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Cidades

Lição de amor após perder filho em chacina

Mãe de um menino que tinha 9 anos quando foi assassinado promove, desde 2014, uma festa no Dia das Crianças em Cariacica-Sede


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Imagem ilustrativa da imagem Lição de amor após perder filho em chacina
Andreia Mendes da Silva conta que espera o ano todo para realizar a festa, que é uma homenagem ao filho |  Foto: Leone Iglesias/AT

Foi na dor que a aposentada Andreia Mendes da Silva, de 53 anos, conseguiu encontrar um motivo a mais para continuar a viver após seu filho, Filipe, de apenas 9 anos, ser assassinado em uma chacina, no ano de 2004, em Cariacica.

Ela é uma das mães das quatro crianças encontradas mortas em uma área de mata de Cariacica-Sede. Andreia conta que, nos anos que se seguiram após o crime, ela sempre passava o feriado de Nossa Senhora Aparecida no cemitério, no túmulo do filho, mas que, em 2014, as coisas mudaram.

“Um dia, umas amigas estavam aqui em casa e sugeriram que, em vez de ir para o cemitério, poderíamos fazer uma festa bem grande aqui na rua, para várias crianças, e que o Filipe ia gostar. Ele estaria aqui conosco.”

Andreia conta que começou a pensar na ideia mas, antes de tudo, foi até o túmulo do filho e “conversou” com ele. “Eu disse a ele que no Dia das Crianças não ia lá mais, mas eu ia fazer uma festa bem bonita aqui na rua. Foi quando começou a festa, em 2014. De la pra cá, a festa sempre acontece. Já é tradição do bairro”, ressalta.

A aposentada conta que não faz o evento sozinha e que recebe ajuda dos amigos, que já sabem da festa. Eles fecham uma rua, em Cariacica-Sede, e cada um vai doando o que pode. Uma caixa de leite condensado, um bolo, leite, açúcar ou refrigerante, segundo ela.

“Todo ano é uma batalha para organizar, agilizar, conseguir ajuda e fazer tudo ficar perfeito, mas essa força eu tiro de dentro, pois essa festa eu faço para o Filipe. Eu passo o ano todo esperando por essa festa porque eu sei que ele está aqui desde de manhã, me ajudando a prepará-la”.

Além dos brinquedos, bolo, doces e cachorro-quente, Andreia faz questão de dar a todas as crianças um presente. Ela conta que, por ser tradicional, chegam crianças de vários bairros da redondeza. E todo mundo é bem-vindo.

“Eu recebo doações de brinquedos, compro outros, vou juntando tudo e no dia da festa dou um para cada criança”. Ela ressalta que a sensação, após o trabalho, é de dever cumprido.

“Depois que tudo acaba, fica o sentimento de realização. A minha festa foi realizada, eu ganhei o meu ano, se eu tivesse que morrer amanhã, eu morreria satisfeita”, afirmou.

ENTENDA O CASO

Abuso e assassinato

- De acordo com Andreia Mendes, Filipe da Silva de Oliveira, seu filho, foi morto em 2004. Na época, com apenas 9 anos, ele foi abusado e assassinado a pedradas e pauladas junto com outros três colegas.

- Os corpos dos meninos, que haviam sumido horas antes, foram encontrados no mesmo dia com as mãos amarradas, jogados em um matagal de difícil acesso, no bairro Cariacica-Sede.

O dia do crime

- A mãe contou que, no dia do crime, o ex-marido levou o filho para a escola, mas naquele dia a professora faltou e, depois de recreio, a diretora liberou as crianças.

- Os meninos saíram da escola e foram para casa, mas decidiram ir ao mercado comprar biscoito. Desde então, não foram mais vistos.

- Por volta das 19 horas, os meninos foram encontrados com as mãos amarradas e jogados em um matagal na região de Cariacica-Sede.

- De acordo com Andreia, as investigações concluíram que os meninos foram primeiro violentados e depois, mortos.

- Ela fala ainda que, na época, sete homens foram incriminados, mas que a Justiça mandou liberá-los por falta de provas.

- Um dos suspeitos foi assassinado pela população revoltada três dias após o crime.

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