Modelo capixaba brilha na China e Coreia do Sul
Descendente de indígenas, Rafa Santos já fez campanha para várias marcas famosas e agora pretende se destacar em Paris
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Nas veias do modelo Rafa Santos, de 23 anos, corre sangue indígena. Rafa conta isso orgulhoso. É algo que não pode deixar de falar, explica. Como contar que morou em Aracruz com sua família indígena ou que sua bisavó era rainha do congo. São heranças que definem seus traços físicos e também sua carreira.
O capixaba vem conquistando o mundo da moda, estrelando campanhas de marcas famosas, como a Shein, Fila e Rebook.
Ele saiu do Brasil em abril de 2023 e voltou no mês passado, depois de ficar um ano e meio trabalhando na China e na Coreia do Sul.
Sua carreira começou em 2021, quando morava na Ilha de Santa Maria. Foi nesse período em que foi descoberto pela agência de modelos capixaba Andy Models, pelo agente Andy Bonella. “Achei ele no Instagram de um cliente. Olhei e pensei: 'esse menino tem talento'”.
Depois de assinar com a agência, durante um ano Rafa foi preparado para a profissão.
Isso inclui cuidar da estética, como cabelo, pele, rosto e corpo. Mas também inclui construir imagem, aprender inglês e fazer um portfólio.
Seu primeiro trabalho profissional só aconteceu quando a agência o julgou pronto.
“Aqui, nós não os jogamos despreparados no mercado. Somos uma agência 'mãe', cuidamos de suas carreiras”, diz Andy. Ele destaca que ser modelo não é um processo fácil. “É como outra profissão qualquer. Precisa de trabalho duro, disciplina e persistência”.
Rafa Santos conta que um dos momentos mais difíceis desse primeiro ano foi quando teve que usar um remédio para tratar espinhas que exige vários cuidados.
“Foi difícil, tinha muita coisa que não podia fazer, como ir à praia, porque não pode pegar sol. Eu aguentei porque sabia que estava fazendo o certo para mim”, conta.
Atualmente, o capixaba está em São Paulo. Em janeiro, pretende ir para Paris, na Europa. “Minha família está orgulhosa de mim. Eu também estou e vou continuar a persistir”.
“Persistência e profissionalismo”
A TRIBUNA - Você sempre quis ser modelo?
RAFA SANTOS - Sempre tive interesse em cuidar do meu corpo. Além disso, amo nosso Estado, mas queria conhecer outros locais, expandir meu mundo. O problema, antes de começar, é que não sabia como fazer isso. Foi uma sorte que o Andy me descobriu.
E o que você fazia antes de ser modelo?
Eu era esportista. Fazia remo no Álvares Cabral desde os 11 anos. Também já trabalhei em uma cervejaria, onde fazia de tudo um pouco.
Como é viajar o mundo?
O mundo ainda não. Apenas a Ásia, como China, Coreia, Tailândia. Para você ter uma ideia, na minha primeira viagem, eu mal falava inglês. Já aprendi sobre cultura, língua, conheci pessoas de todos os locais do mundo. Foi incrível.
Com toda essa sua experiência, qual conselho você pode dar para pessoas que têm o sonho de seguir carreira na moda?
O primeiro passo é que a pessoa precisa se cuidar: cabelo, pele, corpo. Isso deve ser feito 100%. Já o segundo é achar uma agência confiável, porque isso faz toda a diferença, principalmente quando você está no exterior.
Mais algum conselho?
Trabalhando como modelo, acabamos escutando coisas que a gente não quer. Por exemplo, não ser escolhido para um trabalho. Mas, você precisa entender que é assim mesmo.
Para ser modelo, é preciso persistência, continuar tentando, ter disciplina e profissionalismo.
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