Mais de 30 pedras preciosas encontradas no ES
Espírito Santo é o maior produtor no País das chamadas gemas águas-marinhas, crisoberilo, além da andaluzita
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Após 14 anos do curso de Gemologia no Espírito Santo, surge o primeiro catálogo de pedras preciosas capixabas, tendo 38 variedades encontradas no território do Estado.
A pesquisa, que foi publicada recentemente em um livro, intitulado “Ciências Exatas 2”, da Editora e-Publicar, possui a relação dos locais onde cada variedade de pedra foi encontrada.
O trabalho foi orientado pela professora universitária e doutora em petrogênis, depósitos minerais e gemologia, Daniela Newman.
“A gemologia no Brasil é relativamente recente, se comparada a outros países. Somos conhecidos mundialmente como produtores de gemas (pedras) coradas, as gemas de cor. Exemplo são as gemas de águas-marinhas, esmeraldas, variedades de turmalinas e granadas”.
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Mas, segundo ela, o Espírito Santo não se destacava como produtor destes materiais por falta de pesquisas. Em 2009, surgiu o curso de bacharelado em Gemologia, na Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes), e somente após a data é que os estudos se iniciaram.
“Antes do curso, não havia um catálogo do que há no Estado. Em 14 anos de curso, foram descritas e catalogadas a ocorrência de 38 variedades gemológicas no Espírito Santo, relacionadas tanto a depósitos primários quanto secundários (locais onde cada variedade de pedra foi encontrada)”, completa.
A maior diversidade de ocorrências está concentrada na microrregião Central-Serrana, seguida pelas microrregiões Noroeste e Metropolitana.
“Somos reconhecidos mundialmente pela qualidade de algumas gemas, como é o caso do crisoberilo, que ocorre na variedade de olho-de- gato e de alexandria. É uma gema mais cara do que o diamante. E nossa qualidade é bem superior”.
Desde a década de 1990, o nome “pedras preciosas” foi trocado para “gemas”, já que as variedades consideradas pedras preciosas não são as mais caras.
“Antes, as pedras preciosas se limitavam à esmeralda, diamante, rubi e safira, e as demais eram semipreciosas. Era um conceito equivocado porque as preciosas valiam mais e as semipreciosas, menos. O termo pedra acaba sendo errado, o correto é gema, sendo um material gemológico. Então, as pedras preciosas passaram a receber o nome de gemas”, esclareceu.
Espírito Santo tem o único curso de Gemologia do País
Atualmente, o Estado possui o único curso de graduação em Gemologia do País, na Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes), e já formou 100 gemólogos em 14 anos, de acordo com a professora e doutora em petrogênis, depósitos minerais e gemologia, Daniela Newman.
Ela explicou que durante muito tempo a gemologia foi tratada como uma disciplina de Geologia ou como curso de especialização.
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“O primeiro curso de especialização de Gemologia no Brasil se iniciou na década de 80, que foi uma parceria entre a Universidade Federal de Ouro Preto, em Minas Gerais, e o Instituto de Gemologia na Alemanha. Em 2009, se idealizou o curso de Gemologia na Ufes, e é o único curso de graduação e o primeiro no Brasil”, esclareceu.
A ideia do projeto pedagógico, de acordo com a professora, é formar empreendedores para trabalhar ao longo de toda cadeia produtiva, e o curso passou a ser multidisciplinar, com disciplinas na área de finanças, direito, economia, administração, empreendedorismo e a área técnica, que é distribuída em três vertentes, a vertente artística da confecção de joias, a lapidação da gema, e o reconhecimento do material.
“Agora com o TCC que virou um livro digital, temos o conhecimento das 38 gemas catalogadas. Se antes alguém teve alguma dúvida sobre o motivo de abrir um curso de gemologia no Brasil, especificamente no Estado, parece que é providência divina. Antes não se tinha conhecimento, e hoje temos um vasto conhecimento com relação as gemas”, finaliza ela.
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