Mais de mil casos de zika e chikungunya só este ano no ES
Secretaria de Saúde aponta que as notificações estão aumentando e a alta de casos preocupa médicos especialistas
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Os casos de chikungunya e zika juntos já somam 1.056 registros no Estado nas cinco primeiras semanas do ano. Foram 774 casos de chikungunya e 282 de zika nesse período.
Os boletins da Secretaria de Estado da Saúde (Sesa) apontam que as notificações estão aumentando no decorrer das semanas e a alta de casos preocupa médicos e especialistas.
O subsecretário de Vigilância em Saúde da Sesa, Orlei Cardoso, alerta que a quantidade de casos de chikungunya caminha na mesma proporção do registrado em 2023.
“Estamos ligando o alerta para essas duas arboviroses, porque a chikungunya sabemos que em relação ao quadro clínico, como sintomas e sequelas, pode ser um pouco pior que a dengue”.
Assim como a dengue, a zika e a chikungunya são transmitidas pelo mesmo vetor, o mosquito Aedes aegypti.
O infectologista Fábio Coutinho destacou que como os sintomas das doenças são semelhantes, somente os exames laboratoriais irão confirmar ou afastar o diagnóstico.
Ana Carolina D'Ettorres, infectologista, esclareceu que somente com os sintomas clínicos é difícil determinar com precisão qual é a doença.
“A dengue cursa com febre mais alta, dor muscular intensa, dor de cabeça e pode apresentar dor articular. Na chikungunya a característica mais marcante é a dor articular, que costuma ser mais intensa que nos quadros de dengue, que pode permanecer como sequela em alguns pacientes, e menos dor muscular, que é mais marcante na dengue”.
Já a zika, de acordo com a infectologista, é uma doença mais branda, com quadros de febre mais baixa, olhos avermelhados e coçeira generalizada. “Também pode apresentar vermelhidão por todo o corpo e é comumente confundida com quadros de alergia”, ressaltou Ana Carolina.
Segundo o subsecretário Orlei Cardoso, no ano passado o Lacen identificou 16 casos de coinfecção. “Foram pacientes que tiveram dengue e chikungunya ao mesmo tempo”, afirmou.
A médica de Família e Comunidade, mestre e doutoranda em Doenças Infecciosas pela Ufes, Taynah Repsold explica que os riscos de uma coinfecção de dengue e chikungunya incluem uma manifestação mais grave, com sintomas mais intensos e prolongados, além de complicações como hemorragia, choque e comprometimento neurológico. “É essencial monitorar de perto os pacientes com coinfecção e fornecer tratamento de suporte adequado para prevenir complicações”, alertou.
Foram 12.801 casos de dengue este ano
Casos de chikungunya por semana epidemiológica
Semana 1 (31 dez-6 jan)- 81
Semana 2 (7 jan-13 jan)- 138
Semana 3 (14 jan-20 jan)- 167
Semana 4 (21 jan-27 jan)- 155
Semana 5 (28 jan-03/fev)- 233
Total- 774 casos notificados
Casos de zika por semana epidemiológica
Semana 1 (31 dez-6 jan)- 35
Semana 2 (07 jan-13 jan)- 32
Semana 3 (14 jan-20 jan)- 60
Semana 4 (21 jan-27 jan)- 62
Semana 5 (28 jan-03/fev)- 93
Total acumulado- 282 casos notificados
Dengue
Foram notificados 12.801 casos de dengue no Estado durante este ano.
Doenças
Dengue, zika e chikungunya são doenças transmitidas pelo mesmo vetor, o mosquito Aedes aegypti. Apesar de terem alguns sintomas parecidos, há características que podem ajudar a diferenciá-los.
- Sintomas de dengue: febre mais alta, dor muscular intensa, dor de cabeça e pode apresentar dor articular.
- Sintomas da chikungunya: a característica mais marcante é a dor articular, que costuma ser mais intensa que nos quadros de dengue. Pode manifestar também febre, dor nas costas, erupções cutâneas, fadiga, náuseas, vômitos e dor de cabeça.
- Sintomas da zika: febre mais baixa, conjuntivite e coçeira generalizada. Também pode apresentar vermelhidão por todo o corpo.
Como diferenciar
Testes laboratoriais específicos podem ser necessários para confirmar o diagnóstico, como as sorologias.
Qual é mais grave?
A dengue geralmente apresenta uma taxa de morbidade e mortalidade mais alta do que a chikungunya e a infecção pelo zika vírus, especialmente em áreas endêmicas onde a transmissão é mais intensa, de acordo com a médica de Família e Comunidade Taynah Repsold.
No entanto, segundo a médica, todos os três vírus podem ter impactos significativos na saúde pública, especialmente em populações vulneráveis.
Como proteger
O subsecretário de Vigilância em Saúde da Sesa, Orlei Cardoso reforçou que além da eliminação de focos que deve ser feita nas residências, a população deve reforçar o uso de repelentes.
Fontes: Sesa e médicos consultados.
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