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Cidades

Moradores pedem socorro contra viciados em drogas

Segundo relatos, usuários de drogas e moradores de rua estão praticando assaltos no bairro e deixando população com medo


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Imagem ilustrativa da imagem Moradores pedem socorro contra viciados em drogas
Peterson Pimentel, da Associação de Jardim da Penha, e moradores reclamam da falta de segurança no bairro |  Foto: Leone Iglesias/AT

Andar pelas ruas de Jardim da Penha, em Vitória, tem sido motivo de preocupação para quem reside ou trabalha no bairro. Quem está tirando a paz, segundo relatos, são os usuários de drogas e os moradores de rua.

Sentindo-se impotente diante da situação, o grupo Vizinhos em Alerta, em parceria com a Associação de Moradores de Jardim da Penha, vai protocolar neste fim de semana, por meio digital, um ofício pedindo socorro.

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O documento  conta com mais de 300 assinaturas e deve chegar a mil assinaturas, segundo o coordenador de Segurança  da Associação de Moradores de Jardim da Penha, Peterson Pimentel.

“Ontem (quinta-feira)  roubaram mais um jovem aqui, de moto. É só mais um ato de violência entre tantos  que estamos sendo acometidos, como da jovem da Mata da Praia que apanhou do morador de rua, da briga entre eles há três semanas que resultou na morte a facadas de um morador de rua”, ressaltou.

Ainda segundo ele, idosos e crianças estão sendo prejudicados.  “Como se não bastasse as atitudes violentas e de coação, eles  estão utilizando cães  para expulsar crianças da quadra de esportes e adultos dos arredores. Além disso, há registros de sexo explícito em praça e abuso de menores. Precisamos de ajuda do poder público”.

Ele conta que uma  campanha foi iniciada,  intitulada de Dê dignidade, não dê esmola. “O bairro passou a ser atrativo para as pessoas em situação de rua diante da solidariedade de moradores daqui  e da região  e das igrejas”.

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A artesã Fernanda Christina Sala Campos, 41 anos,  diz que o  bairro é muito bom para morar,  mas infelizmente as ruas foram invadidas. “É muita droga e roubos, uma insegurança  total. Eles  pedem comida e trocam por drogas. Não estamos mais aguentando. Os nossos filhos não  podem mais brincar, por medo”, lamentou. 

Elisabeth Sala Campos, 64, que também é artesã, diz que anda na rua olhando para todos os lados. “Eles atacam mesmo. Furtam e roubam bicicletas, celulares, sandálias, tênis e até bolas. É preciso intensificar a segurança”.

Além deles, os comerciantes Jordana Tedesco, Fabricia Loureiro Mascarenhas, Alberto Bonfim, Janise Rodrigues Rebuli e os aposentados Triclinio Joaquim Pinheiro e Tereza Bernardo da Motta pedem providências.

OS PEDIDOS

Soluções

“Só nos resta  recorrer ao Ministério Público do Estado para que nos ajude na atuação na defesa da tutela visando a garantia dos direitos fundamentais e constitucionais dos moradores (e afins) de nossa tão querida comunidade, seja intervindo junto aos diferentes órgãos do poder público, seja ajudando na elaboração de ideias/soluções, seja na construção de um Termo de Ajustamento de Conduta, ou mesmo, em último caso, a instauração de um Inquérito Cível Público para apuração das responsabilidades dos órgãos envolvidos na referida problemática”.

 Campanha

“Dirigimo-nos às vossas excelências com o pedido de que nos atenda em reunião, em especial, audiência  pública com as partes citadas em caráter de urgência, se possível, neste mês de março, como também participem conosco, dando-nos apoio como respaldo do poder público na campanha de conscientização Não Dê Esmola, Dê Dignidade”.

Fonte:  Associação de Moradores de Jardim da Penha.


Reforço na segurança também faz parte dos apelos

Reforço da segurança faz parte dos apelos. Peterson Pimentel, coordenador de Segurança  da Associação de Moradores de Jardim da Penha,  diz que inúmeros são os registros nos telefones  156 e 190 e registros de boletins de ocorrência e reuniões em busca de soluções. 

A Polícia Militar, por meio do comando da 12ª Companhia Independente, informou   que realiza diariamente abordagens às pessoas em situação de rua. “Sempre que há fundada suspeita ou mediante flagrante, as devidas providências são adotadas”.

A Prefeitura de  Vitória disse que desde que assumiu, a atual gestão realizou uma reorganização estrutural na Guarda Municipal, criou   a Central de Inteligência, ampliou  o número de câmeras de videomonitoramento,   ampliou o diálogo com a comunidade e outras ações. Já  a Secretaria de Assistência Social  ampliou o trabalho voltado às pessoas em situação de rua.   

O Ministério  Público, em nota enviada no mês passado sobre o tema já abordado em reportagem, disse: “A demanda relacionada às pessoas em situação de rua, ao uso de álcool e outras drogas e aos furtos em determinados bairros é complexa e deve envolver a atuação e a união de esforços do poder público em conjunto com diferentes segmentos da sociedade”.


Pesquisa  vai identificar perfil de usuário no Estado

Traçar a  epidemiologia do uso de crack no Espírito Santo, identificando e caracterizando as cenas de uso de crack nos municípios capixabas e descobrir   o número de mortes ocorridas no Estado com causa relacionada ao uso de substâncias psicoativa.

Essas são  respostas que o governo do Estado quer obter em um estudo   sobre o uso de drogas no Espírito Santo e, a partir dos indicadores, realizar novas ações de políticas públicas para a população em situação de dependência química. 

O processo será conduzido pela Fundação de Amparo à Pesquisa e Inovação do Espírito Santo (Fapes), em parceria com a Secretaria de Governo, por meio da Subsecretaria de Políticas sobre Drogas, a partir do lançamento de um edital de seleção de projetos de pesquisa científica (nº 06/2023 – Diagnóstico Situacional Sobre Uso de Drogas no Estado). 

O prazo de execução dos projetos será de 18 meses, prorrogáveis por, no máximo, seis meses. 

“Pesquisas que nos levem a diagnosticar a realidade do uso de álcool e outras drogas  são importantes ferramentas para que possamos aprimorar políticas públicas ligadas a essa área, apontando as estratégicas de nossa atuação, da prevenção ao tratamento do público atendido principalmente pelas unidades do programa Rede Abraço”, disse a secretária de Estado de Governo, Emanuela Alves Pedroso.

O diretor-presidente da Fapes, Denio Arantes, pontua que o diagnóstico vai aperfeiçoar o conhecimento sobre as necessidades das pessoas que fazem uso de drogas, como cuidados em saúde.

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