Motociclista por aplicativo: 5 mil motos fazem transporte de passageiros no ES
Esse é o número de profissionais que atuam na Grande Vitória. Tendência é de alta, levando-se em conta o valor das viagens
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A ascensão do serviço de motos por aplicativo é uma realidade na Grande Vitória. Há, atualmente, mais de 5 mil motoboys que transportam passageiros em suas garupas.
Os dados foram passados ontem pelo vice-presidente da Associação de Mototrabalhadores por Aplicativo e Autônomos do Estado, Erisvan Alonso de Oliveira.
A tendência, como ele destaca, é aumentar ainda mais, considerando que a demanda é crescente devido o valor das viagens.
“Uma viagem de Campo Grande (Cariacica) até a Enseada do Suá (Vitória), por exemplo, custa cerca de R$ 35 de carro. Já, a de moto, varia entre R$ 12 e R$ 15. Isso nos horários de pico”, comparou.
Ele explica que, apesar de ainda não ser regularizado pelos municípios, o serviço não é proibido.
No entanto, considerando a segurança dos passageiros e dos profissionais que atuam de acordo com o Código de Trânsito Brasileiro, é relevante a regularização da atividade, defende.
“É importante ter regras estabelecidas pelos municípios, entre as quais exigir condutores experientes com, no mínimo, dois anos de habilitação”, disse.
Oliveira também disse que o passageiro, em um “olhar clínico”, não tem como saber se está embarcando com segurança.
“Por isso, as fiscalizações devem ser intensificadas para verificar as condições de veículos e condutores com o objetivo de trazer mais segurança para todos.”
Everson Vieira de Souza, presidente da Comissão Estadual de Direitos de Trânsito da Ordem dos Advogados do Brasil – Seccional Espírito Santo (OAB-ES), também é favorável à regularização.
“É preciso exigir formação para esses profissionais, cursos específicos de pilotagem defensiva, legislação de trânsito, manutenção preventiva de motocicletas, certidão negativa de crime e vistoria semestral da motocicleta (com valor justo). Penso que os municípios devem monitorar esse serviço, pois é de grande importância, mas, infelizmente, temos muitas vítimas fatais e lesões corporais vinculadas a esses sinistros de trânsito.”
Polícia e Guarda fazem blitze para garantir segurança
Tanto as prefeituras quanto o Batalhão da Polícia de Trânsito (BPTran) afirmaram que a atividade não é regularizada e, para garantir a segurança, são realizadas blitze.
O capitão Anthony Moraes Costa, chefe do setor de comunicação do BPTran, disse que são feitas três fiscalizações diárias, em média, de abordagens a todos os veículos, incluindo motos.
Segundo ele, além das fiscalizações rotineiras, há algumas específicas, como a Cavalo de Aço, que aborda motociclistas. “O Comando da Unidade já está analisando uma operação conjunta, envolvendo diversos atores, para fiscalizarmos toda a Região Metropolitana.”
Ele disse que, apesar de a motocicleta ser um veículo que proporciona rapidez e agilidade, a segurança deve estar sempre em primeiro plano. “A orientação, portanto, é que evitem a contratação de transporte que ainda não é regulamentado pelo poder público.”
Jefferson de Amorim Pereira, gerente de Trânsito de Cariacica, disse que a fiscalização é feita de maneira contínua e que as ações estão sendo intensificadas.
Diálogo
A Secretaria de Transportes, Trânsito e Infraestrutura Urbana de Vitória informou que não há processo no órgão para regulamentação desse serviço, mas a gestão está à disposição para dialogar com a empresa para a oferta, porém, de forma segura, organizada e legal.
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