registrados 7.100 casos para cada 100 mil habitantes, número que saltou para 11.600 casos em 2019, representando um crescimento de 62%.
O aumento levou a Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC) a emitir posicionamento sobre a doença em mulheres, especialmente entre 18 e 55 anos.
Tratamento
Identificar os sintomas pode ser decisivo para salvar vidas. Quanto mais cedo for feito o diagnóstico, maior chance a pessoa tem de sobreviver, ficar curada e não ter sequelas.
Sinais: dor aguda no peito, que pode durar por mais de 20 minutos e pode se irradiar para pescoço, mandíbula, costas, braço ou ombro esquerdo (também pode se manifestar como queimação, sensação de peso no peito e formigamento no braço).
Homens x Mulheres
Em homens, o principal sinal do problema de saúde é a dor torácica, que é uma sensação de aperto, irradiando para o membro superior esquerdo ou pescoço.
Já as mulheres apresentam dor torácica, que é considerada atípica por não ser clássica (dor em aperto, que irradia para membro superior esquerdo), podendo ter sensação de náusea, dor no estômago, além de cansaço e arritmia.
Prevenção
Atividades físicas, alimentação equilibrada, ter atenção às taxas de LDL (colesterol ruim) e HDL (bom colesterol) e evitar cigarro e o estresse são medidas para evitar doenças cardiovasculares.
Fonte: Sociedade Brasileira de Cardiologia, Ministério da Saúde e médicos consultados.
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