X

Olá! Você atingiu o número máximo de leituras de nossas matérias especiais.

Para ganhar 90 dias de acesso gratuito para ler nosso conteúdo premium, basta preencher os campos abaixo.

Já possui conta?

Login

Esqueci minha senha

Não tem conta? Acesse e saiba como!

Atualize seus dados

Pernambuco
arrow-icon
  • gps-icon Pernambuco
  • gps-icon Espírito Santo
Pernambuco
arrow-icon
  • gps-icon Pernambuco
  • gps-icon Espírito Santo
Espírito Santo
arrow-icon
  • gps-icon Pernambuco
  • gps-icon Espírito Santo
Assine A Tribuna
Espírito Santo
arrow-icon
  • gps-icon Pernambuco
  • gps-icon Espírito Santo

Cidades

Mudanças no clima: risco de sobrecarga no sistema de saúde

Especialistas alertam para medidas preventivas diante dos eventos climáticos que aumentam doenças respiratórias


Ouvir

Escute essa reportagem

O aumento da frequência de eventos climáticos extremos já acende um alerta entre profissionais da saúde: as mudanças no clima podem sobrecarregar o sistema de saúde.

LEIA TAMBÉM: Como as alterações no clima vão mudar a saúde e o dia a dia

Com o aumento dos estresses hídrico e térmico, a exposição a ondas de calor mais frequentes e a intensificação da poluição atmosférica, a proliferação de doenças pode alcançar novos patamares.

A médica pneumologista Karina Tavares é uma das profissionais que faz o alerta.

“Já temos uma questão deficitária em nosso sistema público, daqueles que já apresentam suas doenças crônicas. Com o surgimento de novos casos em pessoas antes saudáveis, haverá sobrecarrega. Os convênios estão mais preparados, já que os pacientes tendem a se cuidar melhor e preventivamente”.

O infectologista da Rede Meridional Luis Henrique Borges defende que será cada vez mais importante ampliar a cobertura vacinal contra as doenças emergentes e reemergentes. Ele analisa outras medidas necessárias para a prevenção de uma sobrecarga do sistema de saúde.

“Devemos preparar o sistema de saúde, que poderá ficar sobrecarregado com as vítimas das catástrofes climáticas e das doenças e epidemias, que deverão ficar mais frequentes. Devemos preparar as novas gerações de médicos e profissionais de saúde para lidar com este problema de saúde pública”.

Cada vez mais estudos demonstram a ligação entre o aumento de doenças mentais, os nascimentos prematuros e a desnutrição com as mudanças do clima, destaca o engenheiro de climatização e CEO do Grupo Retec, Patrick Galletti.

“Temos que agir e colocar em prática tudo que estiver ao nosso alcance para melhorar as condições de vida dos seres humanos e do planeta todo”.

Mãe reforça os cuidados com o filho

Imagem ilustrativa da imagem Mudanças no clima: risco de sobrecarga no sistema de saúde
Sheila Martins e o filho Vinícius Martins |  Foto: Kadidja Fernandes/AT

A porteira Sheila Martins, de 48 anos, teme que, com as mudanças climáticas, o filho Vinícius Martins, de 12, sofra ainda mais com a bronquite asmática e outros problemas respiratórios.

O adolescente foi diagnosticado com bronquite asmática aos 3 anos. Durante o pico de queimadas no Brasil, ele ficou mal e precisou reforçar os cuidados com a saúde respiratória.

“A imunidade dele é muito baixa, então frequentemente ele fica ruim de bronquite, laringite e faringite. Com o aumento das queimadas, a fumaça que chegou ao Estado fez muito mal a ele. Tive que levá-lo ao médico e, agora, ele está fazendo nebulizações”.

Problemas respiratórios agravados

Imagem ilustrativa da imagem Mudanças no clima: risco de sobrecarga no sistema de saúde
Eduarda Coutinho |  Foto: Kadidja Fernandes/AT

Desde criança, a recepcionista e universitária Eduarda Coutinho, de 20 anos, sofre com a asma. O problema começou como uma bronquite asmática e, há cerca de 10 anos, evoluiu para a asma.

Com as mudanças climáticas, a universitária se preocupa em ter crises mais frequentes e até complicações mais sérias.

Ela conta que a seca e a grande quantidade de queimadas no Brasil, que chegou a formar um “corredor de fumaça” e a atingir o Espírito Santo, já afetam a sua saúde.

“Eu tive crise de asma durante o pior momento das queimadas no País. Tenho medo de que, com a ocorrência cada vez mais frequente de eventos como esse, minha saúde respiratória fique mais comprometida”, lamenta a universitária.

O uso de medicamentos, da bombinha da asma e da nebulização está entre os cuidados de Eduarda.

SAIBA MAIS

Sobrecarga

> As mudanças climáticas favorecem o aumento de doenças de ordem infecciosa, alérgica e psiquiátrica. Com o aumento dos estresses hídrico e térmico, a exposição a ondas de calor mais frequentes e a intensificação da poluição atmosférica, o número de pessoas com doenças respiratórias, alérgicas, de pele e de coração pode alcançar picos históricos, o que tende a sobrecarregar os sistemas de saúde.

> Para evitar um colapso do sistema de saúde, especialistas apontam a necessidade de ampliar a cobertura vacinal contra as doenças emergentes e reemergentes, de universalizar o acesso ao saneamento básico e de fomentar políticas públicas e ações para melhorar o microclima local, como o uso sustentável da água na agropecuária e a recuperação de áreas degradadas.

> Além disso, as escolas precisam orientar crianças e jovens sobre os cuidados de higiene alimentar e corporal como forma de medida protetiva e preventiva a doenças.

Fonte: Especialistas consultados.


Análise

Idosos estão entre os mais afetados pela crise climática

“Os idosos estão entre os públicos que mais sofrem com as mudanças climáticas. Isso acontece porque eles têm o organismo mais fragilizado, assim como o sistema imunológico.

Dessa forma, eles tendem a sofrer mais com as mudanças extremas de temperatura, assim como com as enchentes, muitas vezes não conseguem reagir com tanta rapidez, e as queimadas, afetando mais o sistema respiratório e tendo mais dificuldade para recuperar.

Para evitar essas consequências das mudanças climáticas, precisamos de políticas públicas que envolvam a preservação do meio ambiente e a conscientização da população sobre a preservação.

Além disso, precisamos de conscientização e educação das pessoas sobre o que fazer em períodos críticos. Sabemos que muitas vezes os eventos climáticos extremos acontecem, e acredito que devem continuar. Dessa forma, temos que educar a população a como prevenir os problemas de saúde associados e como lidar com eles.

Com a maior recorrência de eventos climáticos extremos, também há maior chance de proliferação de doenças associadas a esses eventos e, consequentemente, sobrecarga do sistema de saúde”.

Polyana Romano Oliosa, doutora em Saúde Coletiva

MATÉRIAS RELACIONADAS:

Comentários

Os comentários são de responsabilidade exclusiva de seus autores e não representam a opinião deste site. Leia os termos de uso

SUGERIMOS PARA VOCÊ: